Depois de tantos meses a jogar um futebol
incaracterístico, abaixo das capacidades dos jogadores que compõem o
plantel e de baixíssimo nível global, seria impensável que na estreia de
Sá Pinto ocorresse um milagre e voltássemos a ver futebol de qualidade,
com as nossas cores vestidas.
Dois
míseros treinos ministrados por Sá Pinto, um relvado sofrível, uma
equipa de arbitragem ainda pior que o relvado e algumas exibições a
querer recordar-nos que Domingos era culpado de algumas situações mas
foi mais vítima do que réu, foram suficientes para trazer-nos de novo à
terra e compreender que o novo treinador não poderá com todas as
adversidades.
O primeiro onze de Sá
Pinto foi o mais expectável possível, lançando os jogadores de mais
qualidade que se encontram disponíveis e reservando um banco de "luxo",
recheado dos mais mal-amados pelos adeptos sportinguistas. Quem olhasse
para aqueles suplentes e procurasse uma solução caso o jogo não corresse
de feição, seria mais difícil que procurar um tremoço num milheiral.
Pereirinha,
Evaldo, Carriço, André Santos...Xandão e Ribas eram as pérolas que
estavam no nosso cofre-forte, e foi precisamente do banco que, contra
todas as expectativas, saiu a resolução de um encontro que esteve quase
sempre a cair para o lado polaco.
Se
os primeiros 15/20 minutos de jogo pareciam indiciar um Sporting já algo
diferente, a querer ter a bola, a mandar e a impor os ritmos de jogo,
um pouco à imagem dos juniores até agora treinados por SP, a partir de
meio da primeira parte perdemos de vez essa que parecia a premissa
imposta pelo técnico e o Legia passou a dominar todos os parâmetros do
jogo.
Apesar de estarem há 2 meses
sem competição, os jogadores polacos souberam impor o futebol físico e
pressionante que caracteriza o seu futebol. Um parente pobre do futebol
alemão mas com algumas características semelhantes.
Além
disto, adaptaram-se muito melhor ao relvado ainda impróprio para
equipas mais dotadas tecnicamente, e quando temos jogadores que não se
apercebem que devem adaptar o seu estilo de jogo às condições
existentes, a tarefa complica-se. Complicou Polga, complicou
J.Pereira...enfim, nem vale a pena estar a mencionar os jogadores e as
vezes que demorámos a passar a bola ou a deixá-la jogável.
O
apito para o final da primeira parte soou-me a um concerto de música
clássica. Se o jovem árbitro esloveno tivesse apitado meia hora mais
cedo teria sido uma benção...bem como se tivesse assinalado uma grande
penalidade indiscutível, por mão de um defesa do Legia, numa jogada de
Carrillo.
Pensei eu, pensaram muitos,
provavelmente, que Sá Pinto iria ter ao intervalo uma conversa de
homens, mas quem viu o reinício da partida voltou a aperceber-se que
alguns dos défices da equipa são congénitos. Polga é incapaz de cortar
um jogada de contra-ataque e Patrício salva o que poderia ser uma
machadada nas nossas aspirações....nesta eliminatória.
A
entrado de Carriço para o lugar do lesionado Schaars parecia só uma
solução de recurso, pois durante largos minutos não justificou a aposta,
senão em tarefas defensivas. Como por vezes a sina gosta de contrariar
os descrentes, ou de premiar os audazes...foi o ex-defesa-agora-médio
que aproveitou uma bola caída dos céus e repôs a igualdade.
Seguiu-se
o melhor período do Sporting, um pouco à imagem dos primeiros minutos
de jogo mas com a posse de bola a estender-se por uma maior fatia do
campo.
Com o jogo aparentemente
controlado, nada faria prever (apesar de tudo se poder prever quando
joga o Sporting) que o 2º golo polaco apareceria por demérito arbitral.
Não bastava a grande penalidade
usurpada, um golo em claro fora-de-jogo (aos olhos de um sportinguista),
apesar das leis que regem a arbitragem aconselharem que, em caso de dúvida, se dê primazia ao ataque. O problema é que só connosco é que não há dúvidas, e esta época já fomos espoliados diversas vezes.
Os
minutos finais foram de algum sofrimento, pois o nosso meio-campo,
composto por Rinaudo, Carriço, André Santos e Matias era nitidamente de
marcha-atrás, e seria de esperar algum sofrimento adicional para evitar o
3º golo contrário mas, de uma insistência pela direita, surgiu o golo
da noite, numa trivela "à la Quaresma", que não veio premiar o bom jogo
do Sporting mas sim maquilhar uma arbitragem que, com pequenos-grandes
erros nos poderia ter encostado às cordas.
A
eliminatória obviamente não está ganha, e para ilustrar isso basta
recordar o duelo do ano passado com o Glasgow Rangers. Viemos para a 2ª
mão também com a vantagem de poder empatar a zero...mas o treinador
escocês sempre disse que sabia que iria marcar em Alvalade.
Com
a inconstância defensiva que temos, só a vitória interessa. Resta saber
se o Sporting irá aproveitar esta oportunidade que ficou entreaberta.
Vi o jogo a espaços... por isso não vou comentar (espero que as pernas não trema para a semana)... vou isso sim aproveitar para dizer que o futebol português está para o Pinto da Costa como o nosso Ministro das Finanças para o Paraplégico homónimo da alemanha. Continua a ser uma vergonha a curvatura nas costas com que jornalistas, jornais, instituições, políticos... eu sei lá mais quem... se curvam perante o Pápa... gostava de saber se a agência Lusa fizesse o mesmo e citasse uma fonte anónima do FCP se iria retratar-se no dia seguinte... querem apostar como a fonte da notícia vai ser o Paulo Pereira Cristovão... isto é, o elo mais fraco da SAD do scp... raios os partam... o que é certo é que o Domingos não me parecia ter grande capacidade para gerir o balneário... parece-me muito mole... outro facto estranho com todas estas notícias foi a entrada do apagado Paulinho Santos para a equipa técnica do Vitor Pereira... desconfio que o futuro (final da época) trará mais informação acerca disto... Abr... CM
ResponderEliminarCaríssimo CM (espero que não seja do Correio da Manhã)
ResponderEliminarO futebol português está para o Papa há mais de 30 anos...e para os aprendizes dessas feitiçarias.
A comunicação social está, de facto, entregue aos mesmos há demasiado tempo mas, desconheço o que foi ou não feito da nossa parte para chegarmos a este ponto. Não acredito que as redacções das publicações, as tais instituições e afins não tenham um peso tão grande de afectos ás nossas cores para se chegar a este ponto, só que quem nos deve defender acaba por ser mais papista, que o Papa. Veja-se os poucos sportinguistas que chegaram a cargos de nomeada, como Vitor Pereira, só para mencionar um qualquer...e podemos ver que os resultados práticos são os mesmos.
Abç e SL
Núcleo