domingo, 1 de julho de 2012

Polvo à lambareiro


Acabou o Euro2012.
A final não teve história, mas durante a competição pensei estar a assistir ao campeonato nacional.
Não foi pelos inúmeros jogadores com ligações ao Sporting nem pelo desfilar de Proença, Gomes & C.ª.
Achei simplesmente intenso o cheiro a bafio e que, pelos vistos, não é só no futebol indígena que as competições parecem ter a sorte traçada.
Para a história ficará gravado o nome da Espanha, tal como por cá ninguém apagará a mentira reincidente.
As marcas do tempo reduzirão a pó o facto de ser a Croácia a merecedora da passagem aos 1/4 de final e os espanhóis a ver a competição em casa. 
Tudo o que se sucedeu ficou desvirtuado, tal como quando nos espoliam pontos ou os concedem aos do costume.
Ficaremos sem saber se foi o polvo Platini quem decidiu a cegueira momentânea que impediu o árbitro de ver dois penalties que até os facciosos espanhóis consideraram escandalosos, ou se simplesmente previu que vuestros hermanos entrariam para a história pela porta das traseiras.
Podem dizer que os espanhóis praticaram melhor futebol, tal como o Sporting o fez durante épocas em que nada ganhou, ou que os nossos vizinhos tinham os melhores executantes, tal como o Sporting teve melhores plantéis sem que isso significasse sucesso.
Sei é que com o regresso da nossa competição em mira, esta Europeu fez-me recordar que a sensação de deja vu e de desconfiança vai voltar em força.
Podem vir polvos, crocodilos, elefantes ou tartarugas adivinhar quem ganhará o campeonato em Portugal, mas até um burro saberá que não vale a pena apostar no Sporting.
Cá, como lá, continuará tudo na mesma.

2 comentários:

  1. Excelente post! Congratulo-o pela análise feita e que as cabeças pensantes - ou será antes cabeçudos pensantes - não analisaram com a devida justiça. O jogo Espanha-Croácia ficará como uma nódoa neste euro. Aliás, penso que tudo neste europeu foi um fiasco: a começar pelo jogo inaugural, pelos estádios cujos relvados faziam lembrar os da segunda divisão portuguesa, pelo discurso do Platini, pelos estádios nem sempre cheios.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Jorge.
      Antes de mais, obrigado pelo comentário.
      De facto, o jogo Espanha-Croácia foi uma nódoa, como outras, mas esta destoa na roupa encardida porque desvirtuou a competição. A Alemanha também beneficiou das benesses no jogo com a Dinamarca, e o penaltie que o extenso lote de juízes não conseguiu ver também os mandaria para casa. O golo-fantasma da Ucrânia à Inglaterra poderia também ter alterado alguma coisa nos emparelhamentos posteriores mas a selecção natural fez-se e essas duas selecções acabaram por não avançar muito mais. A Espanha foi, nesse caso, a grande beneficiada ...mesmo que se reconheça outros méritos. Tudo o resto foi uma grande desilusão e ontem mesmo comentei o facto, creio que inédito, de uma final destas ter imensas cadeiras por ocupar. Enfim, Platini parece querer emendar o erro ou...aumentar os incentivos à UEFA, patrocinando uma nova forma de competição, com o recurso a diversas cidades europeias em simultâneo. Deverá ser uma maneira de aumentar a corrupção e os jogos de interesse. Abç e boa semana

      Eliminar