quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O viveiro



A equipa B vai de mal a pior.

A derrota de ontem com o União da Madeira, em plena Academia, vem confirmar o mau momento que atravessa, e que já começa a preocupar todos.
Desconheço quais foram os objectivos traçados para este grupo, mas parece-me haver um que será fundamental.
Todos quereríamos a equipa a lutar pelos primeiros lugares, mas a manutenção será fundamental para a equipa B continuar a cumprir o seu papel, que é naturalmente o de viveiro da equipa principal, mas participando num campeonato com bom nível competitivo.
Cumprido esse pressuposto, todos os outros parecem-me secundários.
Há não muito tempo referi que as equipas B dos grandes clubes formadores (Ajax ou Barcelona, como mero exemplo) ocupam lugares modestos nos seus campeonatos, e não acredito que seja essa a sua preocupação.
No entanto, há um pequeno detalhe que faz os adeptos leoninos indignar-se com o pobre percurso da nossa equipa. Refiro-me obviamente ao facto de coexistirem na tabela com benfica e porto B’s.
A rivalidade latente obstrui a lucidez e somos levados às inevitáveis comparações.

Claro que esta percepção não deverá servir para mascarar as evidências, pois a realidade é que a equipa B leonina tem não só um grupo de jogadores que exige melhores resultados e classificação como, inegavelmente, um emblema e uma história a defender.
Mas há outras evidências que se atravessam no olhar do mais distraído, e que nos devem preocupar.
É que a II Liga não parece apenas o viveiro das equipas B das chamadas equipas grandes, mas também um viveiro da APAF.
O que tenho podido ler ou ver de alguns jogos dessas equipas, semana após semana, jornada após jornada, é deveras preocupante.
É que parece quase rotineiro que o Sporting jogue em inferioridade numérica, em sentido oposto dos seus rivais históricos.
Nos últimos 8 jogos, o Sporting B acabou em inferioridade numérica em 5 deles. Seja na Academia ou fora dela. A facilidade com que se expulsa um jogador de leão ao peito é inversamente proporcional à que acontece com a dos outros jovens jogadores.
Assim, este parece também ser um viveiro de injustiças, pois os nossos atletas aprendem, desde cedo, que as regras aplicáveis a uns e outros são diferentes.
Mas se na recepção ao U.Madeira ficámos sem Fokobo ainda durante a primeira parte, porto B e benfica B foram levados em ombros para a conquista de pontos e, deste modo, cavar ainda mais o fosso e a desconfiança para a nossa equipa.
Já nem fico indignado ao ler que o portista Kelvin devia ter sido expulso na primeira parte, por agressão, e que depois “cavou” duas penalidades, que valeram uma expulsão duvidosa ao jogador do Leixões.
Já nem fico indignado ao ler que o avense Platiny foi expulso, pois o árbitro considerou ter havido simulação do avançado após uma falta na área encarnada que teria valido uma grande penalidade a favor do Desp. Aves.
Indigna-me sim aperceber-me que, tal como no jogo do Estádio do Ladrão (porto-Rio Ave), alguns dos homens do apito e da sua quadrilha se enganem sempre em favor dos mesmos, o que deita por terra o apregoado erro humano.

Há quem se sinta melindrado com a reiterada crítica ao estado comatoso do nosso futebol, e que tem em porto e benfica os seus artífices.
Mas não, isto não é obsessão por estes clubes.

É sim obsessão pela justiça e pela verdade.

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