A Paços largos para a pior classificação de sempre.
Se nas vésperas do encontro o nosso treinador considerou a equipa pacense como favorita pela diferença pontual existente, o certo é que em campo não se notou essa diferença.
Nem o contrário.
Foram
duas equipas que se anularam mutuamente, mas a equipa pior colocada, no
campo de uma equipa de Champions, teve quase sempre a bola e quis
ganhar o jogo.
O
pior foi a inépcia e a falta de qualidade de alguns intervenientes que
são um pedregulho na engrenagem, na hora de marcar golos.
Tudo poderia ser diferente se mais um penalti não tivesse ficado por marcar.
Apesar
do empate poder ser penalizador para ambos, a equipa adversária pareceu
parcialmente satisfeita caso o nulo prevalecesse, mas um golo vindo do
nada, no último quarto de hora (daqueles que parecem só acontecer ao Sporting), deu ainda mais combustível aos 11 tractores que estiveram em campo.
A
diferença na vontade de disputar e ganhar cada lance, e a inteligência
(ou falta dela) manifestada por alguns atletas que vestem de verde e
branco foi, de longe, o que separou uma equipa que poderá não ir à Europa pela primeira vez e outra que poderá vir a bater-se, pela primeira vez,
com as grandes equipas europeias.
A
desilusão deste jogo só se compreende porque nas últimas semanas a
equipa tratou de colocar alguma ilusão nos seus adeptos, mas o culminar
desta época miserável há muito que está traçado.
No
entanto, mesmo que aconteça algum milagre de última hora, convém
reflectir sobre algumas das palavras mais recentes do presidente.
Há três dias atrás disse, em forma de comunicado:
"No Sporting Clube de Portugal
apenas ficarão e serão contratados aqueles que demonstrarem enorme
respeito, total vontade, orgulho, empenho e lealdade em servir a
grandeza do nosso clube."
Totalmente de acordo, porque o que se tem visto nos últimos anos, com especial incidência nos tempos mais recentes, é precisamente a diferença de atitude para com qualquer equipa de meio da tabela para baixo.
O pior poderá ser a forma como se vai recauchutar o plantel. Pelo que se tem visto da fornada que veio da equipa B, bem como o que se tem podido ver nesta segunda metade de época dessa mesma equipa B é mais do mesmo.
Jogadores que acreditam ser dotados tecnicamente e que acham que para demonstrar essa superioridade não é preciso correr muito.
Depois de termos podido assistir à nova vaga do futuro, em que as equipas alemãs demonstram uma capacidade física e de entrega acima da média, não me parece que o futuro do Sporting se adivinhe risonho se somente alicerçado em dotes técnicos.
É portanto expectável que o plantel sofra a tal renovação, com grande incidência da massa salarial, e as palavras hoje proferidas indiciam o que atrás referi.
«Se algo acontecer com os atletas e as pessoas do Sporting e que não
seja aquilo que estamos à espera, saibam que o faço pelo futuro do
clube. A decisão vai ser minha e vai ser o melhor para o Sporting»
Bruno de Carvalho parece já estar a preparar os adeptos para as saídas dos nomes mais sonantes do plantel (e até seria capaz de pôr as minhas mãos no fogo em como 3/4 jogadores estarão de malas aviadas), mas hoje ficou mais uma vez provado que os orçamentos não vencem jogos.
Os 3 milhões de euros do Paços não foram empecilho para se intrometer na luta por um lugar no pódio.
O pior, para alguns de nós, é que não dará para mais que isso.
Se o Sporting apertar o cinto para o último furo, vamos nos próximos tempos lutar por objectivos que não preenchem os requisitos dos mais ambiciosos, mas são a consequência lógica do caminho que foi trilhado pelos incompetentes que aqui nos colocaram.
Parem de dizer que é a primeira vez que não vamos à Europa. Em 75/76 ficámos em 5 e não fomos... Não é preciso fazer-nos bater recordes negativos, o moral já está suficientemente baixo...
ResponderEliminarParem de dizer?
EliminarAtenção que quem oferece a versão de que nunca faltámos à Europa é o Sporting. Não me cabe a mim contrariar a versão oficial nem investigar o palmarés.
Quanto aos recordes negativos, estão aí...à vista de toda a gente, infelizmente.
Também não vou investigar se alguma vez tivemos tantas derrotas, se alguma vez o saldo de golos foi negativo, se alguma vez ficámos a tantos pontos do primeiro, mas sei que nunca ficámos abaixo de 5º e que nunca praticámos um futebol tão miserável como a corrente época.
Não é por, eventualmente, já termos faltado uma vez às competições europeias que pode vir a justificar tudo o que aconteceu esta época.
Obg pelo comentário
Concordo com a sua análise ao jogo. O golo do Paços é um grande galo em parte resultante do vício do Patrício em convidar o marcador a visar aquele poste, ora sai a grande estirada ora sai o galão. Continuo sem saber que género de jogador é o Viola, mas ficamos a jogar com um a menos. Nós vêmos um penalty mas é porque somos doidos, gente educada vê que o gr tocou na bola, se depois de abalrroado o VW ficava com a bola à disposição que se foda.
ResponderEliminarDesapareceu assim a estrelinha que parecia ter voltado a acompanhar-nos. (Que tal fazer como outros e pôr não uma, como em épocas passadas, mas três estrelinhas acima do símbolo? Aguardo algo mais azeiteiro, talvez tenha sorte com o famoso "triplete" talvez ponham umas orelhas a levantar a viciclete: "et pluribus orkis").
Quanto à Europa este ano está fechada. Para o ano não sei se vale a pena pensar nisso. Como as coisas estão talvez o acesso esteja dependente de convite e o SCP nunca mais lá volte. Só se aceitam equipas com curso intensivo de espanhol e o máximo de 1 jogador português.
SL.