Ontem jogou-se para a Taça da Liga, competição
que provoca quase sempre sentimentos díspares à maioria dos adeptos, mas em
particular aos sportinguistas.
Se, por um lado, gostamos sempre de ver o nosso
clube jogar e vencer, até no torneio de sueca, não menos verdade é que esta
competição já nos provocou amargos de boca suficientes para muitos não lhe
darem qualquer crédito, sentimento partilhado até por clubes com
responsabilidades.
O certo é que o Sporting recebeu e venceu o
Marítimo por 3-0 e o jogo serviu, entre outras coisas, para dar minutos de jogo
a inúmeros jogadores que têm sido pouco utilizados, bem como serviu para a
equipa voltar aos golos, para desgosto dos especialistas em estatística que já
esgaravatavam os ficheiros empoeirados à procura da última vez que o Sporting
teria estado quatro jogos seguidos sem marcar.
Mas também serviu para continuar a aumentar o
número de jogos sem sofrer golos, tal como para ver uma primeira meia hora
capaz de nos fazer esboçar um largo sorriso. Também deu para constatar que, a
cada jogo que passa, estamos mais perto de voltar a sofrer um golo.
Claro está que será fácil retirarmos conclusões,
tendo em conta algumas exibições que pudemos apreciar, mas não acredito que
Leonardo Jardim vá alterar muito os seus princípios e convicções, para os
jogos que se avizinham.
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Mudando de assunto, hoje tive oportunidade de
ler mais algumas declarações de uma autêntica lêndea viva.
Diz Pelé que: “Ronaldo faz-me lembrar Eusébio”.
Eu também concordo com o Rei. Ronaldo tem duas
pernas, cabeça…orelhas, e mais um sem-fim de coisas em comum.
Tirando alguns aspectos cromáticos, de
personalidade e de estilo, tudo o resto bate certo.
Mas outras frases destacam-se da sua declaração:
«Tornou-se muito difícil para um jogador manter-se ao mais alto nível.
Para mim, o último grande jogador foi Zidane porque conseguiu manter-se ao
mesmo nível durante, pelo menos, dez anos.»
«No meu tempo, podíamos encontrar cinco ou seis grandes jogadores. Para
além de mim, tínhamos Cruyff , Beckenbauer, Eusébio... Hoje, temos uma ou duas
estrelas.»
Quanto aos dez anos no topo, fico com a ideia de
que Pelé terá acordado esta semana de uma grande letargia. Não sei que
comprimidos anda a tomar, mas devia pedir para lhe reduzirem a dose.
Acorda, pá!
É que Ronaldo, goste-se ou não dele, está no topo
há praticamente dez anos, e conta somente 28 anos.
Passou seis épocas em Manchester, e na segunda já
fez 40 jogos como titular, num total de 50 jogos disputados, com 9 golos
marcados.
Daí para cá, marcou 12 golos na época seguinte,
depois 23, 42 e 26, no United, e 33, 53, 60, 55 e 29 (até ao momento) no Real.
Sempre a um alto nível, desde há 10 anos a esta
parte.
Já Zidane, curiosamente, mesmo com toda a sua
qualidade, só venceu a Bola de Ouro por uma vez, o que não deixa de ser
estranho…pois foi o último grande jogador e manteve-se ao mesmo nível durante
10 anos.
No entanto, em relação a títulos Zidane está ao
nível de Ronaldo, com apenas 15 títulos de relevo conquistados, naquelas
tabelas que podemos encontrar em sites da especialidade…talvez por também ter
passado demasiado tempo no Real.
Zidane também só conquistou um campeonato
espanhol, em cinco épocas.
Ronaldo tem 13 títulos, talvez porque o Real tem
encontrado um Barça que é muito mais que Messi…e joga numa selecção que definha
em qualidade.
Já Pelé chegou aos 31 títulos, mas na lista
constam 11 campeonatos Paulistas, 3 torneios de São Paulo (deve ser parecido
com o torneio do Guadiana), 1 Torneio Gomes Pedrosa (??) e 2 campeonatos
dos E.U.A.
Entretanto, Eusébio conquistou 27 títulos, dos
quais constam 9 da A.F Lisboa e um dos E.U.A.
Gosto da frase seguinte, onde Pelé glorifica o
seu tempo.
Aliás, este sentimento é algo que acompanha a
maior parte das pessoas.
No meu tempo a música era melhor, as brincadeiras
eram mais divertidas…a comida sabia melhor…o fogo fazia mais calor…as moscas
voavam mais rápido.
Até a televisão a preto e branco era muito mais a
preto e branco do que agora.
Enfim...com as carências dos novos tempos, nem
sei como a FIFA se descoseu para arranjar três nomeados para a gala, dado que
só existem Ronaldo e Messi, com a devida vénia de Ibrahimovic, Neymar, Xavi ou Iniesta.
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