Ao
ler ontem a entrevista de Marinho Neves, que correu transversalmente os
blogues desportivos, não passei a compreender melhor o fenómeno
desportivo e, em particular, as questões que indignam todos os que
proclamam a verdade desportiva, mas simplesmente voltei a recordar o que
julgamos conhecer há décadas.
Já
tinha lido passagens do livro do jornalista e esta entrevista julgo não
trazer nada de relevante, a não ser a condição de assalariado do
Sporting, à época, e as funções que desempenhava.
O
sumo da entrevista, que tanto indignou os leitores de cores clubistas
que não o azul, é o mesmo do referido livro, é o mesmo das escutas do
Apito Dourado, é o mesmo que se fala desde que algumas sanguessugas se
apoderaram dos centros nevrálgicos da sociedade portuguesa, que não só
do desporto.
Este
tipo de vermes pode ser utilizado em terapia mas, no caso concreto, a
presa fica exangue e o parasita engorda a olhos vistos.
Apesar
da repulsa que sentimos por saber que o compadrio, a mentira e outros
comportamentos pouco éticos imperam no futebol, outras passagens dessa
entrevista causam uma miscelânea de sentimentos.
Ler que "...O
Porto e o Boavista começaram a sentir-se ameaçados e começaram a minar o
Sporting por dentro utilizando alguns elementos que hoje continuam no
clube." é, para mim, uma das passagens da entrevista mais preocupantes e que me deixa perplexo. Costuma-se dizer que "O Homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra" mas, no nosso caso, a insistência em
andar de olhos vendados ou não aprender com erros passados, mesmo com
pessoas que conhecem ou dizem conhecer os meandros do futebol, devem
deixar qualquer adepto sportinguista estarrecido.
Não sei se estas afirmações de Marinho Neves estão actualizadas, mas faz com que se passe a desconfiar até da própria sombra.
Se
aliarmos a esta ingerência externa a tendência para a auto-flagelação,
então, compreenderemos melhor porque somos, dos 3 grandes, aquele que
passa maiores fases de obscurantismo.
Estive
a passar os olhos pelas notícias que hoje pontuam os jornais e, quase
sem estranhar, deparo-me com mais um arrufo típico das nossas cores.
Diz Pedro Baltazar, ex-candidato à presidência do Sporting: "Tive conversas cordatas,
até sobre a dívida que a Sporting, SGPS tem com a Nova
Expressão, e fiz um desafio a Godinho Lopes, uma pessoa de
amplos recursos, para que pudesse ter investimento ao nosso
nível no Sporting e aí começávamos a
demonstrar interesse e a arranjar soluções. Para meu
espanto, a resposta foi: 'Eu?! Nem um euro, estou aqui a dar o meu
tempo.' Isso diz muito do seu sportinguismo".
A
aparente trégua que se seguiu às eleições, só durou enquanto os
resultados da equipa de futebol foram consentâneos com a grandeza do
clube.
Os
tempos que vivemos actualmente, e que já nos deviam perturbar, face à
desastrosa segunda metade da época, ainda são exponenciados com as
lutas fratricidas pelo poder.
Já
nem sei se me deva preocupar mais ao ler que Godinho Lopes não põe nem
um euro no Sporting, se me preocupe mais pelas aparições e críticas de
Baltazar, Bruno Carvalho, Dias Ferreira, Dias da Cunha...dias a fio...ou
se me deva inquietar por não saber quem são os infiltrados que minam o
trabalho que se faz (ou talvez não) em Alvalade.
Fico sem saber que outras sanguessugas convivem com o verde das nossas cores.
mas vindo de Pedro Baltazar e pelo que eu vi dele no acto eleitoral, não acredito numa só palavra dele, acho que devia ter acompanhamento psicologico e que deixe o Sporting em paz! SL
ResponderEliminarRui Dias
Caro Rui Dias
EliminarPedro Baltazar foi, efectivamente, um dos candidatos que menos simpatias granjeou na campanha, a começar por algumas medidas impopulares que propagandeou, como, se não estou enganado, terminar com o futsal(corrija-me se estiver a cometer uma gaffe).
No entanto, apesar de todos os candidatos terem tido momentos menos felizes, não me parece abonatório para a sua imagem, tornar pública uma conversa que teve em privado com o actual presidente. Qualquer que tenha sido o seu conteúdo, não me parece nem o timing mais adequado nem os meios que usou para tornar públicas tais alusões.
Enfim, são "só" mais uns episódios para justificar o quão apetecível é aquela cadeira e o mal servidos que estamos de proponentes.
SL
Núcleo