Quando o mercado de transferências está aberto, o sportinguista tem
quase sempre um sentimento de esperança e angústia. A expectativa reside
na chegada de reforços de qualidade que congreguem os anseios de todos,
mas por outro lado o adepto leonino sente alguma depressão com os
reforços adversários. Nem todos vivem com um constante olhar sobre o
quintal do vizinho mas, acredito que a maioria vive em demasia o
dia-a-dia dos rivais.
A rivalidade explica esta relação de
inimizade, mas o constante alimentar do voraz apetite pelos nossos
ex-atletas trazem sempre algum desconforto. Se Fernando Mendes, Simão,
Carlos Martins, Cadete, Nuno Assis, para citar alguns, só começaram a
estacionar um pouco mais à frente, já Peixe, Varela, Costinha, Nuno
Valente, Futre, Moutinho, Quaresma, Inácio, entre muitos outros, tiveram que aprender outras regras a Norte.
Claro
está que quando acolhemos Rui Jorge, Bino, Derlei, João Pinto, Sousa,
Pacheco, Sousa ou Jaime Pacheco ou Jardel já a alegria invade a alma de
cada sportinguista, mas são casos cada vez mais raros e ameaçam
tornar-se em miragens.
Nestes tempos mais recentes tivemos de novo
a oportunidade de sentir o reverso da medalha, quando Djaló e Liedson
apareceram nas notícias mais recentes, como alvos para azuis-vermelhos.
Qualquer que seja o desfecho deste namoro, haverá sempre opiniões para
todos os gostos, mas eu continuo a preferir que vão para qualquer parte
do mundo menos para os rivais. Prefiro nem imaginar os discursos de
ambos, caso optem por dar mais uma facadinha no orgulho leonino, mas o
normal é exaltarem os feitos e grandiosidade dos clubes que os
acolherem.
Estas possibilidades (até ver não passam disso)
fazem-me recordar que o cada vez mais raro amor ao clube tem menos
seguidores em quem se diz sportinguista, do que noutros intervenientes.
Ontem
pude ler a entrevista de Nelinho, o «Expresso da Luz», na antevisão ao
Sporting-Beira Mar de Domingo, onde recorda o golo que ditou na única
vitória do Beira-Mar em Alvalade, na longínqua época de 1971-72. Pois,
se Nelinho era sportinguista, depois de ser contratado pelo Benfica
mudou de opinião e hoje figura no topo das suas preferências clubistas,
seguidas de Beira-Mar e Braga. O sportinguismo esvaiu-se, por artes
mágicas. Já em variadas ocasiões tive que tentar compreender que vírus
atinge determinados atletas, que renegam as suas origens para se render a
outros amores.
Simão, por exemplo, saiu de Alvalade para chegar a
desejar a derrota do Sporting no campeonato, mesmo que a outra hipótese
fosse o Boavista.
Coentrão nunca vestiu a nossa camisola, mas de
ter o quarto ornamentado com peluches de leões e posters do Sporting
nas paredes passou rapidamente a dizer que... "devia estar ceguinho",
quando confrontado com a sua anterior opção clubista.
Curioso é
que não conheço de nenhum caso (e corrijam-me se estiver errado) de
algum jogador que se tenha convertido aos nossos ideais, principalmente
se o tiverem feito já com a personalidade formada. Haverá muito atleta
convertido, nos milhares de jogadores dos escalões de formação que os
grandes albergam, mas até aí o Facebook tem sido veículo de atletas melancia, verdes por fora mas vermelhos por dentro. Somos realmente um clube sui generis.
Quando um famoso escritor sul-americano disse qualquer coisa como
"pode-se mudar de mulher, de casa, de carro...(eu até diria, de sexo)
mas nunca de clube" não deve ter tido em consideração a realidade
portuguesa, e a personagens que vendem a alma a qualquer preço ou... com
preços a combinar.
Boas pessoal! Gostava só de deixar aqui o pedido de que se puderem, vão ao blog Sporting na Alma (www.sportings.blogspot.com), e deixem a vossa opinião na caixa de comentários.
ResponderEliminarDessa forma se saberá a maneira de colocar o blog a melhor gosto dos visitantes.
Saudações Leoninas