Ficou
desvendado o mistério que povoou a imaginação de adeptos e jornalistas
desde que o Sporting comunicou a apresentação de um jogador para o
plantel profissional, até ao aparecimento público de Khalid Boulahrouz.
O
jogador holandês de origem marroquino (mais um, depois de Labyad)
poderá vir colmatar algumas lacunas,
mas também poderá ser mais um enorme ponto de interrogação, dado o seu
percurso algo sinuoso.
Penso que a maioria dos adeptos, nos quais me incluo, devem recordar-se quase exclusivamente do
jogador pela famosa "Batalha de Nuremberga", nome por que ficou
conhecido o jogo entre Portugal e Holanda (Mundial 2006) onde foram
mostrados 16 cartões amarelos e 4 vermelhos.
Nesse
jogo Boulahoruz deu-se a conhecer, e foi quem lançou as bases do jogo,
ao lesionar Ronaldo com uma entrada que, aliás, já tinha sido prometida
pela equipa holandesa.
O que me interessa, neste momento, é que o o hematoma de CR7 já desapareceu e eu quero é que Khalid defenda o Sporting com unhas, dentes e o que seja necessário.
A
larga experiência do jogador está sustentada, principalmente, nos
largos anos de Bundesliga, onde representou Hamburgo e Estugarda.
Também teve meteóricas passagens por Sevilha (6 jogos realizados - 4
derrotas) e Chelsea, mas começou a carreira no modesto RKC Waalwijk,
equipa com pouca projecção, do meio da tabela do campeonato holandês.
No
entanto, é na mediática selecção holandesa onde mais sobressaiu, dada a
qualidade colectiva da equipa e por ser, geneticamente, uma selecção
sempre com grandes ambições.
Apesar
disso, na laranja mecânica e seus derivados, geralmente quem tem
direito às luzes da ribalta ocupa posições mais avançadas, ali...do meio
campo para a frente, e os defesas holandeses, na sua generalidade, até
são reconhecidos pela sua inferior qualidade, quando comparados com a
restante equipa.
Contudo,
esta incapacidade defensiva tem mais a ver com o modo como os
seleccionadores holandeses montam as suas equipas (mais preocupados em
conciliar os imensos jogadores de propensão ofensiva...e menor
capacidade defensiva) do que com a qualidade dos seus actores
secundários.
No
recente Europeu também fez parte da convocatória, na selecção que
constituiu a grande decepção da prova, ao averbar 3 derrotas noutros
tantos jogos, mas o polivalente jogador não jogou um único minuto.
O
Canibal, como é conhecido, tanto poderá jogar a central como poderá
jogar na lateral direita (talvez assim se "justifique" a passagem de
Arias para a equipa B) mas poderá voltar a inclinar um campo que, com a
saída de João Pereira, esteve pouco tempo equilibrado. É que com o
lateral transferido para o Valência em campo, o Sporting iniciava o jogo
praticamente com um amarelo garantido. Agora, com o defesa holandês,
voltamos a garantir que os árbitros têm ali um foco de embirração.
Nas primeiras declarações disse que está com fome de títulos mas, com o currículo dele, qualquer um estaria. É que, a fazer fé num site que consultei, o homem só ganhou uma FA Cup, em Inglaterra. O ronco do seu estômago deve poder ser ouvido a quilómetros de distância.
Tendo
em conta as mais recentes entradas, mesmo que subsistissem muitas
dúvidas relativamente às evidentes lacunas no sector mais recuado,
sobram agora algumas interrogações quanto a alguns dos investimentos da
época passada.
Se
a lateral direita poderá ser disputada entre Cédric, Pereirinha e o
próprio Boulahrouz, o centro da defesa terá este último galo em luta com
Onyewu, Xandão, Carriço e o provável Rojo. A lateral esquerda ficará
entregue a Ínsua ou a interrogação Rojo, a não ser que o mais recente
boato (Ziegler) apareça do nada, significando que os responsáveis
leoninos poderão estar (mesmo) a tentar livrar-se do ordenado do defesa
esquerdo argentino.
Esta e outras dúvidas irão ser esclarecidas ou alimentadas nos próximos dias, num quiosque perto de si.
Á imagem do Rinaudo, na época passada, em que vinha rotulado de rijo, agressivo, raçudo etc., este é mais um que, vai ser a cereja no topo do bolo para os árbitros Portugueses em relação ao Sporting. Já estou a imaginar o filme.
ResponderEliminarCaro José Gomes
EliminarO caso Rinaudo é um excelente exemplo de um jogador que, não sendo maldoso, apresentava uma agressividade positiva e nunca pôs em causa a integridade física de qualquer jogador adversário, enquanto jogador do Sporting.
Curiosamente, puseram-lhe essa mesma questão, e como iria ser o relacionamento com os árbitros, mas de nada serviu, porque logo em Guimarães foi expulso por...só jogar a bola, como as imagens o comprovaram.
Aliás, à data da sua lesão, Rinaudo era o jogador da liga que mais faltas sofrias, mas um dos que tinha mais admoestações.
Boulahrouz surge com um perfil parecido, mas tenho em crer que este já não terá a subtileza e qualidade do argentino. É mais de levar tudo o que esteja em pé pela frente...ou seja, muito mais sujeito (e no caso concreto, o Sporting) aos delírios e embirrações dos árbitros, sempre lestos a encontrar um motivo para pôr o Sporting onde eles e os seus mandantes desejam.
Veremos o que isto vai dar, sendo certo que não é aos 30 anos, nem com cházinhos de tília que o holandês irá mudar a sua personalidade.
Obrigado pelo comentário
SL