Eu podia, e devia, marimbar-me para tudo o que não esteja relacionado com o Sporting.
Estas
páginas são dedicadas ao nosso clube e, mesmo sabendo que são visitadas
por adeptos de clubes rivais (alguns simpáticos visitantes, outros
meros curiosos da actualidade deste grande clube, e uma minoria que
paira, tipo ave necrófaga, ansiosa por um animal moribundo) o certo é
que raras vezes dedico algumas linhas a notícias que não tenham o
Sporting como protagonista principal.
No
entanto, há assuntos que podem parecer transversais e que não nos dizem
respeito mas, tudo o que configure diferença de tratamento ou que de
algum modo belisque as regras com que os clubes têm que se reger, passa a
ser de interesse geral.
Assim,
baseado neste princípio, sinto-me no dever de comentar este caso, e
considero que o castigo "imposto" a Jorge Jesus é um autêntico atentado à
inteligência de quem segue o fenómeno desportivo, isto para não ser
mais contundente e considerar que há outro tipo de adjectivos a aplicar.
Para
os mais distraídos, o que está em apreciação é o castigo de 15 dias que
foi imposto ao treinador dos encarnados, a punir as declarações de
Jorge Jesus depois da derrota caseira
frente ao FC Porto, a 2 de Março, num jogo a contar para a 21.ª jornada
da Liga.
Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro.
Se
ainda sei contar e não me esqueci da ordem dos meses, a Comissão de
Disciplina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional demorou mais de 7
meses para aplicar o castigo.
Pior
ainda (mediante a perspectiva)... a exemplar punição coincide, por obra
e graça do Espírito Santo, com a paragem competitiva por força dos
jogos das selecções.
Eu sei que o caso não é virgem, em Portugal e, provavelmente, em mais meia dúzia de países onde a justiça desportiva tem os mesmos tiques da justiça civil, onde os casos mais mediáticos são o espelho da diferença entre grandes e pequenos.
Talvez
seja por isso, e por Miguel Sousa Tavares, entre outros, achar que o
Sporting já não é um grande, que o nosso clube é tratado de modo
diferente e vê, impotente, o festim pelo que os outros dois se batem.
Não
me recordo se o Sporting já beneficiou de idêntica medida. Talvez, em
tempos de outra grandeza, mas quase seria capaz de garantir que estes
tiques de despotismo são próprios de um poder recente, bicéfalo, e onde o Sporting é empurrado, a cada dia que passa, para a linha que separa o passado do futuro.
Decididamente, é preciso ter Fibra para lidar com o futebol dos últimos 30 anos.
Não é a tua visão...é mesmo corrupção!!
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