Apesar do direito que me (nos) assiste para comentar, criticar ou analisar
as prestações do Sporting, vou tentar ser o mais conciso e diplomático
possível, pois não quero acrescentar esta às muitas vozes que se irão
levantar contra a equipa e, principalmente, contra o seu treinador.
Se
neste momento o mais fácil ( e lógico) é fazer uma cruzada contra o
principal responsável pelos resultados (obviamente o treinador), creio
já ter dito tudo o necessário e indispensável, no que levamos de época,
antecipando o que me parecia evidente.
Assim,
e sem querer correr riscos desnecessários para, uma vez mais, poderem
achar que constatar o óbvio pode confundir-se com anti-sportinguismo,
diria que estamos um ano mais a caminhar para bater recordes negativos
ou, em última instância, a reforçar o triste hábito de começar as épocas
sem chama.
Não
sei se me preocupa mais a relativa apatia (quando confrontada com a
atitude dos jogadores suíços)...depois de uma entrada em jogo
relativamente mais positiva que em encontros anteriores, ou a ridícula
apetência pela baliza adversária, materializada em mais um redondo zero
(sétimo da época em 15 jogos, contabilizando a pré-época).
Qualquer dia perdemos o patrocínio da SuperBock e passamos a ser patrocinados pela Sagres...Zero!!
Por
falar em números, porque em desporto é disso que se trata, mais um jogo
oficial sem vencer...e a risível vitória contra os quase amadores do
Horsens chega a destoar na nossa estatística.
Claro
está que (no entender de Sá Pinto) o Basileia não é uma equipa
qualquer, e inclusivamente é campeão suíço e vencedor da Taça. Por esta
ordem de ideias, felizmente não fomos à Champions, pois iríamos
encontrar uma grande quantidade de campeões, e isso seria
contraproducente.
Apesar
de já termos apanhado anteriormente um Basileia campeão, onde não
tiveram qualquer chance de se opor à nossa superioridade, quer-me
parecer que o campeonato local deve ter evoluído bastante, pelo estatuto
que lhe foi outorgado. Contudo (valha-nos isso) continuam sem conseguir
marcar-nos um golo, após 5 jogos para as competições europeias. Já o
Rio Ave, recentemente, tratou de mandar às malvas essas estatísticas, ao
vencer pela primeira vez em Alvalade para o campeonato, mas o Basileia
só quebrou metade da sua maldição.
Se
no campeonato já temos de andar a fazer contas pelos dedos...e qualquer
dia com a calculadora, na Liga Europa começamos a olhar para cima, ao
contrário do que tem sido hábito. Perder pontos em casa pode ser
catastrófico, pois num mini-campeonato de 6 jogos o factor casa pode ser
determinante.
Por
essa razão, o jogo na Hungria, no próximo dia 4 de Outubro, e que
antecede a ida ao Dragão, pode revestir-se (já) de carácter decisivo,
pois um resultado negativo pode obrigar-nos a ter que ir ganhar aos
campos teoricamente mais complicados.
Para
finalizar (sem querer propositadamente entrar em análises detalhadas ao
jogo), quero também destacar a fraca assistência em Alvalade, quanto a
mim fruto da mais recente onda de maus resultados e, por consequência, o
galopante divórcio com a "equipa".
É uma pena que se tenha perdido todo o élan de uma época vazia de títulos mas em que se ganhou a empatia dos adeptos.
Um
dos mais aplaudidos acabou por ser o (etíope) Gelson, pela entrega que
colocou no momento de inferioridade numérica. Demonstrou, se alguém
tivesse dúvidas, que é possível a equipa ter outra entrega em campo, ter
outra abordagem na recuperação da bola e, por arrastamento, na criação
de jogadas de ataque rápido.
Já
quanto aos assobios no momento das substituições Sá Pinto não
justificou, mas considerou ser uma apreciação do jornalista, na flash
interview, que ele não corrobora. Bem, então das duas uma. Ou estavam a
corporizar nas substituições o seu desagrado pelo jogo...e pelas
próprias trocas ou, pelo que pode ter dado a entender o nosso treinador,
podiam estar a assobiar os jogadores, pelas suas prestações.
Acho que mais valia não ter respondido a esta pergunta, a dizer algo semelhante.
Se
os adeptos assobiaram Izmailov pela sua prestação, ou estão todos
loucos...ou Sá Pinto não se apercebeu da mensagem. É óbvio que, provavelmente,
Izma talvez precisasse mesmo de sair, pela disponibilidade que era
necessária e pela sua recente longa paragem mas...dizer que os assobios
podem não ter sido para as suas opções...!!! O mesmo se aplica a
Carrillo, que já não podia com um gato pelo rabo, e na de Elias, mas
mais uma vez o povo quis fazer-se ouvir, como nas recentes manifestações
populares.
Este empate
também pode ter repercussões a curto prazo. É que não só os nossos
jogadores vão começar a desacreditar nas suas capacidades ( e é normal
que tal aconteça) como o mais perigoso poderá ser a crença e o ânimo
que colocarão nos próximos adversários. Se daqui a quatro dias temos o
Gil Vicente, passada uma semana defrontamos o Estoril que, recorde-se,
também é campeão. Venceu a Segunda Liga, há menos de quatro meses.
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