Ontem,
uma vez mais, abdiquei do prazer da escrita para evitar ser precipitado
na análise ao decepcionante resultado que o Sporting obteve na
Dinamarca.
Decepcionante...porque todos nós desejávamos, como sempre, vencer, e de preferência por margem folgada.
Decepcionante porque o que pudemos comprovar foi a diferença abismal que existe entre as duas equipas, pelo que o empate final sabe a muito pouco.
O que pude constatar não me apanhou minimamente desprevenido, por diversas razões.
Em primeiro lugar, tal como pude escrever aquando do sorteio, é que a história dos nossos confrontos com estas pêras doces não é amarga mas, nunca nos adoçou a boca com facilidade, mesmo que muitos sportinguistas e blogueiros exigissem a goleada da ordem, perante sorteio tão simpático.
Já tinha prevenido (basta consultar a respectiva crónica) que antevia um resultado equilibrado, até pela nossa deprimente eficácia ofensiva.
Desta
vez houve algo que mudou o habitual figurino dos nossos jogos, e a
vontade de vencer desde o primeiro minuto de jogo veio em contra-ciclo
com o que vem sendo hábito, neste e noutros plantéis recentes do
Sporting.
Não
sei se Sá Pinto despertou de algum marasmo que o tem tolhido ou se foi
consequência da assumpção da sua evidente superioridade, mas o certo é
que foi agradável ver o Sporting (finalmente) assumir as despesas do
jogo logo após o apito inicial, mesmo que essa vontade tenha
posteriormente esbarrado na habitual inépcia dos nossos jogadores em
conseguir enfiar a redondinha no meio dos três pauzinhos encavalitados.
Todos
nós queremos que a equipa ganhe mas, no meio de tantas condicionantes e
equações que um jogo de futebol apresenta, convenhamos que é um pouco
mais agradável constatar que a equipa cria duas mãos cheias de
oportunidades de golo em lugar do deserto de ideias e ocasiões de golo
de alguns dos mais recentes jogos.
Claro
está que esta superioridade estatística, que não teve repercussão no
resultado, pode ser fruto da tal diferença de valores, e só os próximos
jogos poderão desvendar se a atitude dominadora é para continuar
(esperemos que acompanhada por uma melhor pontaria, e por guarda-redes
menos inspirados) ou se se terá esgotado no jogo da Dinamarca, até
aparecerem outros coxos.
O
universo leonino dividiu-se quase em partes iguais na análise a este
jogo, e calculo que os optimistas crónicos tenham visto alguns dos bons
minutos com natural excitação, e tenham fechado os olhos a algum
desnorte evidenciado que podia ter colocado a eliminatória muito
complicada.
Os
pessimistas devem ter ficado com as fífias defensivas como ponto de
referência, e a obrigação de golear os frágeis nórdicos deve ainda
pairar nos seus espíritos nos próximos dias.
Eu,
que pertenço à classe dos desconfiados, vou situar-me pacientemente na
faixa que separa estas duas classes de sportinguistas, mas esperançoso,
como sempre, que os resultados e as exibições melhorem
significativamente.
Como
sou desconfiado, vou continuar a não acreditar que o Sporting vá golear o
Horsens na sua visita a Alvalade, mas mais desconfiado irei estar
porque, como disse na mesma crónica que referi umas linhas acima, estes
dinamarqueses têm demonstrado ser muito melhores fora de casa, como o
comprovam os resultados que têm conseguido neste início de época.
Por
tudo isto, e porque cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a
ninguém, convém abordar com o máximo rigor e entrega o importante jogo
da segunda mão, de modo a poder defender este ano o estatuto de
semi-finalista tão dificilmente conquistado o ano transacto.
Depois
de digerido este empate, urge focalizar e incidir todas as energias no
jogo do campeonato, por forma a tentar quebrar esta sina que tem
martirizado os adeptos sportinguistas.
Os arranques de cada época são acompanhados por uma esperança sempre renovada, mas os resultados têm sido desanimadores.
O ano
passado arrancámos a época com 3 empates, perante adversários também de
segunda ou terceira águas, e este ano arriscamo-nos a fotocopiar esta
triste sina.
A
eterna pressão de vencer parece ganhar outros contornos quando se veste a
nossa camisola, e nada melhor para libertar essa pressão que começar a
ganhar, o quanto antes possível.
Depois do desaparecimento da mascote do rival, também no Sporting procura-se a vitória, com urgência.
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