Ao que tudo indica, Matias Fernandez vai sair do Sporting.
El Crá (o craque) ou Matigol (este não necessita tradução) são as suas alcunhas, e qualquer delas suficiente para classificar a aura com que chegou a Alvalade.
O
galardão de melhor jogador do ano da América do Sul, em 2006, fazia
prever um jogador de eleição, e aquando da sua contratação todos
correram para o Youtube para rever as suas façanhas, porque dos 3 anos
passados posteriormente no Villarreal pouco havia para comprovar a sua
qualidade.
À
sua inadaptação a Espanha foram apontados vários factores, como a
juventude, o treinador, a táctica utilizada...mas felizmente não se
lembraram de apontar o idioma como causador do percurso pouco
conseguido.
Na
sua chegada a Portugal,apesar da equipa da época 2009/10 ser composta
por atletas de qualidade duvidosa, a maior parte dos adeptos leoninos,
com o seu habitual optimismo, achou que a valia de Matias seria
suficiente para camuflar a mediocridade de Pongolle, Saleiro, Caicedo,
Postiga, Angulo, Grimi, André Marques, Mexer ou Ricardo Baptista, só
para citar de cor.
Talvez
por esta razão irá provavelmente sair de Alvalade sem ter conquistado
qualquer troféu, mesmo que na última época já tenha havido uma inversão
de qualidade do plantel e tenha chegado a cheirar uma Taça mas, mais
chateados estaremos todos nós, que sofremos muito mais com os desaires
que alguns profissionais da bola.
Escrever
sobre Matias torna-se, por este motivo, uma actividade de risco, pois
uma larga franja de adeptos tem um fraquinho pelo chileno.
Quando
Matias, naquele jeito desengonçado, fazia um slalon por entre meia
equipa adversária, os seus apaniguados vinham logo a correr para a net
para esbofetear os críticos, mesmo que no final da proeza o jogador
escorregasse ou visse o seu esforço terminar de forma inglória.
Qualquer
passe bem calculado, remate intencional ou finta de corpo era logo
sujeito à avaliação da Marktest sportinguista, que o seguia com
particular atenção.
Mas
tal como refiro os seus apoiantes incondicionais, também o posso fazer
em relação aos seus menos numerosos críticos ferozes, sempre prontos a
disparar quando El Crá batia os livres contra os joelhos dos jogadores
da barreira, ou quando denotava menos vontade para ajudar em tarefas
defensivas.
Aliás,
foi já no legado Sá Pinto que pareceu mudar alguma dessa menor
apetência a defender, e logo os seus fãs vieram a terreiro bradar a
plenos pulmões " O homem agora até defende".
Pois
bem, no meio desta pequena guerra estava eu...e mais uns quantos, pois
queria só que o Sporting ganhasse. De preferência com Matias (e
Pereirinha, e André Santos, e Carriço...e todos os mal-amados, porque são valiosos activos do Sporting) porque não tinha nada contra ele, a não ser quando se exibia abaixo do normal para os seus créditos.
Claro que queria muito que Mati fizesse os seus detractores dar o braço a torcer, porque isso seria bom para o Sporting, mas infelizmente os outros levaram quase sempre "vantagem".
É que apesar de poderem relembrar o livre de Manchester, alguns golos de penalti, o tal outro golo na Liga Europa do ano anterior que ainda ninguém sabe se tropeçou na bola ou tentou fazer uma habilidade, e mais uns jogos de alto nível, o certo é que a regra exibicional foi média-baixa.
A fraca condição física foi sempre apontada como um dos problemas para a sua explosão enquanto figura de relevo, e as cíclicas pequenas lesões quase que serviam de justificação para estar sempre em fase de recuperação, e deste modo era natural vê-lo sair por volta dos 70 minutos, um pouco à la Pedro Barbosa na fase final da sua carreira.
Só à laia de exemplo, Matias foi substituído em 2/3 dos jogos na última época em que foi titular, e essa substituição ocorreu, em média, aos 62 minutos desses 18 jogos.
Serve somente como ponto de referência.
Claro que a conversa muda de figura quando falamos dos valores por que irá ser transaccionado, de acordo com o que tem vindo a público.
Claro que queria muito que Mati fizesse os seus detractores dar o braço a torcer, porque isso seria bom para o Sporting, mas infelizmente os outros levaram quase sempre "vantagem".
É que apesar de poderem relembrar o livre de Manchester, alguns golos de penalti, o tal outro golo na Liga Europa do ano anterior que ainda ninguém sabe se tropeçou na bola ou tentou fazer uma habilidade, e mais uns jogos de alto nível, o certo é que a regra exibicional foi média-baixa.
A fraca condição física foi sempre apontada como um dos problemas para a sua explosão enquanto figura de relevo, e as cíclicas pequenas lesões quase que serviam de justificação para estar sempre em fase de recuperação, e deste modo era natural vê-lo sair por volta dos 70 minutos, um pouco à la Pedro Barbosa na fase final da sua carreira.
Só à laia de exemplo, Matias foi substituído em 2/3 dos jogos na última época em que foi titular, e essa substituição ocorreu, em média, aos 62 minutos desses 18 jogos.
Serve somente como ponto de referência.
Claro que a conversa muda de figura quando falamos dos valores por que irá ser transaccionado, de acordo com o que tem vindo a público.
Os 4 ou 4,5 milhões de euros que se fala parecem efectivamente pouco, tal como a muitos nos pareceu insuficiente os 3,5 de
João Pereira mas, se olharmos para o mercado actual e para o facto do
jogador não se ter valorizado com a nossa camisola, então estará
perfeitamente justificado o valor.
Quando o Sporting o foi buscar por pouco mais de 3,5 achou-se um valor justo, mas quando se tratar de vender por preços similares acha-se pouco.
É óbvio que queremos valorizar o que é nosso mas, pela minha parte tento achar esse ponto de equilíbrio.
No entanto, essa noção do real valor do jogador muda de figura se entrarmos nas sempre pertinentes comparações, quer com outras transacções leoninas quer com jogadores de outros quadrantes, e nesse exercício acaba por vir sempre à memória os negócios do Costa.
Quando o Sporting o foi buscar por pouco mais de 3,5 achou-se um valor justo, mas quando se tratar de vender por preços similares acha-se pouco.
É óbvio que queremos valorizar o que é nosso mas, pela minha parte tento achar esse ponto de equilíbrio.
No entanto, essa noção do real valor do jogador muda de figura se entrarmos nas sempre pertinentes comparações, quer com outras transacções leoninas quer com jogadores de outros quadrantes, e nesse exercício acaba por vir sempre à memória os negócios do Costa.
É que por esse valor que se fala, consegue o Costa vender as ceroulas do Rolando, mas tal deve acontecer por terem a perna alta.
Sabe-se
que o Costa tem outro poder negocial, e quando tem garantias que vai
vender, renova o contrato ao jogador para poder negociar sem
constrangimentos. Foi assim com Falcão o ano passado, e acabou por
vender por 40 o que arriscava vender por 30.
No
Sporting, sabe-se que há vários factores que condicionam as vendas de
jogadores, começando pela pouca visibilidade que eles têm em virtude do
clube não ser um crónico vencedor, terminando nas depauperadas finanças,
que obrigam a ceder às exigências dos negociadores que estão ao
corrente deste estado.
Esta
crónica não irá mudar mesmo que a transferência não se concretize mas,
analisando friamente os prós e contras (alguns deles nem referidos)
parece-me que o fim deste casamento tem toda a lógica que aconteça nesta
altura, mesmo que haja sempre alguma melancolia quando vemos alguns
atletas partirem... e Matias parece ser um bom rapaz.
É pena também porque o blogue irá perder os seus visitantes chilenos!!
Além disso tudo "O Costa" não têm tantos adeptos virtuosos a quererem sempre saber e comentar os valores dos contratos e tudo o que deve ser secreto
ResponderEliminarCaro anónimo.
EliminarPara ser sincero, desconheço se no clube do Costa também se comenta as compras e vendas, mas no 2º apartado não devem ter muitas razões de queixa, pois o homem consegue vender gato por lebre.
No que toca às nossas cores, efectivamente toda a gente opina mas compreende-se que tal aconteça, porque têm as tais referências externas que dão a volta ao estômago.
Além disso, mesmo que se comente sem conhecimento de causa, como acontece a maior parte das vezes, em que desconhecemos se o jogador se recusa a renovar, que tipo de ofertas existem, os ordenados que auferem, a urgência de fazer dinheiro, etc,etc...estas opiniões acabam por não ter interferência alguma no negócio, apesar de gerar um ruído de fundo que vai ganhando, paulatinamente, algum peso negativo.
Obg pelo comentário
Nucleo
ResponderEliminarVenho sempre ler as cronicas que tao bem espelham a realidade do nosso clube.
Por nao ver aqui outros comentarios, quero deixar a minha solidariedade e o estimulo para seguir este excelene trabalho.
Concordo 100% com a analise ao Matias!
obrigado
Jose
Caro José
EliminarAgradeço as palavras de incentivo e o comentário.
Por vezes os comentários são reflexo do trabalho que se tenta fazer, outras vezes nem tanto.
Também visito alguns blogues e também nem sempre deixo comentários, ou porque o tempo por vezes não é muito ou porque, por vezes, não vale a pena estar a contestar coisas com que não concordo por considerar uma perda de tempo, mesmo que considere a crítica e o debate positivos. Digo isto porque há um par de blogues onde o ambiente de comentários e contra-respostas torna o local pouco aconselhável para opinar, onde se corre o risco de ser linchado.
Claro que é bom ler que concordam com o conteúdo das crónicas, mas a minha visão tem o mesmo valor que qualquer outra e, efectivamente, gostaria de ver mais participação dos visitantes, mas já me dou por satisfeito poder constatar que o número de visitantes está a crescer gradualmente, e tendo em conta que o blogue conta pouco mais de 8 meses.
Agradecido uma vez mais pela sua presença, com ou sem comentários, continuação de um óptimo dia.
SL
Eu sou outro que concordo em pleno e só por isso vou deixar um comentário :).
ResponderEliminarContinuação de boas crónicas.
Saudações Leoninas
Caríssimo
EliminarTal como o fiz anteriormente, e mesmo que o ER não concordasse com o conteúdo Matias, agradeço o comentário e o incentivo.
SL
Completamente de acordo com o post. Os críticos deste negócio deve ser os mesmos que, durante a época o críticavam pelas sucessivas lesões e baixas de rendimento. É preciso não esquecer que, foi o próprio Matias a não querer renovar por não estar de acordo com as verbas apresentadas pelo Sporting. Então, se o jogador, agora em fim de contrato, com o rendimento que se sabe, exiji-se um salário anual de 3M por ano, seria um bom negócio? O Sporting fazia bem em aceitar? Para mim, está claro que não.
ResponderEliminarAmigo José Gomes
EliminarTal como refere, essa alegada recusa em renovar é uma das tais condicionantes que podem pesar muito no momento de negociar um jogador.
Claro está que no caso concreto, o rendimento global de Matias também não obrigaria a nenhum esforço suplementar por parte da direcção (esta ou qualquer outra) e com negócios em stanby, como o próprio presidente afirmou, obrigaria à saída de um dos que ainda pode gerar uma receita considerável. Qualquer um que fosse negociado (Patrício, Matias, Izmailov, Elias) teria o seu batalhão de críticos, pelo que devemos relativizar o tal ruído momentâneo que a mesma irá produzir. A melhor maneira de camuflar esse ruído é com o outro ruído, dos golos...e caso a época corra bem , ninguém se lembrará do chileno. Se correr menos bem, bom....aí o caso muda de figura, e o "fantasma" de Matias poderá reaparecer, no rescaldo de algum insucesso.
SL e obg pelo comentário