quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Gang dos galifões

Afinal, tudo não passou de um pesadelo.
Hoje acordei e encontrei, após rápida procura, a classificação do campeonato da corrente época.
Afinal estamos no topo, isolados, e com a concorrência a larga distância.
Curioso é verificar por onde andam os nossos eternos rivais.
Parece que foi feita justiça.

Merda, agora é que reparei. Este, afinal, é o campeonato dos cartões!
Além disso está desactualizado, porque já conseguimos aumentar a distância para o segundo...e para os últimos.

Temos um plantel recheado de jovens, alguns ainda imberbes e com cara de moçoilos mas, ao ver esta tabela, parece que foram convocados na ala 3 da prisão de Caxias. 
A imaturidade poderia justificar algo, se as outras equipas não tivessem também jovens jogadores.
No entanto, só os nossos é que distribuem pau ou são demasiado irreverentes.
Curioso é verificar que os 4 cadastrados que se seguem, juntos, têm mais cartões que todo o plantel de Benfica ou Porto.
E nem sempre jogam, tirando o holandês.
Imaginem então a chacina que seria, juntar todos estes num jogo inteiro.
Ah, e falta o líder da tabela e da quadrilha.
Rojo, o cabecilha, continua a monte.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Correio da Manhã...atacado

Ontem já tinha sido possível ver na televisão a visita de Godinho Lopes aos municípios algarvios afectados pelo recente tornado, na antecâmara do jogo de beneficência que a equipa principal irá efectuar com uma selecção do Algarve.
Nas imagens que tivemos acesso foi também possível constatar alguma da (mais que compreensível) insatisfação de uma pequena falange de adeptos leoninos, sendo talvez de estranhar o facto dela ser tão pouco numerosa, se pensarmos nas dimensões da crise que o clube atravessa.
Talvez as pessoas estejam cansadas de tanto se manifestar na outra crise que afecta, aí sim, todos os portugueses.
Pois bem, apesar de não ser este o local para apoiar ou criticar estes adeptos, não posso deixar de enfatizar a capa de hoje do (quem mais??) Correio da Manhã.
Ao ver a capa, de onde sobressai a fotografia dos indignados sportinguistas, com o título "Adeptos do Sporting atacam Godinho", ainda pensei que as televisões tivessem censurado o que por lá se tivesse passado.
As fitas da GNR, como as que se pode ver na foto anexada, parecem indiciar o local de um crime, pelo que os jornalistas talvez se tenham deixado levar pela emoção.
Claro está que há diversos tipos de ataques, como o verbal, mas da próxima vez que o CM fizer alusão, por exemplo, ao ataque de um cão, poderemos aferir que o animal, afinal, estava somente a ladrar (sem com isto querer fazer qualquer tipo de analogia).
Fica então a questão: A referida publicação venderia menos jornais se escrevesse, Adeptos do Sporting contestam Godinho?. 

A imagem escolhida pelo blogue também é elucidativa quanto à dimensão dos protestos.
Terá sido necessário recorrer ao método aperfeiçoado de contagem de manifestantes, posto em prática pelo americano Steve Doig, para chegar à conclusão que terão estado entre...7 e 8.
A referida contagem tem a ver com a área onde decorre a manif mas, neste caso, adoptámos o método de contagem de pernas pois havia, notoriamente, cabeças a menos.  
Se, infelizmente, o Sporting tem feito capas de jornais por culpa própria este é, sem dúvida, mais um triste e rebuscado "chafurdanço", só ao alcance de publicações devidamente rotuladas.

São as notícias por atacado...do Correio da Manhã.



Sporting B - Feirense (directo) 16.00 horas

O Sporting B recebe o Feirense, a partir das 16.00 horas, em jogo a contar para a 15ª jornada da II Liga. A equipa leonina, líder da competição, conta ainda um jogo a menos, em virtude do adiamento da partida do Restelo, em virtude das más condições do terreno de jogo. Pode acompanhar o jogo na ligação que aqui disponibilizamos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sabedoria popular

Diz a imprensa que o presidente do Sporting foi esta terça-feira confrontado por um grupo de jovens que reclamavam, com palavras de ordem e cartazes, a sua demissão.

O incidente aconteceu no final da visita às piscinas municipais de Silves, concelho onde o líder leonino presenciou os efeitos do tornado de 16 de Novembro.

Godinho Lopes desvalorizou o incidente, considerando que "a família sportinguista é livre de se manifestar".
Disse também Godinho Lopes que a sua principal preocupação é juntar os sportinguistas e dizer-lhes que "depois da tempestade vem sempre a bonança".

Não sei se este provérbio adoptado diz respeito ao tornado que assolou o Algarve ou se será para florear o momento que se vive em Alvalade.
Seja ou não relativo ao fenómeno, poderia também ter dito, "não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe".
Ainda no campo meteorológico, há quem diga que "quem semeia ventos colhe tempestade".

Nós sabemos que..."palavras, leva-as o vento"...tal como as promessas, mas de qualquer modo devemos estar atentos às palavras e aos vendavais.

Também há quem diga que "quem foi ao vento, perdeu o assento", mas há sempre quem tente contrariar o que está escrito nas estrelas, e nas entrelinhas (não confundir com estrelinhas).


No entanto, também há o reverso da medalha, como aquele ditado que diz, "um mal nunca vem só".


Apesar de tudo, pelo que tenho lido, muitos sportinguistas estão ainda crentes na provérbio..."água mole em pedra dura...".

Mesmo que saibamos que "para grandes males, grandes remédios", chega-se a um ponto que de nada serve "chorar pelo leite derramado".

Liga dos champignons

Ontem foi dia de mais uma machadada na auto-estima dos sportinguistas.
Um empate com o último classificado do campeonato, o tal que já nos tinha eliminado da Taça de Portugal, vem aprofundar a crise e exponenciar os números.
A última vitória fora vai chegar, no mínimo, aos 238 dias, nos últimos 11 jogos temos 1 vitória, 4 empates e 6 derrotas, no campeonato temos 2 vitórias em 10 jogos, somos o 2º pior ataque da prova, estamos em 10º lugar e com jogos de alto grau de dificuldade nas próximas jornadas, estamos a 11 pontos do topo mas...o que deve preocupar, a 4 pontos da linha de água.
Pior ainda, não temos futebol nem perspectivas de o ter.

Por tudo isto, deixei de ser capaz de ver os nossos jogos, apesar de ainda ter assistido à última vergonha europeia.

Por norma, sempre fui fiel a ver e sofrer com os jogos do Sporting e a assistir, de um modo lúdico, sem stress e descomplexado, a jogos de várias ligas europeias.
Tenho as minhas preferências em Espanha, Inglaterra, Alemanha ou Itália mas, sofrer, só sofro com o Sporting.
Nas competições internas também deixei de ter, por hábito, ver outros jogos sem ser os nossos, e muito menos de equipas que lutam para não descer de divisão.
Aqui, parece que posso incluir o Sporting actual.
Também por isso, pela fraca qualidade a que estamos votados, recuso-me a ver.


Durante as sucessivas crises directivas, que têm arrastado o clube para o abismo, muito se falou da belenização do Sporting.
Sem saber até que ponto o actual momento é circunstancial, parece-me contudo evidente que a crise actual é o auge da Pongolização do Sporting.
Há muito que alguns apontavam a falta de qualidade e de critério da escolha de jogadores mas, se a qualidade intrínseca estivesse no ADN da maioria no actual plantel, já teríamos certamente ultrapassado a crise de resultados.

Esta época e,quem sabe, a história do Sporting irá também ficar marcada pela audácia na escolha da cor dos novos equipamentos.
O laranja agradou a muitos (nos quais me incluo) e perturbou outros tantos, mas a escolha parecia ter sentido.
Mesmo que o importante seja o conteúdo, e não o invólucro, diria que esta época já estive de todas as cores. Vermelho de raiva, amarelo de vergonha...cinzento, como o futebol praticado... e só espero não vir a estar de  luto.
Por falar em amarelo, o Paços de Ferreira pode hoje chegar ao 3º lugar, aquele para o qual ainda dizem que olhamos e dá direito à Champions.
Será a sportinguização da equipa da capital do móvel?
Será o 3º grande?

Nós, por este andar, só se for a Liga dos champignons.




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Moreirense - Sporting (directo)

O Sporting joga hoje em Moreira de Cónegos o encontro que encerra o primeiro terço do campeonato.
Nos primeiros 9 jogos, a ridícula contabilidade indica 10 míseros pontos (praticamente um por jornada), 7 golos (menos de um por jogo) e duas singelas vitórias (22%).
Estar a perspectivar ou a fazer antevisões dos jogos do Sporting tornou-se matéria de alto risco, pelo que, como diria uma célebre personagem, previsões...só no final. 
Seja o que Eles quiserem, ou puderem. 
Pode acompanhar em directo o desenrolar do jogo a partir das 20.15 horas, na SportTv1 ou numa das ligações que  disponibilizamos.






Moreirense - Sporting   (link 1)



domingo, 25 de novembro de 2012

O barco está a adornar

Em vésperas de mais um jogo para o campeonato, Franky Vercauteren veio tecer as habituais declarações que não são mais que a sua obrigação, enquanto líder da equipa.
Já estamos habituados a ouvir os discursos agregadores dos treinadores, tal como habituados estamos a ouvir dos jogadores, desde há imensos anos, as célebres frases..."há que levantar a cabeça" ou..."há que continuar a trabalhar" após mais um resultado comprometedor.
Poderia e deveria encarar as palavras de Franky com optimismo se, por exemplo, tivesse constatado alguma evolução ou sentido que as declarações na véspera do jogo europeu tivessem tido repercussão em campo.
Recordo que na antevisão do jogo com o Basileia disse, entre outras coisas, que o Sporting teria que ser uma equipa dinâmica, com 11 pontas-de-lança no momento de atacar e 11 defesas, no momento de defender.
O que vimos foi, afinal, o oposto...aliado a uma atitude e entrega lastimáveis da esmagadora maioria dos atletas do Sporting.
Pois bem, dado que deixei de acreditar em previsões e promessas, e como também deixou de imperar a lógica nos nossos jogos, nem sequer irei perder tempo a perspectivar o que está em fermentação para o próximo jogo.
No entanto, achei curiosa a frase de Vercauteren, ao dizer que:

"A minha função é motivar a equipa. Quando ganhamos, ganhamos todos e quando perdemos é a mesma coisa: perdem os jogadores e o treinador. Estamos todos no mesmo barco e se ele afundar, afundamos todos".
Eu diria que o barco já começou a adornar!!

Eu sei que o nosso treinador está a utilizar uma metáfora para justificar a união...para o bem e para o mal mas, dado que a frase não se aplica ao jogo com o Moreirense mas é sim aplicável à época que ainda só vai chegar ao seu 1º terço, devo recordar que se o barco afundar no final da época a maioria dos profissionais irá à sua vida, e serão os adeptos que terão que aprender a viver ...abaixo da linha de água.
Serão os adeptos que terão que usar máscaras para poder respirar, ou para tapar a vergonha.
No limite, poderão passar a usar umas escamas protectoras, para se adaptarem a habitats que nos são completamente estranhos, enquanto alguns dos mercenários que decidiram mascarar-se de jogadores do Sporting poderão procurar outra vítima.

Apesar disto, também é possível encontrar palavras sábias, no discurso do treinador.
Perguntaram-lhe o que pode prometer para a temporada, e se acreditava ser possível chegar ao terceiro lugar. 
Vercauteren defendeu que é preciso prometer menos e fazer mais.
Estando no essencial carregado de razão, era no entanto possível ser mais  exigente e dizer que é preciso fazer...MUITO mais.




sábado, 24 de novembro de 2012

Belenenses - Sporting B (directo) ADIADO

O líder da Segunda Liga, Sporting B, desloca-se ao Restelo para defrontar o actual 2º classificado, naquele que é o jogo mais importante desta 11ª jornada.
Numa altura em que os olhos estão, mais que nunca, colocados nos jovens do nosso plantel, em virtude dos resultados que afligem a equipa principal, nada melhor que um bom teste às suas capacidades para aferir, uma vez mais, da pertinência em quem acredita estar aqui parte da solução imediata.
Pode acompanhar em directo o desenrolar do jogo a partir das 18.00 horas, na SportTv1 ou numa das ligações que  disponibilizamos.


Edit: DEVIDO AO ESTADO DO RELVADO, O JOGO FOI ADIADO



Belenenses - Sporting B  (link 1)


Resultados na hora

Futebol -Juniores (finalizado)

Olhanense 1 Sporting 3 



Andebol (finalizado)

Avanca 18 Sporting 31



Futsal (finalizado)

Cascais 1 Sporting 5 (Paulinho, Divanei (2), João Matos, Alex)

Futsal - Juniores (finalizado)

Belenenses 3 Sporting 6 








Ler a sina

As previsões valem o que valem, venham elas da Maya, do Prof. Bambo ou de um especialista em estratégia e finanças.
A análise que a seguir publico, tornada pública no início destes mês de Novembro no site da APEFI, pode indignar alguns, deixar indiferente à maioria mas, por força dos mais recentes episódios da crise leonina, fará uns quantos meditar, nem que seja por um minuto.
É possível e espero...até ao desespero, que se engane rotundamente no negro quadro que é pintado.
No entanto, como cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém (é o que dizem) vou guardar nos próximos 15 anos (se por cá ainda andar) a leitura da sina do Sporting,  para poder comparar com a realidade que se for construindo.
 
 
"Tendo-me especializado nos últimos 15 anos em antecipação económica e social, sempre olhei o futebol, e o meu Sporting com o receio velado de que o que hoje se está a passar pudesse vir a acontecer. De alguma forma fui-me preparando psicologicamente para estes tempos tal como aconteceu em outras áreas da minha vida pessoal e profissional. Assim, escusei-me a fazer previsões públicas sobre o tema do futebol por receio de perder a objectividade necessária a analisar o assunto com a frieza de quem apenas observa. No entanto, a pedido de todos os que comigo privaram sobre estes assuntos, resolvi dar a minha previsão sobre o futuro do Sporting, do Benfica, do Porto e do futebol nacional e internacional em geral nos próximos 15 anos.  Peço desde já desculpa pela falta de isenção que demonstro em algumas afirmações, mas sei que não afecta a objectividade da previsão, apenas afecta a paixão com que o posso dizer.
Pode não agradar a muita gente, inclusivamente a mim próprio, mas é a minha opinião técnica, de quem está habituado a antecipar acontecimentos futuros por razões profissionais. O futuro é o futuro, goste-se dele ou não. Apesar de arriscado decidi dar datas por estar habituado a elas na antecipação social e política que faço. Devem ser tomadas como guias apenas.
Por isso, nas próximas linhas que fique o clubismo de lado ( ou nem por isso).
Competições:
No meio desta crise europeia vai ser inevitável mudar tudo quer na Liga dos Campeões quer nas próprias regras. As ligas nacionais irão perder peso e em substituição irão ser alargadas as ligas europeias. Provavelmente teremos uma Liga dos Campeões como o Barcelona quer, com 64 equipas, com menos dinheiro para os prémios de participação mas mais dinheiro para os prémios de vitória. Assim se vai combater a crise com mais espectáculos para patrocinar ao mesmo tempo que os grandes clubes amealham mais euros devido às vitórias contra as equipas mais fracas. Acredito que em vez de se aumentarem o número de grupos se poderá aumentar de 4 para 5 ou 6 equipas por grupo.
As ligas nacionais perderão importância e serão quase todas reduzidas, para dar lugar a uma competição de elite europeia mais abrangente. Ganhar o campeonato nacional passará a ser secundário em termos financeiros relativamente ao apuramento para a 2ª fase dessa nova competição. Cada vitória será uma vitória desportiva e financeira.
Com a crise no sector publicitário, teremos um regresso às emissões em canal aberto pois só assim se conseguem audiências suficientes para manter o nível de encaixe financeiro actual. Veremos inicialmente uma tendência no sentido inverso mas que será Sol de muito pouca dura, tal como está a acontecer este ano no nosso campeonato.
Os estádios ficarão inicialmente mais vazios até ao ponto de ruptura, que mudará quando os grandes clubes impuserem regras financeiras apertadas (como um tecto salarial ou de transferências). Os preços descerão muito, assim como as comodidades para os adeptos. Será quando a crise financeira passará a funcionar novamente em favor da ida ao estádio e encherá novamente os eventos desportivos. No entanto, ir ao estádio deixará novamente de ser um programa familiar para se concentrar na juventude.
Aparecerão novos clubes grandes europeus, vindos de Moscovo, São Petersburgo, Istambul, Baku e Kiev. Estes novos grandes gradualmente substituirão os grandes de Manchester, Porto, Milão, Barcelona, Lyon e Bordéus. Reforçar-se-ão a nível nacional os clubes de Londres, Berlim,  Munique, Paris, Roma, Madrid e Lisboa.
Os clubes tradicionalmente industriais como o Manchester e o Porto, sofrerão muito com a crise beneficiando novamente cerca de 5 a 10 anos após o início da retoma.
FC Porto:
Infelizmente para os portistas, o reinado do dragão está a chegar ao fim. Não vai acabar já, mas vai acabando. Continuarão a ganhar campeonatos mas com menor regularidade. Existe uma vaga de fundo europeia, que por razões económicas está a penalizar as equipas que não sejam dos grandes aglomerados populacionais. O Porto, tal como o Manchester, PSV Eidhoven, Lyon, etc faz parte de um grupo de clubes que cresceram em torno de uma zona industrial poderosíssima. Com a crise industrial que atravessamos haverá mais assuntos com que se preocupar e haverá menos disponibilidade para investir no clube da região. Isto sempre assim aconteceu. Em contrapartida crescerão os clubes dos grandes centros populacionais que até agora eram relativamente pouco “subsidiados” por estas regiões se basearem no sector dos serviços e não na identidade industrial. Vemos agora a reaparecerem os clubes destes centros como o Arsenal, o Chelsea, o Bayern, o Ajax e obviamente o PSG. O futuro dos grandes clubes europeus pertence aos localizados em mega complexos populacionais e financeiros, não mais cidades industriais ao estilo de Manchester. Prevejo uma crise financeira no FC Porto algures nos próximos 5 anos talvez antes, fruto da falta de suporte financeiro regional e da redução brutal que o mercado futebolístico de transferências vai sofrer em breve. Dependendo do que se passar com o Sporting, esta crise poderá mesmo ser o fim do clube como o conhecemos, pois acontecerá num momento crítico da economia nacional e sem grande capacidade para regionalismos, pois a prioridade maior será o pão à mesa das famílias.
Benfica:
Os próximos 15 anos deverão ser excelentes para o Benfica, pois tudo joga a seu favor. Na Europa os clubes que melhor enfrentarão esta crise serão os baseados nos mega centros populacionais, nos quais Lisboa se enquandra bem melhor que o Porto. Em Portugal, sempre que um meio de comunicação desportivo novo aparece, muda o sistema em vigor. Foi assim com a Bola (1945, começa hegemonia do Sporting), com a RTP a iniciar emissões de futebol (1957, começa hegemonia do Benfica) e com o Jogo e Olivedesportos (1984 e 1985 que dá início ao período de alternância Porto/Benfica) e Sportv (1991 dá hegemonia completa ao FC Porto). Hoje em dia a BenficaTV representa tanta revolução quanto a causada pelos exemplos anteriores, sobretudo quando desafia o status quo da Olivedesportos. Sente-se no ar a onda de alternância vivida a partir de 1985 e por isso o Benfica deverá começar a conquistar mais regularmente campeonatos até obter hegemonia dentro de 5 a 7 anos. Além disso, as pisadas de Luís Felipe Vieira são muito semelhantes às de Pinto da Costa, pelo que teremos finalmente o chamado Benfica à Porto dentro em breve. O Benfica terá também a sua crise financeira à porta, mas a nova ordem instaurada pela BenficaTV e outros media capitalizará o sentimento do benfiquismo e deverá com isso trazer recursos financeiros preciosos. O desígnio benfiquista será nacional enquanto que o portista será regional, pelo que é óbvia a escolha política de salvamento quando chegar esse momento.
Sporting:
O momento de decisão será no próximo ano. As dívidas do clube nunca serão pagas, fruto do encolhimento das receitas devido à crise. Por mais reestruturações que se faça, o Sporting será o espelho do país a nível financeiro. A dívida nunca é para pagar. Isto trará consigo um problema que é o de manter um clube baseado numa ideia de grandeza que nunca se compatibilizará com as finanças do clube. A pressão dos sócios apenas antecipará o momento da verdade que eu prevejo ser entre 2013 e 2014.
Caso nada de radical se faça, chegará a época de 2014/2015 com um orçamento reduzido e com objectivos de alcançar a Liga Europa. Isto marcará um declínio relativamente rápido até à mediocrização total do clube. A sua base de apoio reduzir-se-á lentamente, com a desmotivação da maior parte dos adeptos, quer seja pelos resultados quer seja pelas próprias circunstâncias da vida neste crise. Os resultados do Sporting serão fácil desculpa para se relegar a ida ao estádio e outras actividades relacionadas com o clube como superfluas. Dentro de 15 anos a base de apoio do Sporting deverá reduzir-se em cerca de 50%, tornando inviável o clube como um dos grandes.
A outra solução, eu diria mesmo, a solução ideal seria a adoptada já pela Fiorentina e pelo Rangers, ou seja a falência e refundação imediatas do clube. Isto abalaria a base de sócios e de adeptos mas como seria tomada de imediato esta perda não ultrapassaria os 5 a 10%. Nos escalões inferiores seria fácil a subida pois a massa crítica sportinguista continuaria a apoiar o clube tornando-o grande demais para não subir. O Sporting deixaria de se preocupar com os seus activos, que hoje são grandes dores de cabeça como o estádio e outras infraestruturas. Alugaria estes mesmos espaços a preços ridículos pois são espaços que não teriam hipótese de ser aproveitados de outra forma, outra das “vantagens” de vivermos em crise. Continuaria quase do mesmo modo, contudo não teria dívidas. Seria de esperar que em 3 a 4 anos o Sporting estaria em condições de lutar pela Europa novamente ( a Fiorentina levou apenas 3 anos a subir 5 divisões) e apareceria na 1ª Liga em força quando a crise financeira global estivesse no seu auge, cerca de 2018/2019. Nesta altura os clubes rivais Porto e Benfica terão as suas crises financeiras, embora não tão graves quanto a do Sporting, mas o Sporting estaria livre de encargos e com a massa adepta galvanizada novamente. Teria então francas possibilidades de ser o clube mais rentável das ligas nacionais, à semelhança da Fiorentina que depois de declarar insolvência é hoje o clube mais rentável da liga italiana.
Este último cenário é o mais temido por parte das estruturas do Porto e Benfica. De facto, a crise do Sporting dá muito jeito a estes clubes para que num futuro próximo possam dividir as receitas do futebol, que estão em franco declínio apenas por 2 em vez de 3, repartindo assim os recursos por Olivedesportos e BenficaTV. Mesmo que seja a Liga a concentrar estes recursos, será mais rentável dividi-los por 2 clubes apenas. Isto significa que interessa e muito aos clubes rivais que o Sporting se mantenha em crise mas que não acabe.
No entanto, quando se fala em insolvência e refundação estes falsos amigos em uníssono dizem não. Todos se tornam amáveis e inspiradores para que o Sporting não necessite de declarar insolvência. Claro está o porquê de tanta amizade, é que a crise vai chegar-lhes também e não interessa nada ter um rival livre do maior problema que afecta os clubes, a dívida.
Falei atrás do futuro do FC Porto ligado ao que acontecerá com o Sporting. Caso se opte pela insolvência, é possível que o Porto venha a passar um péssimo momento dentro de 5 a 7 anos. Caso se opte por definhar indefinidamente, as receitas pertencentes ao Sporting serão transferidas pela lei de mercado televisivo e publicitário para suportar Porto e Benfica, tendo o Porto muito mais a ganhar com isso.
É necessária coragem mas sobretudo visão. Não é preciso inventar nada pois lá fora já se trilhou este caminho. A Fiorentina é um excelente exemplo. Descer temporariamente aos escalões inferiores não é assim tão dramático como demonstraram as experiências da Juventus e do River Plate. Este crise está ainda no final do seu primeiro terço. Ainda falta acontecer muita coisa para que se possa dizer que já batemos no fundo. As ondas de mudança estão aí, resta saber se o Sporting quer tentar pará-las ou aprender a surfá-las."


Retirado de:
http://apefi.eu/?p=561

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Virar a página

No dia seguinte a mais uma tragédia, tudo permanece igual.
Ainda pensei que iria acordar com alguma notícia que me pudesse transmitir esperança mas, tal como a história do sapo que ontem reproduzi, parece que o lume continua brando.
Na hora da derrota tudo parece mal, tudo é posto em causa. 
No entanto, o que há muito está em causa é a sobrevivência do próprio Sporting, e parece que ninguém encontra soluções.
Vejo os adeptos a afastar-se, os sócios a interrogar-se, algumas mediáticas figuras e ex-candidatos a apontar erros, mas não vejo soluções.
Nem sequer um murro na mesa.
É normal que na hora da derrota surjam as aves de agoiro, os papagaios que tanto mal têm feito ao clube mas, na longa queda para o abismo, até alguns desses parecem ter migrado.
Do propalado projecto que venceu as últimas eleições, não resta mais que fogo-fátuo.
Após as saídas a conta-gotas de Domingos, Carlos Barbosa, Paulo P. Cristóvão, Duque e Freitas, entre outras remodelações, resta Godinho Lopes, auto-nomeado responsável máximo para o futebol, a verdadeira força motriz do clube.
Sem o futebol ou com este a a anos-luz do que nos habituou, o clube definha a cada dia.
Por esse motivo, até algumas das promessas eleitorais que venham a ser concretizadas perdem importância.
A TV Sporting, por exemplo, que terá certamente a sua vertente economicista em primeiro plano, terá mais dificuldade em singrar, pois será complicado cativar possíveis parceiros e clientes, face ao presente desportivo.
É que, para os mais distraídos, também as modalidades há muito que perderam o seu estatuto, e só o passado permite orgulhar-nos e acenar com a bandeira de maior potência desportiva nacional.
Apesar do futsal e ténis-de-mesa nos irem dando umas alegrias pontuais, o nosso lugar no actual panorama extra-futebol também é desolador.
O andebol arrasta-se há anos sem um projecto sólido mas com custos permanentes, o atletismo ficará a assistir às vitórias rivais nos próximos anos, graças a um forte desinvestimento e os projectos do hóquei e basquetebol quase que têm de se valer por si próprios, para sobreviver.
No passado fim-de-semana perdemos em andebol, basquetebol, hóquei-em-patins, ténis-de-mesa, râguebi, pólo aquático...enfim, um deserto absoluto, mesmo sabendo que algumas das secções merecem a nossa confiança e que os projectos são ainda uma criança.
O contrato com a autarquia de Odivelas também teve o seu lado positivo, pois permitiu centralizar finalmente a maioria das modalidades e os adeptos que andaram, anos a fio, de mochila às costas, mas deixa no ar a desconfiança que o pavilhão do Sporting estará adiado, sine die.
Eu sei que as modalidades só servem para alguns adeptos camuflarem a perda de estatuto no futebol face aos rivais , e que a maioria só se revê na política e nos resultados do desporto-rei mas, quem vive Sporting, devia também questionar o rumo tomado, mesmo que Godinho faça visitas guiadas a Salvador, orgulhoso com o legado herdado e bradando o nosso ecletismo.
Resta dizer que a posição que este blogue tomou, desde o início, foi de distanciamento para candidatos ou presidentes, limitando-me a dar uma opinião independente, mesmo que também ela seja susceptível de ser contrariada. Nunca enveredei pelo campo da política...desportiva.
No entanto, no presente momento, e apesar de raras vezes me ter pronunciado sobre questões colaterais, penso que o Sporting precisa um novo rumo, seja com quem for.
Tal como a maioria, excepto alguns espíritos optimistas que ainda pensam que isto não passa de um problema da bola entrar ou não entrar (desde a pré-época) e que é preciso dar AINDA (e sempre) mais tempo, acredito que o futuro do Sporting é hipotecado, a cada vergonha que assistimos.
Está nas mãos de alguns responsáveis e de outros tantos irresponsáveis, o virar da página mais negra da nossa longa história.
Estas, tal como as debruadas a ouro, também ficarão registadas para a posteridade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O sapo


Já fiz referência a esta analogia num comentário recente, e decerto será conhecido por muitos dos leitores do blogue mas, no momento actual, parece-me adequado e nada desproporcionado recordar o estudo do "Sapo e da água a ferver."
Parece-me adequado porque o momento do Sporting é extremamente preocupante e porque o sapo é um dos animais que podem, a breve trecho, substituir o animal que domina o nosso símbolo. 
Sim, temos engolido tantos sapos que, qualquer dia, nos confundimos com o próprio batráquio.
Além disso, este estudo pode encaixar-se perfeitamente no sentimento e inacção da maioria, pois quer-me parecer que a água em que o clube está imerso já está quase em ponto de ebulição, e todos permanecemos e assistimos, impávidos, à morte lenta.

Assim:
 
Vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve.
Inchado e feliz.

Por outro lado, outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo, salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, porém vivo!
Às vezes, somos sapos fervidos. Não percebemos as mudanças.

Achamos que está tudo muito bom, ou que o que está mal vai passar – é só questão de tempo. Estamos prestes a morrer, mas ficamos boiando, estáveis e apáticos, na água que se aquece a cada minuto. Acabamos morrendo, inchadinhos e felizes, sem termos percebido as mudanças à nossa volta.
Sapos fervidos não percebem que além de serem eficientes (fazer certo as coisas), precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E para que isso aconteça, há a necessidade de um contínuo crescimento, com espaço para o diálogo, para a comunicação clara, para dividir e planejar, para uma relação adulta. O desafio ainda maior está na humildade em atuar respeitando o pensamento do próximo.
Há sapos fervidos que ainda acreditam que o fundamental é a obediência, e não a competência: manda quem pode, e obedece quem tem juízo. E nisso tudo, onde está a vida de verdade? É melhor sair meio chamuscado de uma situação, mas vivos e prontos para agir.





Na lama

Mais uma vez, o nome do Sporting foi lançado na lama.
Pela enésima vez, esta época.
O que se passou no jogo de hoje seria inacreditável, se não tivessemos visto já filmes semelhantes, nos dolorosos meses desta infindável época.
Estar a adjectivar cada um daqueles jogadores que vestiram a nossa camisola... a nossa histórica e sagrada camisola, é missão impossível.
Deixaria Patrício, como é óbvio,  de fora da cruxificação colectiva.
Quando esperávamos a tal dinâmica colectiva apregoada por Vercauteren, com 11 a atacar e 11 a defender, num jogo decisivo para a recuperação anímica e para o futuro na competição, demos de caras com uma equipa amorfa, rendida, psicologicamente morta e fisicamente impotente...ou vice-versa.
Nem sequer questiono questões tácticas ou técnicas.
Inclusivamente, podíamos ter sofrido uma goleada histórica, precisamente quando jogávamos contra 10 jogadores.
Não sei qual o futuro deste grupo de jogadores (a isto não se pode chamar equipa) e, por inerência, qual o futuro do clube e da imagem que tem a defender.
No entanto, como nem tudo pode ser mau, temos que nos agarrar à ideia que o Basileia simplesmente evitou que esta equipa enxovalhe mais o nome do Sporting, por essa Europa fora.
A grande interrogação a ser respondida, no que falta de época, poderá ser...
Será que para o ano teremos o nosso clube na Europa?
É que volto a acreditar que qualquer equipa nos pode ganhar.
Com 10.
Com 9.

Basileia - Sporting (directo - live)

Já falta pouco tempo para o Sporting conhecer (ou talvez não) o seu futuro na Liga Europa.
O talvez não seria um excelente pronúncio, pois quereria dizer que nada fica decidido hoje.
Nos últimos 3 anos, o clube conseguiu passar como 1º classificado e com poucos apuros a fase de grupos, contra rivais como Lazio, Lille ou Herta Berlim.
Esta época ocupamos o último lugar de um grupo com pouca qualidade mas de rádio no ouvido, porque as contas são fáceis de fazer e não será necessário calculadora.
O Sporting tem que vencer o Basileia e o Videoton não poderá ganhar ao Genk.
Fácil!!
Se esta conjugação de resultados acontecer, por milagre (como pede Schaars) ou pelas contigências do futebol, ao Sporting bastará ganhar em casa aos húngaros.
No entanto, é nos jogos de hoje que estará a nossa atenção depositada.
O Sporting tentará provar que as melhorias evidenciadas na primeira parte do jogo contra o Braga são efectivas e mais duradouras. 
Gostei da visão de Vercauteren no modo a colmatar as lacunas ofensivas (e defensivas) da equipa. O Sporting terá 11 pontas de lança e 11 defesas, porque o importante é a dinâmica da equipa.
Só espero não ver Patrício na área adversária, porque já aconteceu por diversas vezes e é mau sinal.
Neste grupo tem predominado o factor casa, o que não deixa antever facilidades.
O Videoton venceu os seus dois jogos em casa, enquanto o nosso adversário de hoje ainda não perdeu no seu terreno. Além disso, luta também, e com mais hipóteses, pela qualificação para a próxima fase, pelo que iremos encontrar um adversário aguerrido e com a mesma fome de pontos que nós.
Já o Genk, o tal que nos poderia dar nova vida (façamos nós a nossa "obrigação") poderá querer assegurar a qualificação e primeiro lugar do grupo, mas não é para eles um jogo de "vida ou de morte", o que até poderá ser uma ajuda.
O jogo pode ser visto na SIC, a partir das 18.05, ou num dos links que disponibilizamos.







Alegado

Jeffren foi notícia no início da semana pelo alegado interesse do Liverpool nos seus serviços.
Alegado é um termo sempre adequado, cada vez que se menciona a comunicação social. Vale que, cada vez que o faço, coloco sempre as maiores reservas, todas as aspas que encontre e, mesmo assim, deixo sempre em aberto a possibilidade de tudo não passar de mais um sonho molhado, de qualquer jornalista.
Pois bem, o jogador espanhol desmentiu, através do Twitter, qualquer ligação com o seu ALEGADO representante, Jorge Llagostera.




Não sei se é complicado tentar confirmar determinadas declarações vindas, neste caso, da complicada teia de intermediários e interesses,  tecida no mundo do futebol.
Numa breve e simples pesquisa, foi possível constatar que o nome do nosso jogador não consta da carteira de jogadores do agente, publicada num determinado site mas, de qualquer modo, pode não ser suficiente para convencer um qualquer jornalista, sentado numa cómoda poltrona.
É muito mais simples debitar a notícia e, caso venham a desmenti-la...ter mais uma notícia para dar.
É para isso que, pelos vistos, servem os jornais. 
Vender papel.
Carteira de jogadores de LLagostera

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sporting - Celtic (directo - live) NextGen Series

O Sporting recebe hoje o Celtic de Glasgow, a partir das 18.30, em jogo que vai encerrar a 5ª jornada do Grupo 4, na NextGen Series. A equipa júnior só depende de si para passar à fase seguinte da competição, e a vitória pode garantir o 1º lugar do grupo. Já o empate também permitirá seguir em frente na prova, mas não garante imediatamente o 1º posto.

Fome e esperar, faz desesperar

O jornal O Jogo diz hoje que, "Se não vencer na Suíça, esta equipa dos leões passará a deter o recorde de jogos consecutivos sem ganhar fora".
Devem estar a referir-se ao período entre a vitória por 2-3, na Choupana, em jogo a contar para a 27ª jornada do campeonato passado, realizada no longínquo dia 22 de Abril, até ao presente.
Serão, portanto, 214 dias até ao dia do jogo na Suíça, onde se incluem os dias em que não houve competições.
Sim, são estatísticas dolorosas e preocupantes, como outras que temos coleccionado nos últimos anos e às quais já fiz referência, pontualmente.
Se desta triste época recuarmos até esse jogo com o Nacional, podemos contabilizar 10 jogos sem o doce sabor da vitória, e se a estes juntarmos a final da Taça, em campo neutro, serão 11 jogos sem vencer fora de Alvalade.
É muita fruta, convenhamos.
Já no ano passado estivemos entre Outubro e Fevereiro à espera de uma vitória fora, mas foram necessários apenas (!!!) 7 jogos de jejum para a saborear.
É a triste realidade.
Talvez só recuando à década de 90 podemos encontrar registo semelhante, pois entre o dia 3 de Dezembro de 1989 e o dia 26 de Agosto de 1990 passaram 267 dias, e também 11 jogos sem vencer longe do nosso habitat.
Era na altura em que se dizia que o Sporting não chegava ao Natal.
Na presente época, disse-se que o Sporting não chegou ao São Martinho.
Pois bem, estas são realidades indesmentíveis e não podemos escamoteá-las. 
No entanto, apesar do laborioso trabalho de investigação que os jornalistas desportivos executam e que farão merecer cada cêntimo do seu ordenado, seria também interessante que, de vez em quando, pesquisassem alguns parâmetros do jogo que podem fazer com que estas estatísticas façam mais sentido.
Podiam por exemplo pesquisar o historial da nossa equipa com alguns árbitros, com os quais nunca ganhamos, e à quantidade e disparidade de cartões que estes (e outros)  mostram e aos quais o recente comunicado do Sporting fez uma breve alusão.
O Sporting já viu 38 cartões amarelos, mais 9 que a segunda equipa mais penalizada, o Olhanense!!
O Sporting viu mais 27 cartões que o Porto, 22 que o Benfica, 14 que o Sp. Braga, e é a equipa mais punida de todo o campeonato!
Seria interessante  fazerem também uma pesquisa exaustiva às grandes penalidades. 
Numa perspectiva histórica, claro está.
Passaremos o resto da vida a ouvir os rivais praguejar acerca do ano em que o Sporting beneficiou de algumas grandes penalidades, a esmagadora maioria justíssima e num ano em que Boloni ainda se queixou de terem ficado muitas por assinalar.
Ganhámos esse campeonato, é verdade. 
Será, então, que o rácio entre grandes penalidades e vitórias é importante para ganhar campeonatos? Provavelmente. Se assim não fosse, tinham-scalado passado pouco tempo.  
Também é interessante verificar que os maldizentes têm que recuar até ao início da década passada para encontrarem um ano em que tenhamos sobressaído da nossa triste sina.
Por isso seria tão importante fazer essa investigação, para saber quantos penaltis tem beneficiado o campeão e os seus rivais, a cada ano.  
Recordo, uma vez mais, o que disse o recente comunicado do Sporting, relativamente a esse tema.
Só duas equipas não tiveram até agora grandes penalidades a favor. Uma é o Sporting, a outra é o Paços de Ferreira.

Até à 9.ª jornada da I Liga, o Sporting ainda não beneficiou de qualquer grande penalidade, ao invés dos seus adversários mais directos: FC Porto (3), Benfica (3) e Sp. Braga (2). Duas das grandes penalidades a favor do FC Porto foram no jogo com o Sporting, ambas mal assinaladas, como foi unanimemente referido.
Claro está que não há estatísticas para golos na sequência de erros arbitrais, como o que ditou o empate do Marítimo aquando da nossa visita aos Barreiros mas, à vista desarmada, é fácil constatar que o jejum, apesar de todo o demérito...que nos assiste, tem uma forte contribuição de quem nos quer matar à fome.




terça-feira, 20 de novembro de 2012

Efeitos secundários

Em entrevista ao jornal Vecernji List, o ex-guarda-redes leonino Ivkovic, entende que o FC Porto «é o melhor clube do mundo» e dá o exemplo de José Mourinho, treinador que, na sua opinião, está entre os melhores por ter passado pelos dragões.

Diz Ivkovic que :"Para mim, o FC Porto é o melhor clube do mundo, está sempre a formar e vender novos jogadores e treinadores. José Mourinho nunca seria o treinador que é se não tivesse passado pelo FC Porto, clube que tem o presidente mais inteligente do mundo".

Efectivamente, o Porto é um clube que tem um presidente que fará história, pelas mais diversas razões, e pelos vistos não deixa ninguém indiferente.
Já o Sporting é um clube que forma e dá guarida a  jogadores que, pelas mais diversas razões, acabam por justificar que nunca deveriam ter vestido a nossa camisola.
Mesmo que saiba onde Ivkovic pretende chegar com estas afirmações, deveria haver um pouco mais de pudor da parte de agentes ou ex-agentes desportivos que têm identificação com a causa sportinguista. No entanto, dado o historial, vindo deste ou doutros sujeitos, infelizmente já não há nada que me apanhe desprevenido.
O Sporting, pelos vistos, além de não conseguir ganhar dentro e fora do campo, também não soube domesticar espíritos mais audazes e menos agradecidos.
No entanto, mesmo que as afirmações sejam sentidas, quer-me parecer um exagero quase absurdo, nos exemplos dados.
Mourinho, efectivamente, beneficiou com o timing da sua passagem pelo emblema portista mas, acho que não chega para justificar a sua ascensão.
Que o diga Villas-Boas, não é, Ivkovic??
Não me recordo de mais nenhum treinador vendido, para lá destes dois, mas se fizer um pequeno flashbasck, posso constatar que Del Neri era e continuou um fiasco, pois não tem um único título no currículo, que Fernando Santos, mesmo no Porto, só conseguiu ganhar um título em 3 épocas, (graças a Jardel, tal qual Boloni), que Victor Fernandez está no desemprego há 3 anos ou que Jesualdo acaba de ser despedido do Panathinaikos.
No entanto, estou em crer que mais um ou dois aninhos e Vítor Pereira estará a treinar o Barcelona.

O nosso ex diz também que "O FC porto é um clube com prioridades. Compra um jogador por 500 mil euros e vende-o por cinco milhões."
  
Mesmo perante esta verdade incomensurável, quando o Tomislav explicar como é que essa fábrica de dinheiro tem um passivo quase tão grande quanto o nosso, que não conseguimos vender uns óculos a um cego, ficar-lhe-ei eternamente grato.




Ao ler estas linhas, lembrei-me de uma outra entrevista concedida há um par de anos pelo croata, onde ele recorda uma época que ficou marcada por casos...estranhos.


Perguntava então, Rui Tovar: 

Essa foi a época em que o Benfica ganhou o campeonato nas Antas no tal jogo em que teve de se equipar no corredor pelo intenso cheiro a bagaço dentro do balneário e resolvido com dois golos de César Brito (2-0). Alguma vez sentiste esse cheiro a bagaço nas Antas?

Sempre.

Como?

Sempre. Mas julgas que o FC Porto só fez isso para aquele jogo específico com o Benfica? Isso era sistemático. Quantas vezes entrei ali e senti coisas estranhas!  



Pois, cá para mim que os cheiros esquisitos te devem ter provocado complicações. Os efeitos secundários podem ser duradouros.