Como todos sabemos, o campeonato joga-se em 30 jornadas, disputadas com muita paixão em campos por (quase) todo o país.
No entanto, todos descofiamos que não se joga só nos campos.
Joga-se na secretaria, joga-se nas nomeações, joga-se nos empréstimos de jogadores, joga-se nos castigos, joga-se nos bordéis, joga-se num ou noutro restaurante ou, quem sabe...num ou noutro pinhal.
Se é verdade que os campeões fabricam-se desde a primeira jornada, menos habitual é ver o desespero e o pressing que é feito por alguns, no campo todo, logo na 5ª jornada.
Uma vez mais, a jornada foi pródiga em casos e, mediante a cor dos olhos de cada um, as análises desfilam pelos meios de comunicação social.
É precisamente utilizando os media que cada um dos que dominam o futebol nos últimos anos, tanto dentro como em todos os locais referidos anteriormente, tentam mexer os cordelinhos para poder retirar dividendos.
Por o Sporting não se incluir no rol dos que dominam o futebol, dentro e fora da 4 linhas, é que parece querer afastar-se deste jogo.
Mal, a meu ver.
Enquanto Jorge Jejuns já começou com a sua campanha, Leonardo Jardim segue pelo caminho oposto, afirmando que os grandes são hipócritas, ao queixar-se de arbitragem.
Jardim parece ter-se esquecido onde está, e que tem que jogar com as mesmas armas dos outros.
No campeonato da hipocrisia não há nenhum galardão para o mais honesto, nem nenhum prémio para a miss fotogenia.
Quem parece não ter ficado satisfeito com a arbitragem foi o Porto, que enviou o moço de recados, Paulo Fonseca, dizer que :
“Quero dar os parabéns ao Jorge Jesus porque conseguiu jogar em três campos. A estratégia dele deu resultado. Houve aqui influência numa equipa de arbitragem que esteve extremamente mal. Não só hoje, mas ontem também no jogo do Sporting."
Dá ideia que os dirigentes portistas, por uma vez, estão de acordo comigo...ou vice-versa.
Não interessa se o Sporting jogou bem ou mal, quando é uma decisão arbitral a definir o vencedor do jogo.
Contudo, não me sinto confortável com a compreensão dos corruptos, e com a sua mensagem. É que esta só faz sentido se o Porto continuar a não nos considerar favoritos, mesmo estando o Sporting à frente da equipa do Maxi Pereira.
Já o ano passado, Vítor Pereira veio lamber as feridas do Sporting, depois da pouca vergonha da Capelada, em pleno Estádio da Luz. Aí, no entanto, o Sporting estava a léguas de distância, e o objectivo era preparar o terreno para o jogo do título, ou armadilhar algum dos jogos que os encarnados tinham, até ir levar com o golo do Kelvin.
Se é verdade que o Sporting manifesta uma forma diferente de estar no desporto, não menos verdade é que todos andam no desporto para vencer.
Pelo andar da carruagem, que já saiu da estação da Campanhã há 30 anos (e que muito esperam que chegue à estação de Carnide) os adeptos do Sporting continuarão a ver passar os comboios, se continuarem a esperar no apeadeiro errado.
No entanto, não foram só palavras que serviram como meio de pressão e de conquista de uma posição.
Jorge Jejuns, uma vez mais, quis sobrepôr-se às autoridades (destacadas em Guimarães) e tentou impôr a sua lei mas, como é sabido, costuma sair impune.
Se Jejuns tentou fazer uma jogada de marketing, junto dos seus descontentes adeptos, mas também marcar terreno a Norte, fazendo uma mijinha em terreno hostil, os do Norte vieram a Sul, com igual propósito.
Sentindo-se prejudicados, rosnaram grave, alçaram a perna e, também eles, fizeram uma mija no Estoril.
Sentiram-se ameaçados por sentirem por perto um rival, nomeadamente o presidente da Associação de Futebol de Lisboa, que parece ter ficado satisfeito pelo empate portista, e pela vitória do seu clube, em Guimarães.
Adelino Caldeira, pelo que dizem, armou uma caldeirada...já depois de Pinto da Costa ter mostrado os dentes a Nuno Lobo, líder da Associação.
Ao assistir a algumas cenas, ficamos com a ideia que os galopantes défices dos grandes portugueses parecem estar a fazer entrar em desespero os seus responsáveis, cada vez mais dependentes dos milhões europeus e da promoção dos seus atletas.
O Sporting pode não demonstrar desespero, mas espero que não se cale nestes jogos paralelos, e não se limite a ser socorrido pela hipócrita defesa de quem nos tem tentado aniquliar.
O leão tem a sua voz ou, se quiserem, o seu rugido...suficiente para fazer calar o riso de uma qualquer hiena, ou o rosnar de um cão-de-fila.
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