Numa altura em que as atenções dos sportinguistas passam a focar-se (no que toca a contratações) na
chegada do ponta-de-lança, muitas dúvidas continuam a centrar-se no
eterno problema da defesa sportinguista, corporizada pelo sempre débil
sector central.
É
sabido que os ataques ganham jogos mas as defesas ganham campeonatos e,
apesar de toda a equipa (dever) participar no processo defensivo, os
centrais são quase sempre os mais visados pela (in)eficácia defensiva.
Salvo
raras excepções, a equipa que se sagra campeã é também aquela que se
apresenta, no final do campeonato, com a defesa menos batida.
O
Sporting, como é sabido, só venceu dois campeonatos nos últimos 12 nos,
e na vitória da época 1999/00, para confirmar a regra, sofreu 22 golos e
tornou-se também na defesa menos batida, onde se destacavam André Cruz e
Facundo Quiroga.
Daí para cá, somente na época 2006/07, época de
ouro de Polga, muito bem acompanhado por Tonel, sofreram apenas 15 golos mas
viram o campeonato fugir por 1 singelo ponto, por entre as mãos do
avançado Ronny, do Paços de Ferreira, e da momentânea miopia do árbitro João Ferreira.
Talvez
o facto de só por essa vez a defesa do Sporting ter sido a menos batida
do campeonato, neste lapso de tempo, seja um sintoma de há anos não
possuirmos um central de referência. Essa posição está a eternizar-se
como o elo mais fraco, apesar das dificuldades que também temos para
marcar golos e ameaçar tornar-se num outro flagelo para os adeptos
leoninos.
Olhando
só para as últimas 7 épocas, de modo aos mais novos não se sentirem
marginalizados, podemos constatar que houve uma roda-viva de entradas e
saídas nessa posição, com especial incidência nos dois últimos anos.
Se
olharmos para a época 2005/06, contávamos com Polga (o eterno), Tonel,
Beto, Caneira e Hugo. A época seguinte, a já referida e bem sucedida a
nível defensivo, manteve-se a estrutura com a inclusão temporária de
Moisés, mas este acabaria por nem jogar com a nossa camisola, por
questões burocráticas, e Hugo iria à sua vida. Na de 07/08 chegou o
careca Gladstone ( mais um que não aqueceu nem arrefeceu) e Paulo Renato
fez número. Na de 08/09 apareceu Carriço, algo que entusiasmou muitos,
mas o tempo veio dar razão aos mais desconfiados, enquanto Polga, Tonel e
Caneira já irritavam os mais impacientes. Para a época 09/10 só
apareceu Mexer, mas não mexeu com os sentimentos de ninguém.
O
ano seguinte trouxe o argentino Torsigleri e Nuno André Coelho e com
eles mais expectativas. Finalmente a defesa ganhava altura...e muitos
acreditavam estarem estes à altura da grandeza do Sporting. No entanto,
continuámos a sofrer golos de bola parada e a qualidade dos artistas não
era indiscutível, como podem comprovar as acesas discussões acerca
destes jogadores.
A
grande revolução, depois de quase haver petições públicas nesse
sentido, aconteceu na época 2011/12, com a chegada de Rodriguez, Onyewu e
Xandão, para fazer companhia a Polga e Carriço. Não há fome que não dê
em fartura, só que quantidade não significou qualidade, uma vez mais.
A
época que está prestes a arrancar trouxe-nos mais uma tentativa, talvez
desesperada, de tentar acertar finalmente num jogador que possa liderar
uma defesa nitidamente em défice.
O
estilo que Sá Pinto quer impor, e que quando passou a liderar a equipa
já fez notar, obriga-nos a ter centrais que saibam ter a bola, que
saibam criar desequilíbrios mas, obviamente, que sejam aguerridos e
efectivos a defender.
Se
muitos continuam a gostar do estilo de Xandão (mais conhecido pelo
Xutão, por terras de Vera Cruz), eu continuo a achá-lo útil, mas longe
daquilo que o Sporting necessita.
Mais
longe estará Onyewu, com um estilo mandão mas cada vez mais trapalhão.
Para ilustrar a galopante trapalhice, basta recordar que no jogo contra o
Charlton... abandonou o lado esquerdo da defesa, que era o seu, para
invadir o lado direito e ir atropelar o colega Nuno Reis, que se
preparava para dividir uma bola aérea com o avançado inglês.
O
jovem central português, esse, terá certamente tarefa árdua para se
poder impor, dada a profusão de jogadores para essa posição.
Assim,
e dado que Rodriguez é carta fora do baralho, aqui, no Corunha ou na
Misericórdia, e Polga foi finalmente reformado, eis que surgem Rojo e
Boularhouz para voltar a fazer-nos acreditar que os dois, ou um deles,
pode ganhar o lugar numa defesa a necessitar de líder, como um faminto
precisa de pão para a boca.
Rojo
parece ter deixado óptimas indicações nos primeiros treinos, mas o
holandês também terá credenciais suficientes para ir alternando o lugar
com algum do vasto rol de centrais disponível.
A
tarefa de Sá Pinto será a de gerir a dupla de centrais e trabalhá-la de
forma a que denote a qualidade que fez os responsáveis pelo futebol
partir para a sua contratação para que, com a colaboração da restante
equipa, possa colocar de novo a eficácia defensiva no topo das
prioridades, de modo a ficar mais próximo do sucesso.
o onyewu é sem dúvida o melhor central do SCP! N percebo essa imagem q se criou de ele ser trapalhão! é o patrão em bolas aereas e pelo chão tb é bastante eficaz! só lhe falta velocidade. mas isso falta a todos! entrou agr o rojo para ser o seu parceiro e criar uma dupla formidavel!
ResponderEliminarPS- reparaste nesse atropelo, e no fim tb viste o corte in extremis em carrinho dentro de area q cortou um lance nitido de golo?
Caro anónimo
EliminarAntes de mais, agradecido pelo comentário.
Quanto a Onyewu ou a qualquer outro atleta, tratam-se de opiniões pessoais, portanto, mesmo que passíveis de ser debatidas, são apreciações feitas após o visionamento de jogos que , como deve saber, são muitas vezes pouco lineares.
Apesar do americano, também a mim, me ter feito acreditar numa aquisição de óptima qualidade e indiscutível, o certo é que foi, paulatinamente, perdendo algum crédito fruto de actuações com erros comprometedores.
Este lance que referi, mesmo que possa contrapor com alguma acção positiva, foi só um lance para exemplificar algo que não vem de agora. Onyewu confere à equipa altura e determinação, mas faz perder (mais uma vez...a meu ver) capacidade na posse de bola, para lá de ser facilmente ultrapassável em lances de tabelinhas e futebol apoiado.
Eu, como o caro leitor, queremos o melhor para o Sporting, e pela minha parte, que seja com Onyewu, Xandão....ou até Pereirinha a central, só quero que o Sporting saia vencedor das competições onde entra. A crónica não visa o americano, visa o carrossel de aquisições para essa posição que, passados tantos anos, continua a dar poucos frutos.
SL
PARA MIM A DUPLA DE CENTRAIS SERÁ ROJO À ESQUERDA E BOULAHROUS À DIREITA, SE BEM QUE NÃO ME PAREÇA UMA DUPLA MUITO ALTA. DEPOIS, TEMOS O XANDÃO E O CARRIÇO, COM O NUNO REIS A SER TAMBÉM UMA OPÇÃO VÁLIDA. CONCORDO COM A AVALIAÇÃO FEITA AO AMERICANO ONYEWU, PORQUE COMETE FALTAS PERIGOSAS À ENTRADA DA ÁREA, FAZ PENALTIS EVITÁVEIS, E, POR ESTAS E OUTRAS RAZÕES, VÊ MUITOS AMARELOS. NÃO ME PARECE UM JOGADOR COM BOM SENTIDO POSICIONAL. PARECE-ME UM JOGADOR POUCO INTELIGENTE E ALGO IMPRUDENTE NA FORMA COMO ABORDA LANCES COM JOGADORES MAIS RÁPIDOS. É BOM NO JOGO AÉREO, TANTO OFENSIVO COMO DEFENSIVO. PODE FAZER ALGUNS JOGOS PELO SPORTING, DESDE QUE A RAPIDE ZNÃO ABUNDE NOS ATAQUES DOS ADVERSÁRIOS.
ResponderEliminarCaro anónimo
EliminarA minha opinião também gira à volta dessa hipótese, mas primeiro tenho que ver os jogadores em acção, com a nossa camisola, e com o nosso sistema de jogo para poder aferir a sua integração.
Quanto à altura, eu penso que é uma questão pertinente, mas existem exemplos de equipas vencedoras que ultrapassam facilmente essa aparente limitação.
Rojo com 1.88 e Boulahrouz com 1.83 podem não destoar mas se seguirmos por exemplo do Barça que dominou durante anos o futebol mundial reparamos que na dupla mais usual, Piqué tem 1.92, e Puyol tem1.78. No entanto,a organização defensiva era sublime, o pressing efectuado asfixiante e, principalmente, a percentagem de posse de bola que limita o ataque adversário. Limitando-me aos centrais, Puyol (apesar de estar aos poucos a perder o seu espaço, em virtude de algumas lesões) no Sporting seria considerado um anão mas contrapõe essa limitação com um poder de antecipação notável...com uma saudável agressividade e com uma colocação e visão de jogo invejáveis. Defender não é aliviar bolas de cabeça, como alguns acreditam...e dentro da filosofia do futebol moderno, acredito que a altura pode ter importância, mas não tanta como fazem crer. Há predicados mt mais importantes, e que não se encontram infelizmente ao virar da esquina.
Obg pelo comentário.
SL