As ressacas de jogos europeus transformam-se, tantas vezes, em autênticos pesadelos.
Ainda
ontem pudemos assistir à derrota do eufórico Bilbao, com um dos últimos
classificados do seu campeonato e, hoje, o Sporting despertou do
pesadelo de 5ª feira com uma exibição sofrível mas com um resultado que
sabe a mel.
Hoje nada mais
interessava que a vitória, mesmo que todos desejássemos um reencontro
perfeito perante os adeptos, mas há contingências da competição que se
sobrepõem ao interesse colectivo.
Alguns
momentos da 2ª parte fizeram-me acreditar que seria possível uma
primeira parte longe da mediocridade apresentada, mas como as contas
fazem-se no fim, e um jogo analisa-se pela totalidade do tempo jogado,
vou arquivar essa primeira parte na zona do meu cérebro que está
inactiva.
Assim, como acabei de a
arquivar, excepção feita ao excelente golo de Carrillo que é possível
visionar no Youtube, cinjo-me aos 45 minutos finais, disputados com
algum sofrimento, muita entrega, alguma ingenuidade e pormenores que
permitiram dar a volta a um cenário complicado.
A
entrada de André Martins foi, a meu ver, decisiva, e o clique que era
necessário para passarmos a dominar o jogo. O pequeno jogador encheu,
literalmente, o campo.
As transições
ofensivas só começaram a ocorrer com alguma objectividade a partir desse
momento, e quase estou tentado a considerá-lo o homem do jogo, mau
grado o golo (que vi no Youtube), alguns desequilíbrios e a bola na
barra de Carrillo.
Pereirinha, mesmo
que tenha tido um ou outro momento em que não foi perdoado pelo público,
apresentou-se a um nível muito superior a J.Pereira, e nessa
substituição também esteve a chave para inclinar o campo para o lado
academista.
Apesar de gostar de
destacar os jogadores que mais sobressaem da manobra colectiva, devo
dizer que hoje, excepção feita a Pereirinha, achei a totalidade da
defesa a um nível muito baixo, e não fosse termos defrontado o pior ataque do campeonato e poderíamos estar a lamentar-nos da nossa sorte.
Polga
contribuiu para que a Académica se destacasse do grupo das equipas com
23 golos, ainda tentou fazer dois penalties mas hoje não estava para aí
virado e Onyewu, mesmo a uma rotação muito mais baixa, não conseguiu
discernir alguns dos lances de maior perigo, e teimou em complicar
situações de fácil execução. Insua, tão só, estava sem pilhas.
Esperemos
que na próxima semana, sejam quem forem os escolhidos para abrilhantar a
festa do título, se apresentem à imagem desta última parte da época, e
retornem a Alvalade com fundadas esperanças de conquistar o 3º lugar,
ainda há 4 jornadas atrás uma autêntica miragem.
Não o fazer significa participar, como convidados, a duas festas de consagração, sendo uma delas em Alvalade.
Nota de destaque, para não variar, vai para alguns comentários dos senhores que se escondem atrás dos microfones.
É
quase surreal, a meio da primeira parte, um comentador dizer
que..."Izmailov tem andado desaparecido do jogo. Ainda mal tocou na
bola!!."
Era visível, aos olhos de
todo o Portugal e arredores, que Izmailov não estava em campo, e que nem
sequer se sentava no banco de suplentes.
Perante esta perspectiva, só mesmo se tivesse sido chutada uma bola para a bancada é que Marat poderia ter tocado na chicha.
Estes é que não merecem o pão que comem!!
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