O amor está no ar

Já que estou com a mão na massa, vou continuar a falar dos outros.

É tocante ver que o amor e o ódio andam, tantas vezes, de mão dada.

Não, não me refiro à demonstrações públicas de carinho entre Jesus e o árbitro auxiliar. Esses também andaram de mão dada mas...como disse em crónica anterior, parece que está na moda assumir-se.

Refiro-me à grandeza de um clube que, mesmo a debater-se pela própria vida, no pior momento da história, continua a angariar as atenções de todos os quadrantes.

Parece, pelo que me foi chegando aos ouvidos, que a tarde desportiva da Antena 1 foi passada a falar do Sporting, mesmo que àquela hora jogassem Paços, Académica, Gil, Rio Ave, Setúbal e Moreirense.

A cada golo, colocavam o Sporting abaixo da linha de água ou, por momentos, algum clube amigo atirava-lhe uma bóia salvadora. 

A 17 jornadas do final (antes do jogo de Olhão) escusavam de se preocupar tanto com a contabilidade.

Também comparavam, ironicamente, os golos de Meyong com a totalidade de golos do Sporting.

Resumindo, apesar do Sporting só entrar em campo às 18, o seu nome foi entoado inúmeras vezes através das redes hertzianas. 

Se isto não é amor, não sei o que será.

Mas nem os nossos rivais parecem ter-se esquecido deste Sporting, triste, cabisbaixo, e longe das contas do título.

Em vez de cartazes a recordar a frutaria do Costa ou dedicados ao Braga, o 3º grande, alguns quiseram resgatar o seu ódio de estimação.

Depois ainda há quem justifique que o sentimento idêntico que alguns sportinguistas têm por aquele clube, seja o sintoma de um complexo de inferioridade.

Isto é muito complexo para mim.

No meio disto tudo, continuo a achar que enquanto não andarmos de mãos dadas com a arbitragem, dificilmente chegaremos aos patamares desejados.

Com este ou qualquer outro presidente.

    Amor/ódio