Depois
de me debater durante largos períodos sobre a pertinência de alguns
textos que poderia ter publicado neste espaço, face à actualidade
leonina, acabei por me render à necessidade de gozar, também eu, de umas
mini-férias do Sporting.
Se os jogadores que compõem o actual plantel estavam sedentos de uns dias de repouso para assentar ideias, muito mais precisamos nós, adeptos, por forma a afugentar alguns dos fantasmas que nos assolam.
Enquanto
os nossos valorosos atletas recarregavam, então, as baterias para a
segunda parte da época, os jornalistas de serviço não deixaram esgotar o
filão que este Sporting representa, e as notícias e protagonistas
desfilaram, mesmo que esta seja uma época de paz e harmonia.
As
palavras que mais me chamaram a atenção acabaram por ser as do
treinador Manuel José, onde a habitual eloquência e simplicidade na
mensagem faz-nos tremer ao pensar...se o homem tem razão.
Já foram muitas as previsões falhadas do Manel,
mas algum do raciocínio do técnico algarvio faz sentido, mesmo que seja
normal que o adepto comum se revolte contra previsões e visões
catastrofistas.
Apesar de alguns notáveis do clube rejeitarem
liminarmente tal cenário, penso que não é nada descabido afirmar que..."Na posição em que o Sporting está, isso pode acontecer. Não se pode dizer que é impensável o Sporting descer de divisão."
É
óbvio que a frase é dolorosa, provoca urticária e dores articulares
mas, dado que a história e grandeza não ganham jogos, ao olharmos para a
classificação e verificarmos (mesmo que olhemos aturadamente para
aqueles números eles não se alteram) que quase na viragem da primeira
volta estamos a 2 pontos da linha de água e a 20 do primeiro
classificado, não colocar o cenário de descida é enfiar-nos, uma vez
mais, na carapaça.
Se à questão fria dos números juntarmos o triste e pobre futebol praticado, então não restarão muitas dúvidas que o cenário é, efectivamente, real.
Manuel José também disse: “Nunca vi equipa nenhuma do Mundo com 5 capitães e nem um líder sequer tem”.
Mais palavras para quê?
Fala uma velha raposa e com larga experiência nos mais diversos habitats.
No
entanto, como o relógio na pára e as palavras de Manuel José terão que
ficar em cima da secretária para serem comparadas com o futuro próximo,
resta apontar baterias para a jornada desportiva que se aproxima.
O Sporting já prepara os próximos embates, tanto para a Taça da Cerveja como para o campeonato.
Qualquer
dos adversários que iremos defrontar nas próximas duas semanas podem
ser considerados como revelação da temporada (até ao momento) pelo que
são jogos que terão um grau de dificuldade acrescido (se possível).
Antes
do duplo embate com o Paços de Ferreira no arranque do novo ano teremos
este difícil jogo contra o Rio Ave, equipa que no campeonato se mantém
em lugar europeu e, ainda, de olho no Braga.
Já
o arranque para a Taça da Liga não lhe correu de feição, pelo que este
jogo poderá ser decisivo para as duas equipas. Curioso é que Rio Ave e
Sporting podem anular-se mutuamente, pois se o Paços vencer o seu jogo
em casa e o empate prevalecer no Estádio dos Arcos, ambas as equipas
ficarão automaticamente sem hipóteses na competição.
Por isso, só a vitória interessa.
Na
equipa vilacondense não joga João Tomás, que costuma ter uma
predilecção pelas nossas balizas. Menos animadora é a ausência de......................(rufar
tambores....)........................ Alberto Rodriguez.
Se,
por ironia do destino...por um alinhamento anormal dos astros ou, quem
sabe, por estar perto (de novo) o fim do mundo, o defesa peruano jogasse
amanhã, o mais provável era lesionar-se passados 10 minutos, o que seria
vantajoso para o Sporting.
Rodriguez,
como se recordarão, chumbou nos testes médicos no Corunha, pelo que o
Sporting acabou por doá-lo ao Rio Ave, talvez em prol da medicina. O
departamento médico do Rio Ave deve ter pedido reforços à AMI ou aos
Médicos sem Fronteiras para lidar com este caso.
Se
a sua contratação confirmou-se como mais um péssimo negócio, a sua
dispensa foi dos poucos actos racionais de quem pensou o plantel para a
presente época.
O
peruano jogou 100 minutos durante a época, em 3 singelos jogos, e só
isto é que pode fazer-me sorrir, perante a quantidade de notícias que me
fazem chorar.
Concluindo,amanhã,
mais ou menos a esta hora, ficaremos a saber se as férias fizeram bem
ao plantel ou se (como infelizmente acredito) foi só um adiar do
sofrimento que nos tocou na rifa.