Ontem
foi "notícia", à falta de melhor, o facto de Jeffrén ter sido insultado
no Twitter por um alegado adepto leonino pouco tolerante.
Digo
alegado porque realmente não há provas que quem dirigiu as palavras
pouco simpáticas é realmente sportinguista mas, o facto de
hipoteticamente o ser também não torna o facto mais bizarro.
É
que as palavras ofensivas para com os jogadores é algo a que eles
infelizmente estão habituados, sejam proferidas através das redes
sociais, à saída do estádio ou do aeroporto após um jogo pouco conseguido, ou mesmo no decorrer de um qualquer encontro de futebol.
Claro
está que nem todos encaram da mesma forma estas abordagens nem sequer
estas são primazia dos portugueses, tanto que o caso mais recente foi o
encerramento da conta de Twitter por parte de Diego Rubio, depois de se
ter fartado dos reiterados "piropos" de adeptos chilenos.
Recordo, para os mais distraídos, que Jeffrén escreveu no Twitter um pacífico “A descansar un poco. Buenas noches” após a derrota contra o Getafe, no qual jogou singelos 30 minutos. Passado pouco tempo, um irritado adepto respondeu “A descansar? És mesmo c*,
correste 20 metros e estás cansado? Não mereces a camisola que vestes,
põe-te a andar fdp!”.
Pois
bem, devo dizer que, tal como o aziado adepto, todos nós temos
jogadores predilectos ou outros pelos quais nutrimos um ódiozinho de
estimação.
Desde
o adepto mais paciente até ao que rói as unhas até ao sabugo...sejam
eles da classe operária ou das mais selectas famílias, o facto é que há
sempre alguns jogadores que tiram os adeptos do sério e aos quais é
sempre exigido muito mais que aos seus colegas.
Só
para dar um exemplo, a grande maioria encara com normalidade um passe
falhado de Izamilov mas, se for o Pereirinha a fazê-lo....mesmo que seja
no primeiro lance do jogo, sabe que a mãe será insultada, que decerto
lhe chamarão alguns nomes de índole zoológica bem como outros quase
impronunciáveis.Se por exemplo Rinaudo fechar os olhos e levar metade da equipa adversária pela frente e ainda virar um apanha-bolas do avesso é ovacionado até as palmas das mãos deitarem fumo, mas se Carriço fizer uma entrada fora de tempo e apanhar o amarelo da ordem, logo surgirão enormes pontos de interrogação a sobrevoar Alvalade, como que a questionar o que faz este produto da Academia com a nossa camisola vestida.
Jeffrén, esse, é dos tais que passou rapidamente do estatuto de contratação de luxo a foco de embirração colectiva, fruto da sua débil condição física, que o colocou mais minutos na fisioterapia que nas convocatórias para as inúmeras provas que o Sporting participou.
Apesar de, aparentemente, os problemas dentários estarem ultrapassados e, com isso, o foco dos males que o atingiram definitivamente erradicado, da tal memória colectiva só constam as sucessivas lesões e um fogacho de futebol nas primeiras jornadas, onde marcou um golo de livre mesmo que, na sequência desse fulgurante remate, tenha ficado uma vez mais agarrado às suas partes moles (daquelas que se lesionam).
Talvez por isso a paciência de alguns adeptos esteja no limiar mais baixo...ao passo que certamente irão tolerar alguns disparates aos desconhecidos Viola ou Labyad, ainda frescos e tenrinhos.
Pela minha parte, até prova em contrário, continuo à espera do melhor do extremo espanhol, e desejo que siga os passos de alguns (como Acosta) que fizeram desesperar muitos, que inclusivamente o colocaram na prateleira dos grandes flops leoninos, até que a fera despertou e se tornou num ícone daqueles frutuosos anos.
Claro está que Jeffrén, como qualquer outro, só poderá render ao nível que todos pretendemos quando a orquestra estiver afinada e a sinfonia for apelativa e convidativa para os mais exigentes.
Era bom que começassem já a tocar os primeiros acordes nos "Cinco Violinos" mas é indispensável que o "Maestro" Sá Pinto ponha todos a tocar a mesma música, em vez dos desgarrados concertos a solo que temos podido assistir.
Vamos esperar que a musica mude, para melhor, com ou sem Viola!
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