Terminou, tal como começou, a deprimente época do Sporting.
Tenho quase a certeza que muitos encontrarão inúmeros aspectos positivos no empate de ontem (1-1) com uma equipa mediana, na inauguração do Arena de Pernambuco, mas isso talvez se deva ao facto de já se terem desabituado a espectáculos de qualidade e vitórias contundentes.
Aliás, a maioria dos adeptos do Sporting pode enquadrar-se num dos seguintes estágios:
1- Ficava eufórico quando o clube era ganhador, há 40/50 anos atrás.
2- Ficava eufórico quando o clube tinha boas equipas, dava espectáculo e lutava sempre pelo campeonato.
3-Fica eufórico quando os nossos jogadores ganhavam títulos por outros clubes.
4-Fica eufórico só por lançarmos em campo um bando de jogadores saídos da Academia.
Claro
que para a tacanhez destes estados de espírito mais recentes, muitas vezes também
contribuem aquelas aves que o Sporting parece atrair, seja em Portugal
ou fora dele.
Ontem,
o homem a quem puseram um apito na boca decidiu também fazer parte da
festa, num espectáculo de incompetência ou de verdadeira atitude
terceiro-mundista...como a que pautou a inauguração do Estádio do
Dragão, onde o Barcelona sucumbiu às apitadelas de Martins dos Santos,
um óptimo intérprete para inaugurações e jogos de redobrado interesse.
O
jogo até começou com o Sporting a dar excelentes indícios, e numa
primeira meia hora com alguns detalhes deliciosos a equipa até se pôs a
ganhar, fruto de um auto-golo.
De que outro modo poderia ser, numa equipa que tem anti-corpos com a área e a baliza adversárias?
Nesses
primeiros 30 minutos a equipa da casa demonstrou toda a sua mediania,
mas após o golo leonino a nossa equipa também demonstrou que aquele
golinho caído do céu já lhe era suficiente para justificar o convite,
pelo que se retraiu até ao tamanho que demonstrou durante toda a época.
A entrada despropositada de Miguel Lopes que originou uma expulsão rocambolesca ainda vieram acentuar mais a estratégia.
Mais
ridículo, só mesmo o (inexistente) "penalti", numa entrada
despropositada de Ventura (fruto de um desleixo de João Zinho) que
originou mais uma apitadela rocambolesca.
Não
menos inverosímil foi mais uma lesão de Boulahrouz. Dá ideia que o
fungo que atacou o nosso ex-central Rodriguez ainda está activo e de boa
saúde.
Se os tais pormenores da primeira meia hora foram interessantes, outros, no restante período, foram preocupantes.
É
que não me parece que Leonardo Jardim vá conseguir limar, sem sequelas,
aquelas arestas de jovens jogadores que precisam de errar onde não se
lhes aponte o dedo, ou de outros que denotam simplesmente a sua falta de
qualidade.
Não
sei quem vai ou quem fica no plantel da próxima época, nem sequer vou
estar a acusar este ou aquele, mas espero sinceramente que alguns
intérpretes tenham ontem efectuado o seu último jogo com a nossa
camisola.
Podiam até ter ficado de férias por terras de Vera Cruz.
Quem
também parece ter pé-frio é o nosso treinador interino, que nem
cruzando o Oceano consegue uma vitória enquanto treinador principal, tal
como aconteceu em todos os jogos enquanto esperámos pacientemente por
Vercauteren.
Agora
é desejar, ao contrário de outros anos, que as férias sejam longas e
proveitosas, porque este ano futebolístico não me deixou nem saudade nem
vontade.
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