Da extensa entrevista que Carlos Barbosa concedeu ao jornal Record e que hoje foi publicada, pouco mais sei que alguns excertos que foram disponibilizados na versão online da publicação.
Este
jornal, a par com os outros dois desportivos, não fazem parte das minhas
leituras em papel, pois há largos anos decidi boicotar, sine die, a sua compra.
Já
recebi um como prenda de Natal e outro como prenda de aniversário, já li
alguns que forravam um conjunto de copos embalados, também li uma
crónica numa montra de uma loja em vias de ser trespassada e um ou outro
esquecido...ou abandonado numa mesa de café. Nessas condições até sou
capaz de os ler, mas do meu bolso não sai um cêntimo para aquelas almas
penadas.
Deste
modo, estaria fora de questão adquirir o jornal para saber até que
nível baixaria o ex-vice sportinguista, em mais uma cruzada contra os
interesses do clube.
Pois bem, pelo que tive oportunidade de ler e ouvir, Barbosa esmerou-se.
Logo à partida foi confrontado com o timing da entrevista e confidenciou que tinha acordado com Godinho Lopes que só falaria após a final da Taça de Portugal ou no defeso.
Quanto
questionado com a (saudável) opção de não falar, começou a disparar em
vários sentidos e o primeiro a levar com um rocket (não confundir com
Roquete) na cabeça foi
Dias Ferreira.
Barbosa
afirmou que o ex-dirigente representa o caruncho do Sporting, num
sentido lato. Penso que, com mais ou menos caruncho, todos os
sportinguistas se poderão rever nesta afirmação, dada a infeliz
participação deste personagem em representação do Sporting em programas
de índole desportiva. No entanto, o mesmo se aplica a outras
intervenções por pessoas que em nada beneficiam a instituição,
chamem-se eles ROC's, PPC's ou Vicentes de Moura desta vida.
Logo
em seguida elogiou o
Benfica e a sua gestão e fez referência ao Porto, onde apelidou Pinto da
Costa de "Querido líder" (fazendo uma analogia com o norte coreano Kim
Jong Il, mas para quem não conheça o desaparecido
ditador, poderá ter pensado tratar-se de um elogio).
Resumindo,
tivemos oportunidade de ouvir um papagaio falar do caruncho mas ficámos
sem saber porque não aproveitou a opção de não falar...a não ser que o
pequeno excerto vídeo não tivesse gravado toda a linha de pensamento do
ex.
Entre outros assuntos falou das "amadoras" e, sem estranheza, defendeu a extinção de alguma delas:
"Todas as modalidades do Sporting dão dinheiro, menos as três
profissionais. Eu, se calhar, já tinha acabado com alguma delas (...)
Mas perdoem-me os sócios que gostam do andebol: eu acabava com a
modalidade, pelo menos nestes moldes. Não traz nada ao Sporting".
Depois
de na campanha eleitoral temos tido um candidato que defendia o fim do
futsal, agora vem outro defender o final do andebol. Mesmo que saibamos
que a vertente financeira é fundamental, quando se fala da vida de
qualquer clube, olhar-se para o símbolo do Sporting e ver-se um cifrão é
a antítese de quem conheceu e defende a instituição enquanto maior
potência desportiva nacional.
Claro
está que o cenário piora se essa secção não tem o retorno de títulos a
que nos devia habituar mas, tal como no futebol, tal devia merecer uma
maior exigência e não a simples extinção.
Com
políticas desse género, futsal e atletismo, que este ano foram
suplantados pelos rivais, serão os próximos alvos para transformar o
Sporting num clube de futebol, com as honrosas excepções que consigam
gerar receitas.
Não
sei nem quero saber o orçamento das modalidades em causa mas, queria
saber, isso sim, quantos anos de modalidades significariam um dos flops contratados para o futebol profissional.
Nesta
entrevista, Barbosa também voltou a enveredar pela falta de liderança
de Godinho Lopes mas esse tema, acredito, poderia dar para páginas e
páginas de conjecturas.
No
entanto, acho curioso que os únicos modelos a servir como comparação
sejam os dos rivais. É que o modelo presidencial não se esgota em Porto e
Benfica.
É que
já que falamos em comparações, tanto Benfica como (principalmente)
Porto não têm figuras ressabiadas, carunchosas ou sedentas de
protagonismo que aparecem constantemente na comunicação social a
descobrir a careca das imensas fraquezas que possuem.
A fauna do Sporting é pouco variada e gira à volt de bufos, papagaios e caruncho.
Dado que Barbosa proclama que o Sporting está estagnado diria que, efectivamente, só muda é o cheiro, porque a merda é a mesma!!
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