Os
sintomas eram preocupantes. Desde há muito que o Sporting não tem um
jogo, na sua globalidade, bem conseguido, há muito que denota índices de
agressividade baixíssimos, há muito que os resultados reflectem todos
estes factores.
Quarto
jogo consecutivo sem vencer, uma vitória apenas nos últimos sete jogos e
o plantel que continua preso por cordas. Hoje mais adaptações, pois
Carrillo esteve com febre durante a semana e Jéffren nem sequer estava
no banco. O factor motivacional do início de época vai-se esbatendo, e
muito temo pelo que resta de época, pois apesar das frentes ainda
activas, muito teria que mudar para aspirarmos a algo de positivo.
De
facto há situações que são de difícil compreensão, mesmo com tantas
condicionantes. A que mais me causa estranheza tem a ver com a apatia
generalizada, que já fiz referência noutros jogos, ou se quiserem, a
falta de atitude que faz cada jogo parecer que jogamos contra 12,
13...14 jogadores. A pressão alta que caracterizava esta equipa
esvaiu-se, mas mesmo a abordagem em cada lance faz dos adversários uns
artífices da bola, pois invariavelmente ficam com ela em seu poder.
No
entanto, não podia deixar de referir que, se a vitória do Braga acaba
por ser justa, a dualidade de critérios arbitrais foi mais uma vez
notória. Não teve influência no resultado, mas acaba por ir massacrando
uma equipa que já tem dificuldade em gerir certos aspectos do jogo. Só
para dar um exemplo, mas arranjaria mais meia dúzia, Rodriguez apanha um
amarelo ingenuamente, por segurar a bola e impedir uma reposição
rápida, e um jogador bracarense pontapeia a bola para fora do campo, em
atitude muito mais evidente, perante a complacência arbitral.
Quanto
ao jogo, quando apontei a falta de atitude como grande culpada pelo
insucesso já estou a caracterizar e definir o encontro. Os primeiros
minutos do jogo tiveram um só sentido, uma vez mais ficámos a ver jogar e
não aconteceram golos do Braga por manifesta infelicidade. A partir dos
15 minutos equilibrámos, mas o desacerto nas decisões no último terço
do campo denotam ou falta de qualidade ou falta de trabalho específico.
A
aposta em Ribas demonstrou que o uruguaio poderá ser uma aposta futura,
mas está ainda em pré-pré-época, e a substituição aos 68 minutos foi
já em período de total eclipse do avançado. Ínsua a médio esquerdo foi
outra aposta falhada, em parte pelo sub-rendimento que venho apontando
há semanas. O nosso meio-campo esteve completamente à mercê adversária, e
só se superiorizou na parte final do jogo, pois a pressão imposta ao
Sporting acabou por desgastá-los fisicamente.
A
segunda parte passámos da camada de ozono (que não chega a ser céu) ao
inferno em poucos minutos. Matias Fernandez atirou ao poste, logo no
reinício do jogo para passados 2 minutos Hélder Barbosa dar vantagem aos
bracarenses. Balde de água fria, que congelou completamente o Sporting
até ao 2º golo. Curioso que, quando vejo Rodriguez sair com a bola
controlada e passar o meio-campo fiz um rewind e vi o lance que ditou a
final da Liga Europa passada. De facto, o resultado foi o mesmo.
Rodriguez assiste o médio adversário que avança no terreno, e acaba em
golo.
O
que restou de jogo foi um prolongar da agonia, mesmo que o golo de
Carrillo tenha dado alguma esperança em, ao menos, não perder o jogo,
mas com a inépcia ofensiva seria necessário recorrer a ajuda divina para
o alcançar. De facto, confirmou-se a derrota leonina e, com ela, tempos
difíceis (uma vez mais) se aproximam.
Penso
que se acabou a aura em redor deste plantel, e só espero que o público
que ainda for a Alvalade tenha em atenção que esta continua a ser uma
equipa em formação, e não piore o espectro criando um ambiente difícil
em própria casa.
Dito
isto, resta recorrer a números para ilustrar esta primeira parte de
campeonato, que termina com uma estatística surpreendente.
Apesar
de todo o aparato e expectativas criadas até há tão pouco tempo, o
certo é que a equipa deste ano tem piores números que a depauperada
equipa do ano passado, senão vejamos:
Com
estes quadros se depreende que, à viragem da 1ª volta, o Sporting está
em 4º lugar enquanto no ano passado ocupava o 3º, o ano passado estava a
13 do 1º e este a 11 mas, enquanto o 2º lugar, que dá acesso directo à
Liga dos Campeões estava a 5 pontos este ano já ascende a uns quase
inalcançáveis 9 pontos. Além disso, a nossa pontuação é rigorosamente a
mesma e apresentamos um melhor socre de golos, talvez fruto da goleada
ao Gil Vicente (6-1).
Agora,
bem...é fazer o que sempre fizemos. Acreditar que ainda há vida depois
da morte, ou seja, que ainda há conquistas pela frente, mesmo que o
campeonato tenha morrido hoje.
Para o ano vão 3 equipas à liga dos campeões. E não esquecer o jogo a meio da semana, não foi este resultado que acabou com o Sporting.
ResponderEliminarCaro anónimo. Podem ir 3 equipas, mas o 3º não dá acesso directo, por isso garantidos só os 2 primeiros. Só me recordo uma vez que tenhamos conseguido ultrapassar essa fase eliminatória, pelo que olho sempre com desconfiança a play-off de acesso. Tb não me esqueci do jogo a meio da semana, igualmente de baixíssimo nivel, mas já devíamos estar preparados contra essa calendarização, tal como fazem as boas equipas em todo o mundo. SL
ResponderEliminar