Há quem
goste...há quem deteste o estilo de presidir de Bruno de Carvalho.
Ainda
recentemente, um ex-jogador com nome de ciclista veio lançar umas farpas ao seu
estilo, a juntar aos muitos críticos que se entrincheiram um pouco por todo o
lado.
No
entanto, a defesa do presidente é feita por um exército de adeptos, mas também
por ex-críticos e opositores, pelo menos enquanto os resultados no futebol o
mantiverem na crista da onda.
Sabem,
até os mais distraídos, que das várias guerras abertas, uma das que causou mais
unanimidade foi a que manteve com empresários e agentes de jogadores.
A
verdade é que as batalhas que foram travadas não foram perdidas, apesar do
temor de muitos sportinguistas...e a esperança, de tantos outros.
Mas,
parece que ainda há alguma dificuldade em perceber a mensagem que tem sido
passada.
O
português é uma língua falada por 280 milhões de pessoas em todo o mundo, mas
por vezes a sua tradução nem sempre é fácil.
Por
exemplo, traduzir frases do treinador de um clube-rival-que-ontem-empatou-em-casa-mas-ficou-satisfeito pode tornar-se uma tarefa ingrata:
"Vocês os quatro formem aí um triângulo."
"Ainda dou-le a dúvida desse lance."
"Os adeptos empulgam os jogadores, eles puxam pela equipa.""Isso dos estrangeiros não é um problema. Nós já estamos a tratar do processo de neutralização dos jogadores."
No entanto, também pode provocar um incidente diplomático, ao referir-se a clubes de nomeada como o Paris Chanberman, que conta com os peçantes Abramovich e Lavezza na frente de ataque, o próprio Newcasten e o Mancheste Unáite, equipas da Primeira Shipin ou ainda os turcos do Tranzaspor ou Fernebatch.
Por estas e outras razões, estou convicto que o
agente Chokry Yousfi, representante de Slimani, terá ainda algumas
dificuldades em entender a língua que por cá se fala.
Bruno
de Carvalho fala provavelmente um dialecto algo diferente dos exemplos
apresentados, mais parecidos com berbere nativo, o que terá levado o agente a
entrar por caminhos que não têm trazido grandes benefícios às partes.
Estou
em crer que Chokry só esteja a servir de porta-voz à insatisfação do avançado
argelino, e hoje os media avançam
com os queixumes:
"Ele é meu jogador, falo com ele todos os dias. Ele quer jogar mais no Sporting. A questão é que no jogo da Taça com uma equipa de 3ª divisão ele não foi titular, não fez o jogo todo. Eu respeito o treinador do Sporting, as suas ideias, mas penso que esta fosse uma boa oportunidade de lhe dar mais tempo de jogo".
"O Slimani foi para o Sporting para jogar e é claro que ele quer jogar.".
"O Slimani está feliz no Sporting, não pode dizer que não está, mas ele quer jogar mais. Ainda é cedo para pensar no mercado de Janeiro. Vamos ver como evolui a situação nos próximos dois meses, mas a decisão é do Sporting. É uma possibilidade, é um assunto para ser analisado".
Por
acaso até simpatizo com Slimani, mas talvez tal se deva ao facto do avançado
vestir a nossa camisola.
Por norma
não olho a caras, mas sim a corações.
Também
eu estava convencido que Leonardo Jardim iria apostar no argelino, mas o
treinador é soberano nas suas decisões, e achou por bem que Montero deveria
readquirir ritmo competitivo, depois da pausa para os compromissos das
selecções.
Claro
está que também havia a possibilidade de jogar mais tempo com os dois avançados,
mas uma vez mais o treinador poderá ter razão, e terá querido alicerçar o
modelo de jogo com que irá jogar mais vezes no campeonato.
Slimani
tem os olhos postos no Mundial, mas todos os sportinguistas têm os olhos postos
nos nossos compromissos, e ninguém é mais importante que o grupo.
Slimani
foi para o Sporting para jogar, e jogou…menos do que queria, e mais do que
outros, que também estão lá para jogar.
No
entanto, se pretende jogar a todo o custo, mesmo com o estado de forma de
Montero que o tem colocado ao nível dos maiores símbolos do Sporting, existe sempre
a equipa B que pode servir os seus propósitos.
Eu gostava
que Slimani tivesse mais tempo de jogo, de preferência na equipa principal, mas
ainda gostava mais de não voltar a ouvir ou ler reivindicações
despropositadas, em qualquer altura, mas principalmente quando o Sporting
navega em águas tranquilas e pode enfrentar um momento decisivo da época.
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