Ainda no rescaldo da eliminação da Champions, é relativamente fácil
apontar o dedo ao encontrar os culpados.
Por ordem cronológica, começámos com o dedo em riste direcionado à
dupla Sarr/Maurício, pela oferta na Eslovénia. Logo aí muitos vaticinaram a
nossa eliminação, e até a Liga Europa já era tida como uma miragem.
Depois apontou-se o dedo a Mateu Lahoz, que quis provar que “de
Espanha nem bons ventos nem boas arbitragens”. Gamou-nos um penálti que podia
ter mudado o rumo do grupo e pintado de injustiça esse resultado.
Passado pouco tempo apontámos o dedo à Gazprom, à Rússia e à
UEFA. À NATO, às Nações Unidas, aos Médicos Sem Fronteiras, à UNICEF e aos Alcoólicos Anónimos, tal era a revolta. Unimos os dedos e apontámos o
punho a Sergei Karasev, ao juiz de baliza e à sua família. Nem a Merkel, Putin
e Gorbachev terão escapado à nossa ira.
Depois voltámos a abrir a mão, e apontámos delicadamente para Nani,
Slimani ou Carrillo, que nos voltaram a dar esperança.
Mais 20 dias e apontámos para os 1/8 de final, e acenámos aos
lampiões.
Ontem voltámos a juntar os dedos, e demos um murro na mesa quando
Esgaio colocou o seu nome na boca dos sportinguistas. Nem sequer me senti com
autoridade para apontar o dedo ao norueguês que assinalou uma falta inexistente
que daria um 3º golo no limite da legalidade.
O mesmo F.Luís que se aproveitou da ingenuidade de Esgaio lançou-se à
piscina, perante a aproximação de Carrillo, e a encenação voltou a dar
resultados. Se fosse em Portugal apontávamos-lhe o dedo.
Apontámos então o dedo a Capel, mas ele teimava em esconder-se. Por
isso apontámos a William, que tinha sobre si o olhar guloso de muitos ingleses.
O que se viu, e não se viu, faz apontar o dedo a Rosell…e mandá-lo aquecer. A
sua hora pode estar para breve.
É que a teoria do cansaço de W.Carvalho pós Mundial já começa…a
cansar.
Mas ontem também se voltou a apontar a Carrillo, que teima em apagar
os holofotes que iluminavam o nosso “porquinho-mealheiro” atafulhado de libras.
Ele tem sido um dos grandes culpados de termos ainda esperança no
futuro.
Janeiro está à porta, e se o paradigma não mudar, estou em crer que o
peruano será o mais assediado pelos media e, quem sabe, por alguns clubes.
Só espero que o estigma não o iniba de manter, também a ele, o
altíssimo nível a que chegou.
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