Eu sei que ainda há quem desconfie da luz lá ao fundo, no túnel.
Enquanto os optimistas acreditam que pode ser a saída, os pessimistas pensam que vem lá o comboio.
Vem isto a propósito da exibição de Carrillo, no embate com a Académica.
Eu,
que também reconheço ser pessimista, fruto de inúmeros comboios que
trucidaram a minha esperança leonina, continuo a querer ver no peruano
uma luz que indica a saída de um tortuoso túnel.
O jovem avançado habituou-nos a um jogo lastimável, depois de uma finta estonteante.
O jovem avançado habituou-nos a um longo eclipse, depois de um jogo memorável.
O ziguezaguear das suas exibições justificam tanto a sua alcunha (La culebra) como as suas serpenteantes fintas em progressão.
Talvez por isso, ontem li comentários dos que não acreditam que Carrillo possa tornar-se num caso sério no futebol do Sporting.
Criticar
a sua actuação num dos seus melhores jogos com a nossa camisola só se
justifica com a descrença que muitos passaram a depositar nele.
Ontem, Carrillo não se esgotou com o golo. Muito pelo contrário.
O
peruano soube ter a bola, soube...principalmente (aleluia) desfazer-se
dela, combinando (quase) sempre bem com Jefferson e Cedric, nas suas
constantes subidas.
Carrillo não perdeu bolas que se tornaram em perigo para a nossa baliza, bem como ajudou nas tarefas defensivas.
Carrillo jogou os 90 minutos, algo quase histórico.
Não apanhou amarelos despropositados.
Foi mesmo considerado o homem do jogo, no jornal Record.
Compreendo quem ainda olhe, desconfiado, acreditando tratar-se de mais uma miragem.
Eu, no entanto, além de querer acreditar que possa ter chegado o seu momento, não consigo camuflar uma boa actuação com os fantasmas do passado.
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