Depois de 6 jogos que a mim me pareceram 6 anos sem vencer, a insonsa
vitória chegou. Dada a qualidade do futebol praticado e dos indícios
que o ciclo negativo só teve um pequeno intervalo, ainda pensei em ficar
melancólico, desgostoso, acabrunhado mas, vou mas é aproveitar a
ocasião e deleitar-me com o feito.
Apesar do deprimente
espectáculo, devo confessar que trocaria este resultado e exibição por
todas as vitórias morais. Espero que no próximo jogo, com o colosso Gil
Vicente, para a Taça da Liga, mesmo que a exibição seja patética o
resultado sirva os nossos interesses.
Ainda que o futebol que pratiquemos não lembre ao diabo, não me parece que estejamos em condições de pedir o céu e a terra.
Mesmo que a muito custo, tentarei fazer um resumo de alguns momentos que me intranquilizam.
Logo
à cabeça, devo realçar os deficientes índices físicos que os nossos
jogadores apresentam. Já referi em anteriores jogos que qualquer equipa
que defrontemos parece ter mais jogadores que nós. Hoje, uma vez mais,
cheguei a ver momentos de pressão aveirense junto à linha de meio campo,
em plena 2ª parte, com 6 jogadores num palmo de terreno. Dirá a lógica
que...restam 4 jogadores para o resto do campo, mas na cabeça dos
jogadores não impera a lógica e este reparo tem mais a ver com
capacidade física do que com opções tácticas e de gestão do jogo.
Além
disso, o reincidente e irritante fetiche de atacar este tipo de
pressing com iniciativas individuais, além de não conseguirem abrir
linhas de passe e/ou ter capacidade de passe que permitam criar
desequilíbrios, redunda numa posse de bola inócua e inconsequente.
Domingos
saberá melhor que ninguém o estado actual dos seus jogadores, mas
apesar de não querer bater mais no ceguinho, continuo sem perceber como
João Pereira (apesar de um início de época prometedor) continua a ser
dos que mais compromete, actualmente, e Arias nem sequer é opção no
banco. O problema do trinco continua a ser tão central e nuclear quanto a
posição que ocupa no terreno. Hoje Renato Neto esteve a um nível quase
tão baixo quanto os seus antecessores, desde a lesão de Fito.
O ataque continua sofrível, mas nem o melhor avançado do mundo sobreviveria a um meio campo incapaz de gerar oportunidades e cadência de jogo ofensivo.
Salvaram-se os golos de Oguchi, mau grado o erro aos 30 segundos que poderia ter mudado a história do jogo.
Duarte
Gomes já tinha a jornada ganha, desde o dia anterior, e nem precisou de
estar ao seu melhor nível. Se tivesse sido mesmo necessário, Onyewu
teria vindo tomar duche ainda antes do minuto de jogo. No entanto, isto
são só especulações, tal como poderia estar a conjecturar sobre Bruno
Paixão no jogo de Barcelos mas, este campeonato começou a estar
inquinado desde a primeira jornada, e contra isso já nada há a fazer. A
história deste, como doutros campeonatos, ficará tão só reflectida nos
números e não nos intervenientes directos e indirectos.
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