Sporting 4 Setúbal 0
É verdade que temi como nunca um jogo do Sporting.
Ao
saber, umas horas antes, que pairava sobre o clube uma espécie de
maldição, corporizada no central setubalense Cohene, esperei o pior.
O Sporting tem alguns borregos por matar, mas este parecia-me um rebanho demasiado compacto.
O facto do clube leonino ter perdido os dois jogos onde alinhou o jogar paraguaio parecia indiciar uma condenação antecipada.
No entanto, contra todas as expectativas, quebrámos vários tabus, de uma assentada.
Ganhámos
um jogo a Cohene, ganhámos um jogo com Duarte Gomes, ganhámos um jogo
em Alvalade (depois de 2 empates), e todos estes factores juntos levaram
a que regressássemos ao primeiro lugar...mesmo que à condição.
Para
ser um fim-de-semana perfeito, depois de outras saborosas vitórias, só
falta mesmo a vitória no futsal e no basquetebol feminino.
Quanto ao jogo de ontem à noite, devo dizer que a vitória teve tanto de saborosa como de inesperada.
Principalmente depois de ver como as peças se movimentaram durante a primeira parte.
É
verdade que o fio de jogo esteve algo emaranhado, graças ao facto do
meio campo leonino se ter deixado enredar na teia montada pela equipa
sadina.
Duas
oportunidades de golo e uma má definição de lances ofensivos, que
poderiam ter antecipado um suspiro de alívio, não pareciam ser
suficientes. O espectro de uma repetição do filme do jogo com o Rio Ave
já assaltava os espíritos mais pessimistas.
Contudo, um homem decidiu, à beira do intervalo, mudar a bobina desse filme de terror.
Rafael
Martins foi o projeccionista de serviço, ao estender a "passadeira
verde" a Montero que, com classe superior, destroçou os rins do
guarda-redes Servín.
Quando nada o fazia prever, senti-me no Cinema Paradiso.
Ao
ver a classe com que Montero destruiu a auto-estima do guardião
paraguaio fez-me lembrar como outros avançados poderiam ter desperdiçado
aquela soberana oportunidade, mas como isto entra no campo das
suposições, fica unicamente o destaque para aquele momento de magia.
Já agora, Wolfswinkel voltou hoje a ficar em branco, com o seu Norwich, e o seu último golo foi no dia 17 de Agosto, há 7 jornadas atrás.
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Apesar
do suspiro de alívio colectivo, a 2ª parte poderia trazer-nos o remake
do "Naufrágio no Rio Ave", filme que vimos há bem pouco tempo.
No
entanto, a atitude demonstrada após o intervalo, depois do público
regressar aos seus assentos com as pipocas, deixaram antever que o filme
iria ter final feliz.
No
meu entender, uma das grandes alterações da 1ª para a 2ª parte,
deveu-se com o facto da bola ter perdido a sua capacidade autocolante.
O
esférico, que teimava em colar-se aos pés dos jogadores leoninos,
complicando sobremaneira a fluência no ataque, passou a rolar...de pé
para pé.
Um dos mais prejudicados pelas características da bola terá sido Carrillo.
Dado
que a película adesiva se foi desgastando, com o decorrer do jogo, ao
peruano não lhe restou outra alternativa que não começar a passá-la,
dado que se esgotou a desculpa.
Vimos outro filme, a partir dessa altura.
E vimos golos, bem como jogadas empolgantes.
Os
lances dos 2º e 3º, que fizeram as pessoas levantar-se dos seus
assentos, resultaram dum enleante jogo de passes, que dão um outro sabor
ao futebol de qualquer equipa.
Com este resultado chegámos ao topo, de novo...pelo menos até às 18.15 horas.
A essa hora começa o jogo do Porto, com o Arouca...do bom amigo Pedro Emanuel.
Lá diz o provérbio: "Amigo não empata amigo".
Por isso, tirem lá o cavalinho da chuva, a pensar num empate!!
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