Os
leitores mais fiéis deste blogue certamente terão notado um decréscimo
acentuado da actividade, mas tal não se deve à natural decepção com o
estado de sítio que tem marcado as últimas semanas do clube.
Parte da culpa prende-se com a actividade profissional e a outra parte esteve relacionada com o tempo despendido na organização das celebrações do 10º aniversário do Núcleo da Carapinheira.
O Núcleo organizou neste
fim-de-semana um evento que contou com a presença de algumas figuras
ímpares da vida leonina, como os antigos atletas Carlos Sousa e Edgar
Vital (basquetebol), bem como os galardoados com o "Espiga 2012"
Cristiano Parreiro (Futsal), Ricardo Andorinho (ex-andebolista), Eng.
Gilberto Borges (Hóquei em Patins) e o "super-adepto" Vítor Araújo, mas
também nos brindaram com a sua presença o amigo Juvenal Carvalho (Paço
de Arcos) e outros Núcleos amigos (Estarreja, Ílhavo, São Bernardo,
Mafra, Brasfemes, Vila Nova de Anços, Figueira da Foz e Pereira) e, em
representação do Sporting, o engº. Godinho Lopes e engº. Rogério de
Brito.
No
entanto, hoje ainda não vou falar do evento que juntou largas dezenas
de sportinguistas num almoço-convívio que, por certo, ficará na memória
de todos os presentes e onde se elevou e vincou o ecletismo do Sporting
Clube de Portugal.
A
crónica relativa ao evento surgirá noutra altura por que, por agora, o
assunto do dia, do mês, do ano, é a grave crise por que passa o clube.
Não
bastava a nossa sina em termos nascido portugueses e termos que sofrer
diariamente com as agruras inerentes a esse estatuto, existe ainda uma
percentagem elevada de sofridos lusitanos que tem uma carga adicional de
sofrimento. Ser e viver Sporting deveria ser felicidade, deveria servir
para afastar as nuvens negras que a classe política simboliza, deveria
ser factor de união e irmandade.
Ser
sportinguista na Alemanha não deve ser tão doloroso, pois não ouvem
falar da crise da dívida soberana, dos cortes na saúde e educação ou no
desemprego galopante, só para mencionar alguns.
Ser
sportinguista em Portugal é ouvir e sentir tudo isso e, ainda, assistir
ao degradante espectáculo que algumas figuras teimam em oferecer,
sintomático sobre a qualidade dos intervenientes.
Como se perder no terreno de jogo já não fosse suficientemente doloroso!!
Como se perder no terreno de jogo já não fosse suficientemente doloroso!!
Dizem...e gostava de acreditar, que o Sporting (e os sportinguistas) são diferentes.
Estes
dias, alguns têm demonstrado que o covil do leão também alberga gente
que não só nos envergonha como nos fazem duvidar desse epíteto que
alguém nos colocou.
Tenho
perdido excelentes oportunidades para comentar frases de Dias Ferreira
ou Eduardo Barroso, só para citar alguns, bem como as contra-respostas
pelo presidente do clube, mas não irá faltar lenha para o que se está a
cozinhar em lume brando.
Por
falar em Godinho Lopes, foi precisamente no almoço de aniversário
do Núcleo da Carapinehira que Godinho Lopes proferiu as (inflamadas)
palavras que ecoaram
pela comunicação social, internet e na cabeça do conhecido cirurgião.
Em
relação a esse momento, ao qual o nosso Núcleo figurará como pano de
fundo, devo referir que é curioso verificar como uma mentira se propaga a
um ritmo alucinante. No caso concreto, o motivo é irrelevante, mas
ficou para mim muito claro como as notícias são simplesmente copiadas
pelos mais diversos órgãos de comunicação.
A
famosa frase dos "abraços nas vitórias e facadas quando
se perdem jogos" foi efectivamente proferida no discurso do presidente
mas, ao contrário do que TODOS os órgãos de CS e sites referem, que pude
consultar online (e foram dezenas) não aconteceu na inauguração da
sede do Núcleo da Vila da Carapinheira.
Aconteceu na Quinta do Taipal, local onde se celebrou o evento.
É um mero pormenor? É, mas não deixa de ser sintomático sobre a forma como se produz a informação em Portugal.
Entretanto,
enquanto escrevo esta crónica, a notícia do dia deixa de ser a derrota,
a falta de treinador, o sub-rendimento da equipa com um orçamento ímpar
ou os ataques entre presidentes de CD e AG, e passa a centrar-se nos
abandonos de Luís Duque e Carlos Freitas.
Sinceramente, já deixei de saber o que passa por ser uma boa ou uma má notícia.
A
minha noção de desestabilização do plantel e do clube tem sofrido
muitos ajustes e fico sem saber se esta é uma óptima ou uma péssima
notícia.
Só
sei que, na minha perspectiva, na eleição que ocorreu há sensivelmente
ano e meio, Duque foi o trunfo na manga que fez pender os indecisos.
Mesmo
que, passado este curto tempo, a maior parte dos que optaram por esta
lista não tivesse mudado de opinião, esta decisão vem fragmentar, de
modo quase irremediável, a confiança de quem ainda acreditava na
presente Direcção.
Resta saber se se trata de uma questão desportiva...ou política.
É que isto faz-me lembrar aqueles métodos para legitimar uma nova candidatura.
Como
ser sportinguista em Portugal é deveras complicado, amanhã pode o Vítor
Gaspar lembrar-se de anunciar um novo pacote de medidas de austeridade
bem como o Sporting voltar a ser falado, pelos piores motivos.
O pior é que, em ambos os casos, este poço parece não ter fim.
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