Não é
difícil encontrar palavras para definir o jogo de hoje e o estado de
espírito dos sportinguistas. Difícil é encontrar as palavras certas, que
não provoquem ainda mais crispação e angústia pelo momento que se vive
em redor da equipa profissional do Sporting.
No
momento em que começo a escrever este artigo, ainda estou na dúvida se
devo ou não falar do jogo. É que, convenhamos, este foi só mais um dos
tristes espectáculos que a equipa tem proporcionado, desde tempos quase
imemoriais.
Digo
imemoriais porque não me quero recordar, e pensei que nunca mais fosse
necessário olhar para trás e verificar os 8 jogos sem vencer ou, nessa
mesma sequência, os míseros 4 jogos ganhos nos últimos 17 jogos da época
passada.
Mesmo
se recuarmos aos 3 primeiros jogos do campeonato, até ao emblemático
jogo da Mata Real, inclusivamente aí o futebol praticado tinha indícios
de trabalho, de um rumo certo, de uma lógica de crescimento.
Actualmente, o vazio que encontramos é tal que, para lá do que supõe
para a época em curso, começo a duvidar que comecemos a próxima época
com aspirações. Se este é o ano zero deste projecto, com a involução
evidente, começaremos a próxima de um patamar muito redutor.
Como
disse, nem sequer queria fazer qualquer análise ao jogo, e queria sim
evidenciar a paciência e coragem das quase 18 mil almas presentes em
Alvalade. Voltar a falar da atitude, das primeiras partes de avanço, do
sub-rendimento generalizado, do meio-campo macio, de umas alas incapazes
de servir o avançado é estar a martelar no mesmo, desde há longas
semanas. Como quase tudo nos acontece, Bojinov quis dar um pontapé na
crise pessoal e da equipa, mas acabou por afundar as duas de uma
cajadada, com um certeiro tiro no guarda-redes. Mandou a hierarquia às
malvas, mas para mal dos seus pecados deve ter sido a pior decisão da
sua carreira, graças à perspicácia e sorte do guardião adversário.
Quem,
como eu, julgava que Wolfswinkel também precisava uns minutos de banco,
agora achará que, mesmo a coxear, será a primeira opção para o ataque
leonino, até porque Ribas chegou na pior altura que qualquer jogador
poderia desejar.
Esta
competição ainda não está morta para o Sporting, mesmo que tenha de
jogar a última jornada com o ouvido na rádio, e ter que ganhar sempre
por mais golos que o Rio Ave. Se decidirem dar mais 45 minutos de avanço, dificilmente estaremos nas meias-finais.
Esta
Taça nunca será a salvação da época, como a Taça de Portugal também
não, mas o plantel tem que se mentalizar que o orgulho deles, da
complacente massa adepta leonina, está dependente destas duas
competições.
Já
estou, como é óbvio, a dar o campeonato e a Liga Europa por perdidas,
pois tenho que ser realista e convencer-me que, à imagem da época
passada, vencer a um Nacional, Moreirense ou Gil Vicente será um feito
notável.
p.s. Entretanto, numa notícia de final de noite, ficamos a saber que a SAD instaurou um processo a Bojinov. Bem me parecia que ainda se iria arrepender da decisão que infelizmente para todos nós tomou.
p.s. Entretanto, numa notícia de final de noite, ficamos a saber que a SAD instaurou um processo a Bojinov. Bem me parecia que ainda se iria arrepender da decisão que infelizmente para todos nós tomou.
Quero acordar daqui a nada e descobrir que foi, tão só, um pesadelo.
O Sporting só irá ganhar quando o filho do Manaca estiver lá!
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