Sporting 2 Nacional 1
Sofrimento mais que esperado.
A
verdade é que se há anos que os adeptos leoninos se debatem com o karma
de ver jogos renhidos, tremidos, indecisos até ao último momento, não
seria de esperar que um plantel recauchutado, com a pressão de tentar
fugir à inédita falha na qualificação europeia, num clube com graves
problemas financeiros e em profundo plano de reconversão interna se
libertasse, de repente, de todo este entorno e ganhasse os seus jogos de forma clara.
Claro,
claro como a água, é que a equipa está muito mais desinibida, com um
futebol que já é capaz de chamar gente ao estádio...e começaria por aqui
uma breve análise.
É deveras tocante saber que a massa adepta do Sporting é de facto única.
Não
será necessário ter uma memória de elefante para recordar, só como
exemplo, que no pior Benfica da história, em que acabaram num também
inédito 6º lugar, a equipa teve 7 mil espectadores em casa a 4 jornadas
do final.
O Sporting, que continua a tentar sobreviver à sua pior classificação de sempre, quando se mantém teimosamente no 8º lugar, consegue chamar mais de 30 mil pessoas a 4 jornadas do final.
Elucidativo.
Quanto ao jogo, não é por se ter jogado às 18 horas que o futebol praticado difere como da noite para o dia.
As
melhoras têm sido graduais e evidentes, mas grande parte da
transformação está relacionada com os índices de motivação, com a
entrega que colocam e, claro, com alterações introduzidas por Jesualdo
na estrutra da equipa.
No
entanto, dado que é possível constatar que um ou outro atleta continuam
a não corresponder aos parâmetros de qualidade que uma equipa como o
Sporting exige, é evidente que essas limitações são ultrapassadas com
uma grande dose de transpiração e entrega.
Aliás, tal como acontece na esmagadora maioria dos clubes em Portugal.
O
Sporting desde há muito que passa dificuldades acrescidas com todo e
qualquer clube português porque a maioria perdeu o respeito mas, também,
porque correm como se não houvesse amanhã.
Assim, a equipa leonina entrou dominadora, confiante, e rapidamente chegou ao golo.
Ainda
tive uma réstea de esperança que não fosse necessário passar por muito
sofrimento, mas o entendimento na frente e aquele último passe foram
adiando o 2º golo.
Na
2ª parte inverteram-se os papéis, e Patrício passou de um mero
espectador para um interveniente activo, na tentativa de evitar males
maiores nas aspirações leoninas.
Quando o Sporting voltou a equilibrar o jogo, a meio da 2ª parte, deu-se a entrada de Labyad.
Sem querer particularizar exibições, o facto é que com a entrada do marroquino o Sporting
pareceu passar a jogar com 10, quando este substituiu
o cansado André Martins.
Quero
acreditar que tenha sido mais um mau dia, mas o certo é que foi um jogador à imagem do Sporting que passeou pelos
campos desse Portugal fora e que conduziu a equipa à classificação que
ainda choramos.
O jogador já teve apontamentos primorosos mas parece-me mais um caso de sub-rendimento por problemas mentais.
Labyad
entrou aos 68 minutos, o golo do empate surgiu aos 73, mas a realidade é
que a partir desse momento viu-se uma vez mais a alma desta equipa.
Nova
cavalgada em direcção à baliza adversária, para a qual também
contribiui Jesualdo Ferreira, que não teve complexos em retirar um
Miguel Lopes tocado e apostar tudo com a entrada de Viola.
Correu sérios riscos mas o certo é que encostou, imediatamente, o Nacional à sua baliza.
O
golo da vitória podia ter acontecido antes, mas se tivesse sido
novamente aos 93, tal como contra Braga e Moreirense, teria poupado uns
minutos de sofrimento.
Tocante
também foi ver como, uma vez mais, a equipa celebrou o 2º golo, com
suplentes incluídos num mosh improvisado, à imagem do que já tinha
sucedido com o Moreirense.
Dizem,
acertadamente, que o golo é climax do jogo mas, em tempos recentes, vi
jogadores da nossa equipa que praticamente nem festejavam os golos, o
que era quase contra-natura. Parece que a normalidade está de volta, bem
como os golos.
Mesmo
tendo um saldo de golos negativo e a eficácia ofensiva ainda denotar
grandes lacunas, o certo é que deixámos o fundo da tabela em matéria de
golos marcados.
Melhor estaríamos se 2 ou 3 penaltis tivessem sido marcados, na semana passada.
Na próxima semana viajamos ao campo do 3º classificado, e se o Guimarães vencer pode abrir um fosso (4 pontos) praticamente inalcançável.
Por este motivo, é já tempo de esquecer esta vitória e pensar em vencer em Paços de Ferreira, o único resultado que interessa.
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