quinta-feira, 24 de outubro de 2013

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Há quem goste...há quem deteste o estilo de presidir de Bruno de Carvalho.
Ainda recentemente, um ex-jogador com nome de ciclista veio lançar umas farpas ao seu estilo, a juntar aos muitos críticos que se entrincheiram um pouco por todo o lado.
No entanto, a defesa do presidente é feita por um exército de adeptos, mas também por ex-críticos e opositores, pelo menos enquanto os resultados no futebol o mantiverem na crista da onda.
Sabem, até os mais distraídos, que das várias guerras abertas, uma das que causou mais unanimidade foi a que manteve com empresários e agentes de jogadores.
A verdade é que as batalhas que foram travadas não foram perdidas, apesar do temor de muitos sportinguistas...e a esperança, de tantos outros.
Mas, parece que ainda há alguma dificuldade em perceber a mensagem que tem sido passada.

O português é uma língua falada por 280 milhões de pessoas em todo o mundo, mas por vezes a sua tradução nem sempre é fácil.
Por exemplo, traduzir frases do treinador de um clube-rival-que-ontem-empatou-em-casa-mas-ficou-satisfeito pode tornar-se uma tarefa ingrata:
    "Vocês os quatro formem aí um triângulo."
  "Ainda dou-le a dúvida desse lance."
  "Isso dos estrangeiros não é um problema. Nós já estamos a tratar   do processo de neutralização dos jogadores."
             "Os adeptos empulgam os jogadores, eles puxam pela equipa."

No entanto, também pode provocar um incidente diplomático, ao referir-se a clubes  de nomeada como o Paris Chanberman, que conta com os peçantes Abramovich e Lavezza na frente de ataque, o próprio Newcasten e o Mancheste Unáite, equipas da Primeira Shipin ou ainda os turcos do Tranzaspor ou Fernebatch.

Por estas e outras razões, estou convicto que o agente Chokry Yousfi, representante de Slimani, terá ainda algumas dificuldades em entender a língua que por cá se fala.
Bruno de Carvalho fala provavelmente um dialecto algo diferente dos exemplos apresentados, mais parecidos com berbere nativo, o que terá levado o agente a entrar por caminhos que não têm trazido grandes benefícios às partes.
Estou em crer que Chokry só esteja a servir de porta-voz à insatisfação do avançado argelino, e hoje os media avançam com os queixumes:

"Ele é meu jogador, falo com ele todos os dias. Ele quer jogar mais no Sporting. A questão é que no jogo da Taça com uma equipa de 3ª divisão ele não foi titular, não fez o jogo todo. Eu respeito o treinador do Sporting, as suas ideias, mas penso que esta fosse uma boa oportunidade de lhe dar mais tempo de jogo".
"O Slimani foi para o Sporting para jogar e é claro que ele quer jogar.".
"O Slimani está feliz no Sporting, não pode dizer que não está, mas ele quer jogar mais. Ainda é cedo para pensar no mercado de Janeiro. Vamos ver como evolui a situação nos próximos dois meses, mas a decisão é do Sporting. É uma possibilidade, é um assunto para ser analisado".

Por acaso até simpatizo com Slimani, mas talvez tal se deva ao facto do avançado vestir a nossa camisola.
Por norma não olho a caras, mas sim a corações.
Também eu estava convencido que Leonardo Jardim iria apostar no argelino, mas o treinador é soberano nas suas decisões, e achou por bem que Montero deveria readquirir ritmo competitivo, depois da pausa para os compromissos das selecções.
Claro está que também havia a possibilidade de jogar mais tempo com os dois avançados, mas uma vez mais o treinador poderá ter razão, e terá querido alicerçar o modelo de jogo com que irá jogar mais vezes no campeonato.
Slimani tem os olhos postos no Mundial, mas todos os sportinguistas têm os olhos postos nos nossos compromissos, e ninguém é mais importante que o grupo.
Slimani foi para o Sporting para jogar, e jogou…menos do que queria, e mais do que outros, que também estão lá para jogar.
No entanto, se pretende jogar a todo o custo, mesmo com o estado de forma de Montero que o tem colocado ao nível dos maiores símbolos do Sporting, existe sempre a equipa B que pode servir os seus propósitos.
Eu gostava que Slimani tivesse mais tempo de jogo, de preferência na equipa principal, mas ainda gostava mais de não voltar a ouvir ou ler reivindicações despropositadas, em qualquer altura, mas principalmente quando o Sporting navega em águas tranquilas e pode enfrentar um momento decisivo da época.

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