Um ano após a
eleição de Bruno de Carvalho como presidente do Sporting, muito há ainda por
fazer no clube.
Mas, pior do que
tentar arrumar a própria casa, do qual só dependemos do próprio esforço, é
tentar arrumar uma camarata, também ela de pantanas há imensos anos, onde temos
de coabitar com os outros clubes.
Há quem goste de a
ter limpa e reluzente, e há quem goste de morar numa pocilga, para chafurdar à
vontade.
A direcção arregaçou
as mangas e há um ano que anda em faxina, e a sua/nossa casa já perdeu aquele
cheiro a mofo e croquete que parecia impregnado.
Já na camarata parece
não ser fácil retirar o cheiro a mofo, salada de fruta e bedum, porque é com
esse pivete que os que partilham esse espaço se identificam.
Mas quem partilha ou partilhou
aquele antro começa a ficar incomodado com a mania das limpezas de BdC.
Jaime Pacheco junta a
sua à voz de muitos dos que não gostam de cheiro a lavadinho.
“Jaime
Pacheco pediu esta terça-feira a Bruno Carvalho, durante o Fórum dos
Treinadores que está a decorrer na Maia, para "não arrastar o futebol para
a lama" com as sucessivas conferências de imprensa que tem dado.
O
futebol português podia estar melhor e só não está porque estas coisas
continuam a acontecer".
Pois, o homem da “faca
de dois legumes” considera que são as conferências de imprensa que poderão
atirar o futebol para a lama.
Eu diria até….afundar
na lama…porque de facto nunca de lá saiu.
Depreendo portanto, que
tudo o que possa ser feito à frente das câmaras e microfones, num contexto público
e transparente, é nocivo para o futebol.
O que realmente eleva
o nível e qualidade do nosso pontapé-na-bola são campeonatos decididos no
aconchego de um faustoso quarto de hotel ou, até, de uma pensão de meia
estrela.
O que realmente
sacode a lama ressequida é receber árbitros em casa, e dar-lhes uma herança em
vida ou, talvez, conceder-lhes empréstimos com juros a muito longo prazo, pagos
ao fim-de-semana.
O que realmente
ilumina este sombrio futebol são os secretos telefonemas para escolher
árbitros, para pedir castigos, para encomendar notícias de jornal e tudo o que ficámos a saber porque borbulhou do lamaçal.
Ainda sobre Bruno de
Carvalho, Jaime Pacheco falou de "conteúdos
despropositados" e também de pessoas "que não têm a noção da realidade e que como nasceram ricas não
tiveram de passar o que muitos de nós passaram para chegar aqui".
Desconhecendo eu em
que tipo de berços nasceu a maioria dos líderes dos clubes, não deixo de achar
curioso que o homem da “faca de dois legumes” esteja tão bem informado, e que
esteja mais preocupado com o facto de alguns entrarem ricos para o futebol, em
contraponto com outros que se fazem ricos com o futebol.
Claro está que
compreendo que alguns agentes desportivos tenham passado muito para chegar “aqui”….como
refere, e que com esse estatuto fique incomodado com os intrusos…na imunda
camarata.
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