Ontem, na cerimónia de entrega dos Prémios Stromp, foram evidentes
algumas manifestações de regozijo pela eliminação da lampionagem da Taça de Portugal.
Convenhamos que, num evento público de algum relevo, a exteriorização
de uma natural alegria pela derrota de um rival é despropositada.
Seria natural que esboçássemos um grande sorriso, ou até uma valente
gargalhada no aconchego dos nossos lares, num café, nas redes sociais, numa
tasca, no intervalo do cinema ou até ao mandar uma mija para um lago com peixes
vermelhos.
Fazê-lo nestas circunstâncias é completamente descabido e, em última
instância, denota alguma falta de coerência.
É que, caso os ilustres não se tenham apercebido, o Sporting está
ainda a largos minutos de sonhar em erguer o troféu, ou até de marcar presença
no Jamor, e as derrotas dos outros não nos fazem ficar mais perto.
É claro que há derrotas que significam ficar mais perto dos nossos
objectivos.
Um empate ou derrota no campeonato significa a perda de pontos dos
nossos adversários e, por conseguinte, pode haver um aproveitamento desportivo
desse desaire.
Numa prova a eliminar os acontecimentos não estão relacionados.
Claro está que uma derrota de um rival é sempre bem-vinda.
Seja nas competições internas ou, até, quando está em jogo a
credibilidade do futebol português por essa Europa fora.
Mas esse deboche é para nós, os anónimos sócios e adeptos a quem (quase) tudo
é permitido.
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