É inevitável que os
nossos olhares incidam hoje no jogo da selecção nacional de sub20, que inicia a
sua participação no Mundial da Turquia.
Obviamente, a nossa
maior atenção irá recair nos jogadores do Sporting que irão dar o seu
contributo, com a natural curiosidade de ver o estado de forma e as reais
possibilidades de alguns se poderem impor na equipa principal na próxima época.
Na lista surgem, de
modo natural, Esgaio, João Mário e Bruma.
Ilori...nem por
isso.
O seu futuro
continua incerto, mas as notícias continuam a apontar para um aparente
divórcio. Talvez por este motivo, uma publicação divulga hoje que o jogador
está deprimido.
Divórcio...depressão...confere.
O jornal avança
mesmo a possibilidade do central não ser titular no jogo de hoje, com naturais
reflexos na sua (des)valorização que não irá ao encontro dos interesses de
nenhuma das partes.
Acho curioso que o
jogador tenha um tal estado de alma, quando tem contrato em vigor válido até
2015.
O jovem, de dupla
nacionalidade, parece ter herdado dos portugueses o seu espírito de conquista e
descobertas, e demonstra querer embarcar numa aventura, ainda imberbe.
Ilori que,
recorde-se, é o jogador mais rápido de sempre nos testes de velocidade realizados na
Academia de Alcochete, superando os anteriores recordistas, Yannick, Nani e
Cristiano Ronaldo, quer também bater estes na velocidade com que sai de
Alvalade.
Curiosamente,
Eric Dier, o outro central oriundo da formação, aparece na mesma publicação,
mas o contraste entre ambos é evidente.
Um
é o dia, o outro a noite.
Ler
as palavras optimistas, realistas e maduras do jovem de 18 anos, contrasta com o
mutismo depressivo do que devia ser mais crescidinho mas, também ele, deverá
estar sob alçada da censura do seu empresário.
De
qualquer modo, nota-se na prosa de Dier que a família deve ser um pilar importante
na sua postura equilibrada.
“Qual
era o seu objectivo quando pediu para ser cedido ao Everton?
Foi
difícil para mim porque na altura houve complicações do Sporting, na equipa
onde eu jogava. Sentei-me com os meus pais e eles perceberam que me estava a
perder. Estava a comportar-me de uma forma que não era normal para mim, estava
a cair, a sair da linha que tinha traçado. Os meus pais perceberam-no e graças
a isso falaram comigo e disseram que achavam melhor dar espaço a uma mudança.
Era mesmo isso que precisava. Foi o mais certo.”
Por
entre conselhos aos seus (ainda) colegas Bruma e Ilori, e reflexões várias, pode
destacar-se uma das passagens:
"Gostava
de ver o seu contrato melhorado?
Compreendo
que o Sporting esteja numa situação difícil neste momento, sobretudo a nível
financeiro. Mas acho que pelo que fiz esta época, talvez merecesse um pouco
mais. No entanto, estou contente com o que tenho. Não é o dinheiro que me faz
feliz. Só quero melhorar cada vez mais, enquanto jogador. Ainda tenho muitos
objectivos por concretizar e não é o dinheiro que me vai ajudar a alcançar
essas metas.”
Na
realidade actual, não só ao nível desportivo mas transversal a toda a
sociedade, onde os interesses monetários sobrepõem-se a todos os outros valores,
ouvir estas palavras de um adolescente
soam a música.
Talvez por isso é
que a Dier lhe é apontado um estatuto de líder, enquanto outros não passam de meros
carneiros no rebanho.
Dier,
provavelmente, seguirá o seu caminho de crescimento gradual e de forma sustentada, perante o
olhar de carneiro-mal-morto de outros.
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