Sempre achei piada ao corporativismo. É
típico da sociedade portuguesa e já fomos por diversas vezes alvo dessa
solidariedade dentro de uma determinada classe.
Quem
não se recorda do boicote aos jogos do Sporting, por parte da classe
arbitral, em virtude dumas supostas declarações de Godinho Lopes?
Fez
agora um ano, e foi precisamente num jogo com o Marítimo (derrota por
2-3) que foi levantado o boicote. Antes tivessem ficado mais uns 27 ou
28 jogos a privar-nos da sua majestosa presença.
Tudo
começara no empate caseiro com o Olhanense, no arranque do campeonato,
onde fomos altamente lesados pela equipa de arbitragem. Seguiu-se o
empate em Aveiro, com um árbitro "de bancada" e, depois de muitas
ameaças, lá apareceu Pedro Proença para o embate com os madeirenses. O
resultado acabou por ser o normal, quando o mais credenciado dos
árbitros portugueses dirige um jogo do Sporting.
Um
ano depois, Luisão abalroou um árbitro alemão. Alguns, os mais lúcidos
ou soltos de algumas amarras, consideraram que se tratou de uma
agressão. Outros, reféns da sua ideologia ou da lavagem a que foram
sujeitos, transformaram a vítima em réu e chegaram a acusá-lo de
"fiteiro", como se estivessem a falar de um qualquer artista da bola.
Talvez por albergarem piscineiros inveterados, como Aimar, acharam por bem virar o bico ao prego e martelaram ruidosamente.
Mesmo
que as imagens demonstrem inequivocamente que o jogador encarnado
carregou ostensivamente o juiz, os paladinos da verdade deverão ter
considerado que uma carga de ombro não é sancionável, pelas leis do
jogo.
Pois bem, e o que é que isto tem a ver com o Sporting?
Tem, a partir do momento em que o tal corporativismo funciona ao contrário.
Primeiro foi Pedro Proença, o mesmo...o tal, que vem deixar elogios ao profissionalismo do jogador.
"Para mim, ele continua a merecer
os maiores elogios porque é um grande profissional".
Agora, vem o sindicato dos jogadores solidarizar-se com o agressor.
“É
um profissional exemplar e merece toda a nossa solidariedade."
Então, e onde pára a APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol )?
Então, e a solidariedade para com o congénere alemão?
Então, e porque é que Proença tresmalhou do rebanho?
Pelo
andar da carruagem, e para dar outro nome ao corporativismo, só falta
mesmo o presidente da APAF dar o braço ao jogador e ao Benfica, para
defender Portugal da prepotência e imperialismo alemão.
Já agora, se a Merkel continuar a aproveitar-se das nossas fraquezas, é mandar o Maxi Pereira fazer um tackle.
É que nem o penteado se safa!!
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