Esta
foi quase à italiana. A diferença é que, apesar do cinismo demonstrado,
os italianos não jogam tão mal como o Sporting o fez.
"Quero lá saber...!!!" , dirão vocês.
"Quero lá saber...!!!" , digo eu.
Deve
ser ponto assente, entre os adeptos de um determinado clube (que não nos
amantes ou puristas do futebol) que mais vale ganhar, mesmo jogando mal, que perder dando espectáculo.
Claro
está que o ideal seria complementar essas duas vertentes, mas hoje
estivemos longe de, sequer, poder vislumbrar um pouco de futebol.
Pior,
muito pior estive eu, pois enquanto a maioria dos adeptos leoninos viu e
sofreu com 95 minutos de mau jogo leonino, eu só tive unhas para 63.
Roí
as unhas das mãos na primeira parte, e só o golo de Wolfswinkel
permitiu-me largar o polegar com que me entretinha momentaneamente, para
festejar, à la Gobern, mas a minha barriga permite-me uma maior
amplitude de braços!!
A
segunda parte começou com indícios preocupantes, mesmo que a vantagem de
dois golos na eliminatória pudesse ter soltado a equipa, em termos
psicológicos.
Por esta altura já tinha começado a roer as unhas dos pés.
O
Metalist não precisou de acelerar muito para pôr em cheque a débil
estrutura sportinguista. Como aperitivo do que se estava a cozinhar, num
passe para as costas da defesa, Cristaldo consegue ser o único a
reagir, deixando Xandão, J.Pereira e Polga a jogar às cartas. Valeu um
último esforço de Polga para manter a baliza inviolada, ainda nos
instantes iniciais da etapa complementar.
Por
entre imensas más decisões dos nossos jogadores, desde a defesa ao
ataque, surge o empate, onde mais uma vez aparece perigo do nada.
Num centro da esquerda para a entrada da área, Polga dá um passo atrás em lugar de dar
um em frente (colocando deste modo o avançado em jogo) e deste modo
Devic pôde assistir Cristaldo.
Aos 57 minutos os ucranianos ficam a um golo do prolongamento, e milhões de sportinguistas a um golo de uma síncope.
Aos
63 minutos nova jogada de ataque onde Taison,
de mota, passa pelo fresco Renato Neto, que contudo ia de bicicleta. Mais uma infantilidade e penalti
contra o Sporting. Pelos vistos, não é necessário jogar-se contra um
poderoso emblema inglês para assinalarem uma carga na área (bem menos
evidente), e que só se justifica pela emoção do árbitro escocês ao
sentir a vibração do público.
O jogo terminou neste momento, para mim.
No
jogo de Alvalade fiz mezinhas, desliguei o som da televisão, fiz um
curso de rezas na Universidade Independente mas, Cleiton Xavier não foi
na conversa.
Desta vez, optei por desligar a televisão e resignar-me à condição de sportinguista.
Desta
vez, Cleiton Xavier ouviu as minhas pragas para com esta sina que nos
persegue, e fez brilhar Patrício, o único que sobressaiu nesta noite,
para a história.
Dado
que na internet o resultado se mantinha em empate, fiquei largos minutos
sem saber o destino dessa penalidade, mas só voltei para a frente da tv
quando o resultado já não era possível alterar.
O
sofrimento foi quase tão grande como se estivesse a ver o jogo, mas acho
que em vez de perder 3 anos de vida só terei perdido 2 e meio.
Agora,
dizem, temos o Bilbao para as meias-finais, num cenário em tudo
idêntico ao da Liga Europa do ano transacto, mas com o papel químico
trocado. A armada espanhola contra o sobrevivente português nas
competições europeias, mas eu ainda coloco algumas reservas a este
cenário.
É que
o facto do Sporting hoje ter estado ausente do jogo pode dever-se ao
facto de ser um fantasma, o que percorreu esta eliminatória. Recordo que
deveria ser o Manchester City a ter passado a eliminatória anterior,
segundo alguns entendidos na matéria, tendo prognosticado, inclusivamente, que iria envergonhar o
futebol português, pelo que ponho reticências se será efectivamente o
Sporting que irá marcar presença na antecâmara da final europeia.
A ver vamos, quem defrontará o Athletic Bilbao, no dia 19 de Abril.
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