Sem pretender andar com a carroça à frente dos bois, quer-me parecer que a saga do ponta-de-lança não tem fim à vista.
Tudo parece ter começado quando Li€d$on
decidiu ir à sua vida e, apanhados desprevenidos ou, pura e
simplesmente, por incompetência, os responsáveis pela gestão do plantel
dessa época delegaram nos pés e na cabeça de Postiga a resposabilidade
de marcar golos... e na paciência dos adeptos a falta deles.
Surgiu a época seguinte e, com ela, um contentor de jogadores.
A esperança regressou e acalmou os espíritos mais inquietos, dado que parecia haver ovos suficientes para a nossa omeleta.
No
entanto, a chegada de Wolfswinkel foi compensada com a saída do
Postigooooh e do Djalol e, deste modo, o holandês também ficou orfão na
frente de ataque.
Veio também o búlgaro Bojinov que, para lá de não marcar, ainda atrapalhava, como no lance da penalidade que correu mundo.
Arrancou a bola das mãos de Matias para nos deixar com meio pé fora da Taça da Liga.
Também o jovem Rubio andava por lá mas, para lá de ter idade de júnior, também tinha
qualidade de júnior. Por isso, foi sem admiração que passou a fazer,
este ano, a sua natural formação para a alta competição numa equipa e
campeonato com outras exigências.
Chegado
o mercado de transferência de Inverno, lá foi a equipa de prospecção
leonina tentar endireitar o que já estava torto desde a saída de
Li€d$on.
Resultado?
Trouxe
na bagagem um uruguaio, de nome Ribas, que decerto não figurará em
qualquer compilação sobre os grandes jogadores que vestiram a nossa
camisola.
Se for numa compilação de altos jogadores, talvez possa aparecer.
Ribas chegou...e foi, sem um único golo.
Nova época mas a mesma visão estratégica para o nosso ataque.
Apareceu Viola à última hora mas, pelas estatísticas que era possível ter acesso na altura, não seria o argentino a fazer a diferença na hora de meter a bola na baliza.
Os
adeptos ainda ficaram à espera de mais novidades até ao fecho do
mercado de transferências, mas terão ficado mais descansados quando Sá
Pinto veio dizer que este era o plantel que queria.
Ok, se ele diz, nós acreditamos.
O
que é certo é que, 28 jogos e 3 treinadores depois, a equipa soma 30
golos em jogos oficiais. Os 5 golos contra o Horsens ainda camuflam um
pouco melhor o deserto em que se transformou o nosso ataque.
Em fase de desespero, ainda foram buscar Betinho à equipa B. Nem sei porquê, se este era o plantel ideal para afrontar a época.
Agora,
como é costume, já soam as badaladas para encerrar mais um mercado de
Inverno e o Sporting, como já vai sendo tradição, esfalfou-se para
arranjar soluções acessíveis.
Falou-se nos últimos dias de Paulo Henrique que, como se sabe, viu abortada a transferência já com todos os detalhes acertados.
Como o Sporting não dorme em serviço, tinha Niculae de sobreaviso.
O
romeno, que fez com Jardel e João Pinto um famoso tridente ofensivo em
época de título, está a ter uma nova vida enquanto futebolista.
Se
as lesões no Sporting condicionaram a sua ascenção e valorização, o
certo é a maioria das épocas que se seguiram foram inconsequentes.
Andou
de mochila às costas pela Bélgica, Alemanha, Escócia e Grécia, mas foi
no regresso ao seu país que, com 30 anos, encontrou o caminho do golo.
20
golos em 32 jogos na época passada e 12 golos em 23 jogos na presente
época são uma marca assinalável, se pensarmos que, de leão ao peito,
marcou 16 em 4 épocas.
Marius Constantin Niculae já foi confirmado no site do Sporting mas, surge hoje a notícia que põe em risco a sua utilização.
De
acordo com algumas publicações, o avançado romeno já actuou este ano
por dois clubes, o que impediria alinhar por um terceiro, de acordo com a
regulamentação da FIFA.
A
confirmar-se esta notícia, mais do que nos sujeitarmos a ver
Wolfswinkel orfão até final da época, é sim a confirmação da enorme
incompetência que grassa em Alvalade.
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