Não pôde ser!! O Porto somou mais um jogo sem perder no campeonato nacional e não conseguimos pôr-lhes o contador a zero.
As
análises aos jogos dependem de muitos factores e sujeitos a
contingências que não os tornam uma ciência exacta. Por isso Vítor
Pereira e Domingos não estão de acordo em alguns pontos como muita gente
discordará da minha análise.
O
treinador portista, tanto na flash interview como na conferência de
imprensa, realçou...recalcou que Polga anda iluminado por alguma
estrela, pois escapou à expulsão em Vila do Conde e voltou a fazê-lo
neste jogo. Diz ele que se o Porto tivesse jogado 25 minutos em
superioridade numérica as hipóteses de vencer teriam aumentado. Domingos
teve que responder, perante tanta insistência em expulsar o central
leonino e desta forma tentar condicionar as próximas arbitragens do
Sporting. Já o Benfica tem lucrado com as sucessivas ofensivas verbais
aos jogos do Sporting, mas nós continuamos a comentar (e com pouca
contundência) somente os nossos jogos. Disse o treinador leonino que se
Otamendi tivesse visto o vermelho, por entrada a Carrillo, estaríamos
mais que uma parte em vantagem, mas se ao menos lhe tivessem mostrado o
segundo amarelo no dealbar da primeira parte, num lance em que P.Proença
nem falta assinalou, jogaríamos toda uma parte em vantagem numérica.
Quanto
à minha análise, constato que mesmo que as melhores oportunidades
tenham sido nossas, ainda noto o Porto mais equipa que nós. Pelo menos
neste jogo. A equipa portista soube sempre o que fazer à bola, enquanto a
nossa posse de bola era muito mais desgarrada, principalmente na
primeira parte. Os azuis são muito mais matreiros na gestão dos tempos
mortos, como impedir a colocação rápida da bola em jogo em livres ou
lançamentos, típicas da escola portista, tenham os jogadores anos de
casa ou estejam a dar os primeiros pontapés na bola. No entanto, onde
notei maior diferença foi na intensidade de abordagem aos lances. Quando
sucessivamente, após ressaltos e bolas divididas as bolas foram parar a
pés portistas, isto não é só uma questão de sorte. Pareceu jogarmos
sobre brasas e com demasiado receio em largos períodos de jogo, e talvez
a posição delicada em que nos encontrávamos antes do jogo justificassem
esse medo em perder, e só com o decorrer do jogo nos libertámos de
algumas dessas amarras e lográmos alguns lances de relativo perigo.
Se
o cabeceamento de Polga após um canto cobrado da direita pode ser
considerada a melhor ocasião de golo da 1ª parte, por ter ido à baliza,
já dois lances portistas de bola parada também levaram algum calafrio à
nossa defesa, mas as balizas iriam mesmo ficar fechadas o resto do
encontro.
A
inclusão de Renato Neto (tal como prognostiquei em crónicas anteriores)
não foi para mim surpresa, mas terá sido para André Santos, que deverá
ter perdido de vez o seu lugar entre as opções para os próximos jogos.
Apesar da falta de entrosamento com o resto da equipa, o jovem
brasileiro não destoou no meio campo, e inclusivamente soube impor o seu
físico na supremacia portista no miolo do terreno.
Já
outras unidades basilares da equipa tipo sportinguista continuam longe
de picos de forma já evidenciados, e este sub-rendimento é um dos
responsáveis pelo decréscimo acentuado no fio-de-jogo que evidenciamos
desde há algum tempo a esta parte. Refiro-me essencialmente a Capel,
Elias e Wolfswinkel, que apesar de ainda justificarem o estatuto de
titulares, por força dos imensos problemas físicos que afectam a equipa,
também têm contribuído para a menor força que apresentamos, enquanto
equipa.
A
segunda parte mostrou um Sporting com uma cara mais alegre, mas sempre
com o credo na boca cada vez que o Porto chegava à nossa área. É que a
imprevisibilidade de Hulk não nos permitia grandes devaneios, e um golo
seria o canto do cisne. Esse golo chegou a surgir, num lance anulado
atempadamente por fora-de-jogo e que, curiosamente (Sr.Vitor Pereira)
poderia e deveria ter custado o 2º amarelo ao avançado brasileiro. Um
pouco antes, uma outra situação levou o estádio ao desespero, pois foi
injustamente cortado um lance de ataque do Sporting, que colocaria Elias
isolado perante Elton, por pretenso fora-de-jogo. No entanto, Vitor
Pereira só olhou para o seu umbigo, e para o umbigo do Rio Ave, para
proveito próprio.
Mesmo
que as ocasiões de golo escasseassem, as oportunidades de Wolfswinkel e
Izmailov fizeram-nos crer que teria sido possível vencer um jogo em que
não fomos superiores, mas em que pudemos ser cínicos. Primeiro o
holandês não demonstrou o motivo porque lhe chamam Iceman, e perante
Elton não conseguiu mais que acertar nas pernas do brasileiro, mas
estaria reservado ao russo, que deveria passar a apodar-se de mártir, o
papel de patinho feio, ao falhar um golo que já era cantado pelo estádio
e por esse país fora. Não bastava ter ficado com esse peso em cima,
ainda ficámos todos a interrogar-nos e a preocupar-nos por mais uma
mazela do médio, após terminar o jogo em visíveis dificuldades físicas.
A
acabar o jogo, quase que se fazia injustiça, mas Otamendi emendou o que
poderia ter sido um golpe de misericórdia nas nossas aspirações, ao
cortar um remate de James que levava selo de golo. Valha-nos essa
intervenção para não ter piorado uma noite que começou da melhor
maneira, com um estádio ao nível dos seus melhores dias mas que,
infelizmente, não recordarão pela excelência do futebol praticado.
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