Não consigo ficar indiferente quando se fala em formação, em futebolistas estrangeiros e assuntos relacionados.
Confesso
que desconhecia haver uma comissão criada pelo Governo e encabeçada
pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, para
melhorar o desporto nacional.
Uma
das premissas do estudo desta comissão passa pela obrigatoriedade de só
poderem ser contratados jogadores estrangeiros,
internacionais pelos seus países .Não sei qual será a posição oficial
do Sporting, mas numa primeira instância não me parece muito descabida
esta proposta, mesmo que estrangule o scouting existente. Também
desconheço os pormenores, que poderão ser decisivos na apreciação geral,
mas Jorge Jesus desde logo veio mostrar-se crítico relativamente a essa
possibilidade. Pudera!!
O treinador encarnado diz que: "Portugal não tem capacidade financeira para os contratar. E eu pergunto: internacionais de onde, das Malvinas?".
Pois,
compreendo a preocupação de um clube infestado de sul-americanos, e
onde os parcos portugueses estão a milhas de poder ser opção válida no
decorrer de uma qualquer época. O plantel actual do Sporting correria
menos riscos, e apesar da actual diminuição evidente do peso do jogador
nacional, consegue ter jogadores internacionais por 9 países, o que
demonstra não a tal capacidade económica necessária, como preconiza o
mestre da táctica, mas a capacidade de prospecção e de oportunidade.
No
entanto, o que mais me deixa perplexo nesta declaração é o exemplo
encontrado para ilustrar o poderio económico dos clubes portugueses. As
Malvinas??
Caro Jesus, talvez quisesse fazer a piada com as Maldivas, porque o arquipélago que refere não tem e dificilmente terá uma selecção.
Este
território, que para os ingleses se chama Falkland, é desde há quase
100 anos motivo de diferendo entre a Argentina e o Reino Unido, e que
inclusivamente redundou numa guerra nos anos 80.
Acredito que a fixação por este território seja por este arquipélago se
situar a 300 km da costa argentina, mas parece-me difícil que algum
sul-americano dessa região venha a prestar provas na Europa. É que a
população residente continua a ter ascendência britânica, por força da
ocupação reiterada do arquipélago, e essas ainda não são as prioridades
encarnadas.
Por
este andar, e pela teimosia em demonstrar uma capacidade inusitada para
nos fazer rir com as suas graças espontâneas, Jesus caminha a passos
largos para se tornar na nova Cátia, da Casa dos Segredos.
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