Ricardo Quaresma
voltou ontem a ser associado ao Sporting. A origem da notícia esteve
num qualquer site turco mas, se não tivesse sido essa fonte, os jornais e
portais portugueses arranjariam maneira de conseguir alegadas fontes
para o efeito.
Já
faz 10 anos que o jogador deixou Alvalade mas, com um pouco de jeito,
diria que Quaresma já teve o seu regresso agendado por 20 vezes, ou
seja, duas vezes por ano. Tanto no mercado de Verão como no de Inverno,
janela de transferências aberta sem aparecer Quaresma no Sporting não
seria a mesma coisa.
O
adepto comum até agradece sonhar com o jogador, de 6 em 6 meses, mesmo
que a maioria já olhe com desconfiança ou até com desdém, para esta
notícia.
Se essa maioria silenciosa geralmente esteve pouco preocupada
no modo como se poderia financiar o regresso do jogador, bem como o seu
milionário ordenado, os tempos actuais de recessão económica já não
deixam todos indiferentes e muitos acharão, certamente, que é impossível o Sporting suportar jogadores com estatuto consolidado e os seus respectivos "vícios".
Claro está que o alegado negócio "à la Jardel" que a imprensa fala, poderia
valer que se prescindisse de 3 ordenados, juntar tudo num mealheiro
para, no final do mês, pagar ao mister trivela mas, mesmo desconhecendo o
valor de qualquer deles, quer-me parecer que os vencimentos de Arias,
Neto e Baldé nem chegaria a 1/5 do necessário, para lá de ultrapassar desmesuradamente o tecto salarial leonino.
Outra
questão que se pode e deve pôr para alimentar este boato, tem a ver com
a necessidade que o Sporting terá de mais um extremo para a composição
do actual plantel.
Se já
passámos há muito tempo a época em que Paulo Bento depauperou essa
posição e permitiu que a relva crescesse em generosos tufos junto às
linhas laterais, graças ao seu famoso losango no centro do terreno, o
certo é que actualmente temos extremos em quantidade e qualidade
suficientes para prescindirmos destas dádivas.
Se na
época passada tínhamos Capel, Carrillo, Jeffren e até Pereirinha aos
quais se juntaram por algumas indisponibilidades físicas Matias e
Izamilov, este ano ainda podemos contar com Wilson Eduardo e Labyad,
mesmo que o marroquino já tenha dito que prefere jogar no apoio ao ponta
de lança.
Ao ver este lote de atletas e, conhecendo as características de Quaresma, fico satisfeito que o boato seja, tão só, isso mesmo.
Nem
sequer me agarro à fama e proveito de indisciplinado que granjeou por
onde passou, mas simplesmente porque nunca fui muito apreciador das suas
características.
O
trajecto do jogador, com passagens pouco sucedidas por Chelsea, Inter ou
Barcelona tem o ponto alto no Porto. Claro, mas isso para mim não é
ponto de referência e suficiente para mudar a minha ideia. Quase todos
os jogadores que de lá saíram atingiram o zénite na sua passagem pelos
azuis e brancos. Depois de saírem, nunca mais atingiram tal patamar.
Quaresma
enquadra-se naquele tipo de jogador por quem não nutro grande simpatia,
e que inclusivamente irrita pontualmente até os seus mais fiéis
seguidores.
Ainda
de leão ao peito chegou a ouvir muita assobiadela pela teimosia em
agarrar-se compulsivamente à bola. Aliás, esses atributos não lhe são
exclusivos e outros jogadores do passado e presente que enveredam pelo
mesmo tipo de comportamento levaram o mesmo tratamento.
Nani ou Carrillo levaram nas orelhas sem sequer chegarem a tocar na bola metade das vezes do mentor.
Claro
que há quem goste desta constante exibição a solo mas no futebol
moderno, do qual a Espanha é o seu expoente máximo, dar mais do que dois
toques na bola já é motivo para ser olhado de esguelha por colegas e
adeptos.
O que
vale é que daqui a nada o mesmo site virá desmentir ou, pura e
simplesmente, voltará a cair no esquecimento...até Janeiro.
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