Ontem já tinha adiantado que Carrillo poderia substituir William C. na atenção mediática. A alegada gula de alguns clubes e a ainda maior gula para fazer chamativas capas de jornais poderão, quem sabe, corroer os frágeis alicerces do avançado leonino.
A verdade é que o peruano é hoje chamada de primeira página em dois dos desportivos, e a continuar as suas exibições a tendência será para ir ganhando área de implantação.
Mas curiosamente é o 3º desportivo que me chamou mais a atenção.
Em letras garrafais é destacada a intenção do Sporting em avançar com uma queixa contra benfica e porto, pelos já extenuantes casos Miguel Rosa/Deyverson, mas também pelo portista Kléber (o qual prognostiquei em tempo oportuno).
Já muito se disse e escreveu acerca deste tema, mas parece que não sou só eu a julgar que esta não é uma matéria que deva cair no esquecimento.
É que não só a batota parece fazer parte da competição, como esta pode perpetuar-se no tempo. Não esquecer que há mais jogadores dos dois clubes emprestados ou com vínculos especiais a diversos emblemas da I Liga, e que o precedente está aberto (há muitos anos).
Além disso, o mercado de Janeiro está aí à porta, e por essa altura (mas não só) é vulgar assistir às abordagens dos do costume a jogadores de clubes que estão prestes a ser seus adversários. Artimanhas já bem conhecidas de todos, mas que não só parecem não ter fim como não encontrarem solução.
Por isso, e por um futebol que teima em fazer valer regras diferentes para os seus protagonistas, é que a crónica de Daniel Oliveira continua tão actual.
Por isso é que a opinião do Director Adjunto do Rascoff é mais certeira que nunca, até pelo cariz político-social (ou político-judicial) que carrega.
Foram dois tiros bem certeiros, a juntar a tantos outros.
Há anos que leio as opiniões mais díspares acerca desta matéria, e da necessidade que continua a existir em melhorar as “regras” existentes.
Mas por muito que tenha lido, sustentado em diversos pressupostos, a verdade é que perante a inaudita capacidade de alguns em contornar leis e regras, continuo a acreditar que o único modo de acabar de vez com este dilema seria proibir a utilização dos emprestados contra a casa-mãe.
Sim, eu sei que muitos alegarão que M.Rosa e Deyverson nem sequer estão emprestados, e por isso mesmo este seria um caso que deveria merecer uma rigorosa investigação e, eventualmente, punição, porque desvirtua a credibilidade e a própria competição.
A minha opinião, que me acompanha desde que existem empréstimos, acabaria de vez com pressupostos precários e que se dissolvem com facilidade.
Não é possível avaliar a honorabilidade de um jogador.
Não é possível verificar a honorabilidade de um médico que considera um jogador inapto para a competição na véspera de jogar contra o clube detentor dos seus direitos desportivos.
Não é possível confirmar a independência dos clubes que os recebem.
José Couceiro defendeu a honorabilidade de Tozé por não ter falhado uma grande penalidade contra o seu clube de origem.
Mas, quem nos garante que todos são assim? Ou que não falharia se outros valores imediatos se levantassem?
Qual a lógica de um jogador poder prejudicar desportivamente o clube que lhe paga o ordenado na totalidade, ou mesmo parcialmente?
Inibir um jogador de fazer dois jogos na época não me parece que atente contra a sua dignidade nem evolução.
Esta simples medida iria legalizar os métodos subterrâneos dos nossos rivais, e não permitiria que o Sporting continuasse a financiar o seu jejum.
É que tal como Jesus garantiu que ganharia na mesma, caso Rosa e Deyverson tivessem jogado, eu também tenho a certeza que o Sporting teria mais uma Taça de Portugal no seu palmarés, caso Adrien e Cédric tivessem sido impedidos de jogar aquela triste final de Maio de 2012.
Limitar a política de empréstimos poderia, em última instância, fomentar a formação de alguns clubes, que se habituaram a sobreviver à custa de empréstimos e acordos de cavalheiros.
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