Como não há duas sem três, o andebol do Sporting imitou o futebol e o futsal, na eliminatória europeia que hoje disputou.
Se
nos tempos mais recentes, as expectativas relativamente a estas
participações eram elevadas, e enchiam de novo de orgulho todos os
adeptos que se revêem no ecletismo do clube, o certo é que a esperança
de enriquecimento do nosso museu foi-se desvanecendo, dia após dia.
Foram 3 meias-finais europeias em 3 dias, foram 3 desilusões, quase sem tempo para as digerir.
Era
possível qualquer dos cenários, desde a presença das 3 equipas nas
respectivas finais, até a eliminação de todas elas, passando até por um
quadro intermédio de sucesso, mas foi o pior dos cenários possíveis o
que se concretizou.
A picadora europeia Moulinex encarregou-se de reduzir os nossos sonhos europeus a uma amálgama de sentimentos, em 3 tempos.
Se à
partida era no futsal onde menos esperanças depositava, dada a diferença
de valores que, em campo, se vieram a confirmar, o frustrante resultado
de San Mamés acabou por depositar no duelo com o Barcelona as
esperanças goradas na véspera. No entanto a lógica acabou por imperar,
bem como hoje, na meia final da Taça Challenge, o "azar" ou a "sina" só
vieram confirmar que aquela equipa não está talhada para grandes
sucessos.
Esta
análise pode parecer demasiado redutora, mas o facto é que, se
exceptuarmos o grande êxito que constituiu a vitória nesta mesma
competição, em 2010, e a Taça de Portugal deste ano, o percurso desta
secção tem sido de mais baixos que altos, algo que não se coaduna com a
nossa história.
Hoje
mesmo o Porto sagrou-se de novo campeão nacional, e empatou a 17 os
títulos conquistados, depois da nossa larga travessia num deserto de títulos e na hegemonia
nortenha, tal como tem acontecido noutras modalidades de pavilhão, já
que o futebol é aquilo que todos sabemos.
Não
quero especular sobre a valia dos nossos jogadores, nem que esta equipa
suíça estava perfeitamente ao nosso alcance. Empatar no computo geral da
eliminatória mas ser eliminado por golos marcados fora é indiferente,
pois é tão só uma fórmula de desempate, da qual beneficiámos nos 1/8 de
final.
Devíamos
era reflectir sobre a equipa que se apresentou sem soluções durante 50
minutos na 1ª mão, e que permitiu uma vantagem confortável ao
adversário.
Devíamos
era reflectir sobre a incapacidade de jogar em ataque organizado, desde
há vários anos a esta parte, com confrangedora capacidade de meia
distância.
Mesmo
com todas estas lacunas, estivemos a poucos segundos de voltar a
disputar uma final, onde partiríamos como claros favoritos, pois esta terá
sido, em meu entender, a final antecipada.
Ricardo Tomás, vogal do Conselho Directivo do
Sporting com o pelouro das modalidades, no final do encontro com o
Wacker Thun, disse: “É um sentimento de profunda tristeza, porque
facilmente se conclui, pelo que viu nos dois jogos, que a equipa do
Sporting é superior e se calhar elementos exteriores ao jogo levaram a
que o resultado não fosse outro."
Pois
mesmo que lhe reconheça razão, era por demais evidente que isso iria
acontecer, e mais incompreensível foi terem dado 50 minutos de avanço no
Casal Vistoso.
Numa
luta fratricida, o andebol sobreviveu no clube, num referendo que enviou
para o purgatório o então campeão nacional de basquetebol. Este vai
felizmente regressar com as nossas cores, assim como o râguebi, e o
hóquei em patins está a um pequeno passo do seu regresso à primeira
divisão, mas o meu sonho é o que todas essas modalidades se apresentem
com projectos vencedores.
Esse sim é o verdadeiro Sporting.
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