domingo, 29 de janeiro de 2012

Onyewu 2 Beira Mar 0


Depois de 6 jogos que a mim me pareceram 6 anos sem vencer, a insonsa vitória chegou. Dada a qualidade do futebol praticado e dos indícios que o ciclo negativo só teve um pequeno intervalo, ainda pensei em ficar melancólico, desgostoso, acabrunhado mas, vou mas é aproveitar a ocasião e deleitar-me com o feito.
Apesar do deprimente espectáculo, devo confessar que trocaria este resultado e exibição por todas as vitórias morais. Espero que no próximo jogo, com o colosso Gil Vicente, para a Taça da Liga, mesmo que a exibição seja patética o resultado sirva os nossos interesses.
Ainda que o futebol que pratiquemos não lembre ao diabo, não me parece que estejamos em condições de pedir o céu e a terra.
Mesmo que a muito custo, tentarei fazer um resumo de alguns momentos que me intranquilizam.
Logo à cabeça, devo realçar os deficientes índices físicos que os nossos jogadores apresentam. Já referi em anteriores jogos que qualquer equipa que defrontemos parece ter mais jogadores que nós. Hoje, uma vez mais, cheguei a ver momentos de pressão aveirense junto à linha de meio campo, em plena 2ª parte, com 6 jogadores num palmo de terreno. Dirá a lógica que...restam 4 jogadores para o resto do campo, mas na cabeça dos jogadores não impera a lógica e este reparo tem mais a ver com capacidade física do que com opções tácticas e de gestão do jogo.
Além disso, o reincidente e irritante fetiche de atacar este tipo de pressing com iniciativas individuais, além de não conseguirem abrir linhas de passe e/ou ter capacidade de passe que permitam criar desequilíbrios, redunda numa posse de bola inócua e inconsequente.
Domingos saberá melhor que ninguém o estado actual dos seus jogadores, mas apesar de não querer bater mais no ceguinho, continuo sem perceber como João Pereira (apesar de um início de época prometedor) continua a ser dos que mais compromete, actualmente, e Arias nem sequer é opção no banco. O problema do trinco continua a ser tão central e nuclear quanto a posição que ocupa no terreno. Hoje Renato Neto esteve a um nível quase tão baixo quanto os seus antecessores, desde a lesão de Fito. 
O ataque continua sofrível, mas nem o melhor avançado do mundo sobreviveria a um meio campo incapaz de gerar oportunidades e cadência de jogo ofensivo.
Salvaram-se os golos de Oguchi, mau grado o erro aos 30 segundos que poderia ter mudado a história do jogo. 
Duarte Gomes já tinha a jornada ganha, desde o dia anterior, e nem precisou de estar ao seu melhor nível. Se tivesse sido mesmo necessário, Onyewu teria vindo tomar duche ainda antes do minuto de jogo. No entanto, isto são só especulações, tal como poderia estar a conjecturar sobre Bruno Paixão no jogo de Barcelos mas, este campeonato começou a estar inquinado desde a primeira jornada, e contra isso já nada há a fazer. A história deste, como doutros campeonatos, ficará tão só reflectida nos números e não nos intervenientes directos e indirectos.

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