Mesmo
que já esteja a arrefecer a euforia, hoje não podia deixar de abordar o
tema do dia, que obviamente se prende com a passagem da selecção às
meias-finais do Euro2012.
Já
aqui falei do cunho sportinguista que a equipa apresenta, desde o
seleccionador, passando pelos jogadores que tem à disposição, até ao
estilo de jogo apresentado.
Na
véspera do jogo com a Dinamarca tive oportunidade de referir que não
tinha ficado ofuscado com a exibição contra a Alemanha, bem como fiz
algumas observações que me pareceram pertinentes.
Passados
estes dias, mesmo que a equipa aparentemente tenha aprimorado
as suas virtudes e limado os seus defeitos, quer-me parecer que parte
do sucesso prende-se com o facto (abordado também nessa crónica) de
Ronaldo estar finalmente a jogar mais perto das zonas que fazem dele um
dos maiores goleadores da actualidade.
A
ditadura a que estava sujeito, demasiado agarrado à linha, deixava o
ponta-de-lança demasiado órfão, bem como limitava as melhores qualidades
do madeirense.
No entanto, a selecção é muito mais que Ronaldo, mesmo que o
craque monopolize as luzes que iluminam actualmente a equipa. Alguns
têm estado a um nível muito elevado, e doutro modo não poderia ser, pois
nunca um jogador ganhará sozinho uma competição deste calibre.
Agora , mesmo que todos queiram o melhor para as nossas cores, obviamente que os críticos vão ser trucidados e os optimistas ou os que simplesmente dizem sempre ámen a determinadas opções vão passear, ufanos, a sua condição.
É que na eterna questão da selecção (como no Sporting) ou tens a minha opinião ou não és bom adepto.
No
rescaldo deste jogo também destaca o facto de Paulo bento ter refreado o
seu azedume com a generalidade da comunicação social e demais vozes
críticas. Parece que a panela finalmente libertou alguma pressão, mas
com o lume brando das meias-finais já ligado, é possível que volte a aquecer.
No
entanto, não é só o nosso treinador que por vezes se deixa dominar
pelas emoções. A maioria dos adeptos (dos quais não me posso divorciar)
estão agora eufóricos e confiantes mas, sabemos como rapidamente
passamos do céu ao inferno e, deste modo, também a apreciação que se faz
sobre o evento pode mudar drasticamente.
Agora
a equipa vai gozar 5 dias de descanso até ao confronto das meias, mas o
facto de ter mais dois dias de descanso não me parece que vá ter
demasiado peso no jogo, a não ser que, eventualmente, o jogo tenha
prolongamento e aí, sim, venha ao de cima essa aparente vantagem.
França
ou Espanha são os candidatos a adversário e as opiniões são díspares. A
maioria opta pela França, muitos outros querem a Espanha e ainda há um
grande número que diz "tanto faz!!".
Temos
contas a ajustar com os chauvinistas franceses e com os prepotentes
espanhóis mas, por questões que se prendem estritamente em qualidade e
favoritismo, prefiro os gauleses.
A tradição diz que não nos damos bem com uns ou outros, e não há grandes estatísticas contra o "tanto faz".
Inclusivamente, se a sorte nos sorrir nas meias, os favoritos Itália e Alemanha também são tradicionais carrascos da nossas cores mas, nesta altura, é preciso acreditar...e sonhar.
Platini
tem as contas feitas, como todos nós, só que abriu a goela quando a
posição que ocupa aconselhava que pensasse só para com os seus botões.
Por
mero acaso, a final Espanha-Alemanha por ele desejada pode
perfeitamente ocorrer, dado que foram perdoadas 3 grandes penalidades a
estas duas equipas no último jogo o que os poderia ter
feito regressar a casa. No entanto, o que tem que ser...tem muita força.
Veremos se o Chef Platini tem mais algum prato cozinhado, ou não fosse a nouvelle cuisine uma tradição francesa.
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