O
presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol
(FPF), Vítor Pereira, admitiu a possibilidade de árbitros estrangeiros
arbitrarem em Portugal, numa entrevista hoje publicada pelo jornal A
Borla.
Vítor
Pereira diz que o Conselho de Arbitragem da FPF está aberto a essa
experiência, "não de uma forma desorganizada e avulsa, mas num projecto
coordenado internacionalmente".
O presidente do Conselho de
Arbitragem diz que os portugueses estão preparados para esse tipo de
situações e explicou que uma equipa de quatro árbitros internacionais
foi convidada para "apitar um dos jogos mais importantes do campeonato
romeno".
A
arbitragem é, desde há muito, o tema que mais une os clubes
portugueses. Todos se consideram prejudicados, injustiçados ou
perseguidos e alguns, por estratégia, para camuflar os benefícios
sistemáticos (que deriva da palavra sistema).
Esta
declaração não surpreende, pois Vítor Pereira não é preconceituoso
relativamente a certos temas, mas não deve ser levado muito a sério.
O
projecto de que fala não deve ser de difícil execução, mas muitos
poderão ser os pedregulhos (instituídos) a emperrar essa engrenagem.
Há
pedregulhos com mais de 30 anos, autênticos fósseis vivos que teimam em
continuar a fazer história, quando deveriam aparecer, simplesmente, nos
livros já bolorentos.
Além da
dificuldade de implementação de um modelo a nível europeu, convém não
esquecer que da Europa, nem bons ventos, nem casamentos, nem
ajuízamentos.
Basta recordar a
última eliminatória com o Bilbao, onde fomos altamente penalizados nos
dois jogos para nos apercebermos que, cá como lá, somos os parentes
pobres.
No entanto, penso que o facto
de um jogo decisivo poder ser apitado por alguém sem ligações clubistas
poderia ser um passo importante para a credibilização do espectáculo.
Esta
posição de V.P. vem no sentido inverso da opinião de muitos dos
árbitros nativos, que acham desprestigiante pensar em tal medida, quando
os nossos árbitros são convocados para ajuízar jogos além fronteiras.
Pois
é, caros árbitros, acham uma honra e uma situação normal irem lá fora,
como recentemente o reprovado Olegário, mas ficam ofendidos que cá
venham.
Pois pela minha parte era já, a começar pela final da Taça de Portugal.
Pena que já não venham a tempo.
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