Quando
faltam menos de 5 horas para começar o importante jogo das meias-finais
da Liga Europa, a primeira coisa a reter é que já tenho a pulsação mais
elevada.
Acabo
de ver na tv os milhares de adeptos bilbaínos nas ruas de Lisboa, onde
também eu gostaria de estar mas, por opção, ficarei a sofrer no sofá este duelo
ibérico.
Sofrer, sim,
porque ao contrário de algumas pessoas, eu sofro muito mais ao seguir as
incidências na rádio ou televisão, ao contrário dos jogos ao vivo, onde
acompanho com a dose de entusiasmo que o jogo peça mas, estranhamente, a
calma se apodera de mim.
Por esta razão também deveria ter optado por ir ao estádio mas, a comitiva da Carapinheira já partiu.
Tinha
pensado e, posteriormente, preparado uma análise exaustiva à equipa do
Bilbao mas, a esta distância do jogo e com a quantidade de informação
que está disponível, acho desnecessário saturar os leitores com questões
importantes, mas acessórias.
Se
para os mais distraídos, há um mês atrás os nomes de Muniain, Llorente,
De Marcos, Iraizoz ou Javi Martinez eram desconhecidos, agora, acredito
que a maior parte dos sportinguistas esteja minimamente familiarizado
com estes ou outros jogadores bascos.
O
mesmo acontecerá do lado espanhol que, tal como alguns de nós, respeitará
minimamente a nossa valia, o que não se aplica à maioria dos adeptos do
Athletic, que mesmo que muitos não se revejam na Espanha que os acolhe,
no que se refere à prepotência e mania de superioridade tem os genes
dos seus conterrâneos espanhóis. Para esta constatação, bastaram poucas
visitas a sites espanhóis onde se comenta a eliminatória, e verificar
que só não estão de acordo na diferença de golos com que nos vão
derrotar. A presença em Bucareste, essa, está garantida, segundo a
esmagadora maioria dos adeptos.
Se essa certeza está interiorizada
pelos adeptos espanhóis, a dúvida que me assiste tem a ver com a casa
prevista hoje para Alvalade. Ontem pude ler, através de um comentário,
que a lotação estava longe da importância que o embate pressupunha mas,
quero acreditar que os nossos adeptos não deixarão de marcar presença em
grande número (mesmo que o jogo pedisse lotação esgotada) e deste modo
disfarçar as cadeiras que teimam em colorir as nossas bancadas.
Esta
época, as competições europeias têm sido largamente dominadas pelas
equipas espanholas. Pode dar-se o caso, que não me agradaria nem um
pouco, de termos duas finais europeias pintadas de amarelo e vermelho.
Isso pressuporia que a Supertaça europeia também seria falada em
castelhano mas, por estes dias, os bravos sobreviventes alemão e inglês
da Champions quiseram demonstrar que o favoritismo mede-se em campo e
que, felizmente, há vida para lá de Barcelona e Real. Ainda falta a
segunda mão para confirmar-se (ou não) a final que todo o mundo, as televisões e
a própria UEFA querem.
Na Liga Europa o resistente à fúria
espanhola e heróico sobrevivente chama-se Sporting Clube de Portugal, e
tem a sorte traçada, como a que é apontada a Chelsea e Bayern.
Não
precisaria dar o exemplo de ontem para constatar que, afinal, talvez
tenhamos a nossa oportunidade de, pelo menos, vencer um dos jogos em
compita.
O Chelsea não teve pudor em reconhecer a superioridade da
melhor equipa do mundo, jogar em 30 metros de campo e esperar uma
oportunidade. Travestiu-se de Feirense, contra um qualquer grande, e deu
o golpe de misericórdia.
Hoje, acredito que o Sporting dará a bola ao Athletic, tal como tem feito com os que se crêem maiores, que os grandes da Europa.
Espreitará
a sua oportunidade, lutará como o tem feito nos últimos jogos, e espero
que tenha a estrelinha que tantas vezes lhe falta, porque é tão
necessária quanto a entrega e a qualidade.
A menos que aconteça uma hecatombe para qualquer dos lados, nada se decidirá hoje, mas espero que o resultado nos permita começar a acreditar que Bucareste...não é uma miragem.
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