"A quem muito se abaixa o rabo lhe aparece."
Este provérbio parece adequar-se à mais recente sodomização que o Sporting foi alvo, por parte dos dirigentes portistas.
Os dirigentes leoninos há muito que se subjugaram aos ditames e vontades dos portistas, e o episódio da venda de Moutinho, que hoje ganha contornos oficiais, é só mais um na longa lista de atitudes vergonhosas por parte dos nortenhos que têm contribuído, de forma inapelável, para o definhar do nosso clube.
Pena é que seja o Sporting e não o responsável pelo negócio quem sinta no seu rabo a despudorada atitude, mas creio que nenhum adepto leonino esperaria outra coisa daqueles vermes.
Quando
Bettencourt deu carta branca ao empresário para se livrar da maçã
podre, e do vasto universo de equipas com capacidade para o levar só
aparece o Porto (que já teria tudo acertado com o jogador, e que foi
certamente o instigador para a irredutibilidade do jogador em voltar a
vestir a nossa camisola) já se adivinhava que a coisa não iria ficar por
aqui.
Creio
que quando o presidente leonino divulgou a base do negócio, onde o
Sporting poderia ver ampliado o valor da venda com uma percentagem sobre
as mais-valias de uma futura venda portista, toda a gente terá pensado,
no imediato, que o dono da Frutaria Costa iria arranjar o estratagema
mais adequado quando essa transacção acontecesse.
Dizem
que "Burro velho não aprende línguas", mas o velho tem pouco de burro, e
a língua que ele fala é para nós difícil de traduzir.
Todos nós sabíamos que isso iria acontecer, mas todos estão estupefactos que tal tenha acontecido.
A
venda de um pacote de jogadores, com a sobrevalorização de James e a
subvalorização de Moutinho renderá ao Porto largos milhões de euros, mas
o Sporting talvez não o fizesse por vários motivos.
Logo
à partida, porque os nossos dirigentes olham mais para a imagem ímpia
que o clube habituou a sociedade do que para os seus próprios
interesses, mas essencialmente porque o Sporting seria incapaz de
realizar negócios com esta envergadura.
O
Sporting tem sido a maior vítima da política de crescimento do Porto,
pois dos seus rivais era o elo mais fraco, graças a uma errada política
de alianças e à incompetência dos seus dirigentes.
Depois
do aliciamento a Futre, passando pela aquisição de variadíssimos
jogadores que o Sporting estava interessado, até às trocas de jogadores
em que sempre ficámos a perder e onde nos subjugámos às regras e à
vontade de quem tem uma posição privilegiada, este episódio será só mais
um no desequilibrado jogo fora das quatro linhas entre dois clubes que
há muito trocaram de posição.
Já para não falar daquilo que foi visível nos últimos 30 anos, dentro das quatro linhas.
Como
"o homem é o único animal a tropeçar duas vezes na mesma pedra"....e
três...e quatro...e as que forem necessárias, não me parece que ainda
tenhamos aprendido que não pode haver negócios com rivais, vistam eles
de azul ou encarnado.
Nem que seja por uma questão ideológica.
Quando
os rivais têm como objectivo aniquilar-nos ou, na melhor das hipóteses,
reduzir-nos ao tamanho de uma barata, parece-me pouco sensato continuar
a manter relações tão estreitas.
Resta esperar pelo próximo golpe na garupa.
É nos momentos difíceis que vemos os amigos.
ResponderEliminarEste dito Lusitano tem como objectivo mantermos alerta, pois a alma Tuga tem muito que se lhe diga.
Não estamos na Alemanha onde o Bayern ajudou o Dortmund quando este faliu em 2005.
Estamos em Portugal, onde a desgraça alheia enche alguns de alegria.
A realidade Sportinguista, ou seja o seu momento presente, fez-me recordar os tempos negros que o meu Benfica viveu há uns anos.
E em especial este teu texto fez-me recordar uma frase, quando o Benfica atravessou os tempos negros, de desgovernação, e andava sem identidade e sem alma, "vampirescamente" atacado por tudo e todos.
Não sei que idade tens nem, se te lembraras ou não, mas aqui fica...
Aquando do nosso contracto publicitário/ parceria com a Parmalat, os antis saíram-se com uma muito boa.
"O Benfica agora vai fazer uma parceria com a Parmalat, a Parmalat da o leite e o Benfica o pacote."
Hã? Ta tudo dito, ajudou-nos em que? ...a enterrar-nos mais.
Como Benfiquista, ver o actual Sporting faz-me lembrar esse período muito difícil, que tanto me custou a passar e por isso fico feliz de haver adeptos do Sporting em estado de alerta e de olhos abertos.
Espero muito sinceramente que o Presidente do Sporting consiga navegar o barco ate porto seguro, e que o faça sozinho(mais vale sozinho que mal acompanhado), que atravesse estas aguas tormentosas e uma vez em terra firme, reavive a identidade Sportinguista e fortaleça o Clube.
Mas quando olhar para traz, saiba ver quem foram e quem são os "Vampiros".
Se para alguns Sportinguistas que ao ler estas palavras, pensarem que posso estar a ser hipócrita, garanto-lhes que não.
Nasci no Barreiro entre Benfiquistas e Sportinguistas, e mesmo saindo ao pai(Benfiquista) sempre tive um respeito enorme pelo Sporting, respeito esse que nasce do respeito que tenho pelo meu padrinho, pessoa que adoro e um Grande Sportinguista.
Mas tenho que confessar que depois daquele verão quente, (saídas de P. Sousa, Pacheco e quase o J. V. Pinto) fiquei profundamente desiludido com o Sporting, por se ter aproveitado desse momento difícil do meu Benfica.
Mas que dizer, na altura era uma criança, e o tempo mostrou-me que em Portugal o FAIRPLAY é mesmo uma treta.
Por isso este meu desabafo hoje, porque á dias percebi que essa magoa tinha finalmente desaparecido.
Dei conta disso, quando vi que Jesualdo Ferreira ia deixar o Sporting.
Tinha muitas expectativas no seu trabalho, deu provas de que podia ser a solução, mas não...
Bruno decidiu um outro rumo. Fiquei um estranhamente chateado, e foi aqui que me dei conta, que o meu respeito pelo Sporting, o meu eterno rival tinha voltado.
Desejo do fundo do coração muita força para este duro caminho que tem a percorrer. Só a força ultrapassa tudo e todos os maus momentos.
Mais que acreditar, pois todos no fundo acreditamos, é o trabalho e a força que nos levam para a frente.
Sinceras saudações Benfiquistas.
Caro anónimo
ResponderEliminarNão sei se é um leitor ocasional ou se já por cá passou noutras alturas, mas se é reincidente depreenderá, pelos meus textos, que não sou um adolescente. Tenho o meio século quase à porta.
Por isso, lembro-me perfeitamente dessa parceria com a Parmalat, e os ditos da altura mas, sem querer desculpar nada nem ninguém, são próprios de uma cultura que faz trocadilhos e piadas sem precisar de se esforçar muito.
Diz-me que ficou desiludido com o Sporting no célebre verão quente, mas esse foi um mero episódio de uma série de "guerras" que sempre tiveram Benfica, Sporting e Porto como protagonistas. A ou as equipas mais fragilizadas sempre foram alvo fácil do rival, tal como a actual situação do Sporting comprova.
O Porto tem sido quem mais se tem aproveitado dessa decadência, mas a rivalidade vai muito mais além do futebol, e o Benfica tem atacado sistematicamente os activos do Sporting.
Só para dar uns exemplos, apesar do acordo de cavalheiros que existe no atletismo, a vossa equipa actual campeã nacional foi buscar a Alvalade grande parte dos trunfos que inverteram a nossa habitual superioridade. Alguns deles, inclusivamente, fruto de tristes jogadas que camuflassem essas transferências. Também no futsal foi fácil encontrar uma equipa formada à custa de jogadores que vestiram de verde e branco, enquanto no Sporting não joga (nem jogou) qualquer atleta oriundo do Benfica.
Eu sei que o futebol é muito mais mediático, e estas facadas doem muito mais aos seus adeptos, mas quando estamos a falar de respeito institucional, tenho a certeza que o Sporting tem sido muito mais prejudicado, mesmo que tenha essas manchas de Paulo Sousa e Pacheco no currículo.
Aliás, ir buscar o Pacheco até foi um favor que vos fizemos.
Quando me fala no respeito pelo Sporting, principalmente pelo seu padrinho , posso dizer-lhe que apesar do meu pai (já falecido) ser sportinguista, todos os seus (7 irmãos) eram benfiquistas. Chegaram a levar-me ao antigo estádio da Luz para me converterem.
Como é normal, tenho imensos amigos benfiquistas mas, tal como ficou magoado com a história de P.S. e Pacheco, a mim foram imensas as histórias que me provocaram uma profunda e galopante desilusão. Tal como já escrevi em crónica anterior, cheguei a ficar satisfeito pelas vitórias europeias do Porto, e não fiquei eufórico com as derrotas encarnadas com o Anderlecht, Milan ou PSV (não cheguei a ver nenhuma vitória encarnada, como é óbvio) mas a falta de respeito para com o meu clube por parte de um grande número de benfiquistas foram alimentando um estado de espírito que se transformou.
O cúmulo aconteceu quando assisti às celebrações pela derrota do Sporting na Áustria, contra o Casino Salzburgo. Benfiquistas e portistas juntaram-se para a celebrar, o que aumentou a minha azia pela derrota, e jurei que a partir desse dia nunca mais puxaria por qualquer outro clube.
Depois desta “pequena” explicação, resta-me dizer-lhe que a rivalidade Sporting/Benfica ainda é a mais tradicional e não me choca que seja por vezes até irracional. Assim é noutros países e não é por isso que os seus adeptos podem ser considerados irracionais ou terceiro-mundistas. Claro está que preferia encarar isto com outro estado de espírito mas, ao contrário do que me relatou, eu ainda não estou curado.
No entanto, e tal como referi na crónica, sou consciente e farto-me de dizer aos meus mais íntimos colegas sportinguistas que nenhum clube fez tanto mal ao Sporting como o Porto, mas como a tradição ainda é o que era, a maioria dos nossos adeptos continua a dedicar-se a gerir as suas emoções tendo como alvo o Benfica…o Eterno Rival.
Termino agradecendo o seu comentário e a lucidez que demonstra.
Apesar de haver uma ou outra crónica que possa não gostar ou concordar, fica o convite para cá regressar, quando assim o entender.
Cumprimentos e Saudações Leoninas