As pausas competitivas são tremendamente nefastas.
Na ausência de golos leoninos, penáltis fantasma a favor do benfica ou
alguma outra sem-vergonhice, os adeptos do Sporting têm que se manter ocupados.
Talvez por isso tenham franzido o sobrolho perante mais uma atitude desconchavada
do jovem Rúben Semedo.
Parece que, após a sua expulsão no jogo contra o porto B, o central
leonino terá atirado a camisola ao chão, num acto irreflectido.
Podemos (e devemos) analisar a atitude sob vários ângulos.
Num determinado ângulo, podemos avaliar o acto como…obtuso.
O jogador é reincidente em atitudes obtusas, como a conhecida
actividade nas redes sociais onde declarou amor ao rival histórico, bem como
outra mais recente que mereceu mão pesada da estrutura leonina.
Num ângulo mais aberto, podemos avaliar o acto como…raso.
Foi uma atitude de um jovem jogador, numa idade propícia a atitudes
descabeladas. Claro está que a maioria dos jovens contornam calmamente a fase de
aprendizagem, se exceptuarmos talvez alguns jogadores da selecção de sub21 que,
em 2003, escavacaram um balneário em França, alegadamente por terem sangue na
guelra.
Mas se olharmos à nossa volta, podemos avaliar o acto como…giro.
Sim, é giro observar que atletas consagrados de clubes rivais tiveram
atitudes semelhantes. O benfiquista Ricardo Rocha tirou a camisola e atirou-a
ao árbitro, uma atitude recriminada por Mourinho para camuflar a bota de Deco
que foi na direcção de Paulo Paraty. Já o portista Jorge Costa lançou a
braçadeira de capitão a alguns metros, mas a distância não foi homologada como
recorde europeu porque o vento soprava a velocidade irregular. Já Cardozo
tentou atirar Jejuns bem longe, na final da Taça, mas pisou o risco. Visto de um determinado ângulo, foi
um lançamento nulo.
O Sporting é
que não teve contemplações e, do ângulo em que observou o caso Semedo, teve um procedimento…recto.
Encostou o
jogador a uma parede e, com umas orelhas de burro virtuais, obrigou-o a um
pedido de desculpas público…um pouco à imagem do que se fazia antes do 25 de
Abril.
No entanto,
como só tinham passado 40 anos e 3 dias dessa data, nós compreendemos a mensagem.
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