O campeonato está garantidamente entregue, e foi embrulhado
no melhor papel. A prenda foi ornamentada com um grande laço vermelho,
cuidadosamente elaborado por diversos assalariados da entidade que se dedica a
embrulhar.
Tudo parecia conjugar-se para uma época de sonho da equipa do
Sporting, após despertar de um doloroso pesadelo, mas meses de árduo trabalho
vão ficar resumidas a um vazio de títulos...graças aos assalariados da entidade
que se dedica a embrulhar.
Fomos empurrados da Taça de Liga, fomos atropelados na Taça de
Portugal e no campeonato fomos espezinhados...pelos do costume.
Bruno de Carvalho e restante estrutura indignaram-se (uma vez
mais) pelo modo vergonhoso como nos despertaram desse sonho, mas desta vez pediram
aos sportinguistas que "digam basta" e que se
"mobilizem", pois considera que "não podem resignar-se
mais".
No entanto, parece-me que a mobilização tem que ser devidamente
ponderada.
Acções e iniciativas descontextualizadas, "organizadas"
em cima do joelho e que não tenham impacto podem vir a descredibilizar queixas
que, em todos os quadrantes imparciais, são consideradas justas e pertinentes.
Já tinha confidenciado a pessoas do meu círculo de amigos (dada a
menor disponibilidade para escrever) que na minha modesta opinião isto não se
resolve com manifestações, mesmo que estas possam ter a melhor das intenções.
O país assiste quase diariamente às mais variadas formas
de protesto, relativas a causas sociais de relevo, todas elas com elevado grau
de adesão.
Convocar ajuntamentos de algumas centenas de pessoas, ou mesmo
alguns milhares, para lá de não obter resultados, poderá contribuir para
que este "caso de polícia" possa ser olhado com desdém.
Tinha também comentado a possibilidade do clube começar a mover-se
nas instâncias internacionais, face ao autismo e compadrio das entidades
portuguesas (mesmo conhecendo a podridão que corrói FIFA e UEFA).
Foi por isso sem surpresa que li o comunicado hoje difundido:
A Sporting SAD informa que deu instruções aos
seus serviços jurídicos para procederem litigiosamente, em sede própria, contra
todos os responsáveis pelas arbitragens que conduziram no ano passado a que o
Sporting ficasse fora das competições europeias e que este ano são responsáveis
pela retirada de, pelo menos, 7 pontos no Campeonato Nacional, o que associado
à atribuição indevida de pontos aos adversários do Sporting justifica a actual
posição do Clube na tabela classificativa. As Taças de Portugal e da Liga
também serão alvo de análise.
Serão intentadas, nos termos da Lei, todas as acções admissíveis exigindo as compensações devidas a todos os organismos com responsabilidades nas situações verificadas, seja por intervenção directa em matéria de arbitragem, seja por omissões de tutela, não se excluindo quem quer que seja, incluindo os próprios árbitros, o Conselho de Arbitragem e a Federação Portuguesa de Futebol.
A Sporting SAD informa ainda que vai actuar junto da UEFA e da FIFA, entidades internacionais que superintendem o futebol, dando conta da actual situação da arbitragem em Portugal, que está na origem da actuação litigiosa iniciada, participando inclusivamente das incorrectas actuações dos Conselhos Disciplinar e de Justiça.
Está igualmente em estudo, a manter-se a falta de bom senso na nomeação dos árbitros, a possibilidade de, nestes casos, solicitar uma intervenção no sentido de a arbitragem passar a ser feita por árbitros estrangeiros.
Serão intentadas, nos termos da Lei, todas as acções admissíveis exigindo as compensações devidas a todos os organismos com responsabilidades nas situações verificadas, seja por intervenção directa em matéria de arbitragem, seja por omissões de tutela, não se excluindo quem quer que seja, incluindo os próprios árbitros, o Conselho de Arbitragem e a Federação Portuguesa de Futebol.
A Sporting SAD informa ainda que vai actuar junto da UEFA e da FIFA, entidades internacionais que superintendem o futebol, dando conta da actual situação da arbitragem em Portugal, que está na origem da actuação litigiosa iniciada, participando inclusivamente das incorrectas actuações dos Conselhos Disciplinar e de Justiça.
Está igualmente em estudo, a manter-se a falta de bom senso na nomeação dos árbitros, a possibilidade de, nestes casos, solicitar uma intervenção no sentido de a arbitragem passar a ser feita por árbitros estrangeiros.
Perante as sucessivas queixas, os adeptos dos clubes rivais, do
alto dos seus fedorentos poleiros, esvaem-se em sonoras gargalhadas.
Uns têm como aliado o velho sistema que, mesmo moribundo, ainda vai
dando provas de que é multi-resistente, como a melhor das bactérias.
Os outros têm como aliado o novo sistema, sustentado num quadro
arbitral cada vez mais pintado a uma cor.
Aos sportinguistas parece não restar outra esperança que, tal como
em países onde a injustiça e a desigualdade corroem o espírito democrático,
uma força internacional venha em nosso auxílio.
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