Mesmo
que abundem no desporto português clubes com alusão ou símbolos de aves
(por exemplo, o Águias de Alpiarça) o certo é que nós acabamos por ser
os verdadeiros patinhos feios.
A
falta de respeito reiterada e continuada por parte de alguns jornais e
muitos jornalistas, torna-os numa espécie pouco querida para os nossos
lados, e muitos sportinguistas veriam com bons olhos que estes
estivessem em vias de extinção.
Contudo,
isto não passa de uma miragem, pois eles reproduzem-se com muita
facilidade, próprio de verdadeiras pragas aladas e, com a voragem típica
de gafanhotos, rapidamente se aprestam para continuar a sua cruzada
contra o Sporting.
Ontem
passava os olhos por crónicas antigas publicadas aqui no blogue, e
relembrei um artigo de João Querido Manha (JQM) acerca das aquisições do
Sporting para a época que terminou.
Claro
está que a época com alguns altos e muitos baixos acabaram por não
deixar o citado jornalista com a boca ao lado, mas apesar do sabor
amargo que esta época nos deixou, não é de mau tom recordar aquela
tendenciosa peça jornalística .
"Romagnolis & Farnerudes"
BOJINOV – Uma estrela que empalideceu e que se muda para Alvalade voltar a brilhar.
ARIAS – Promessa descoberta na Colômbia, com o futuro imediato mais risonho do que um desconhecido João Gonçalves.
RUBIO e CARRILLO – Dois fortes candidatos ao «prémio Kardec» do Sporting.
ONYEWU – Uma carreira sob o signo do princípio de Peter. Depois do Milan, tem sido sempre a descer.
SCHAARS – Típico jogador utilitário, daqueles que não jogam mal, mas geralmente não aquecem nem arrefecem.
RINAUDO – Dizem que é raçudo e batalhador, pressionante e empolgante. Muitos adjectivos para conferir depois da descida de divisão na Argentina.
Van WOLFSWINKEL – Se saltasse da cartola faria a glória dos olheiros e agentes.
ONYEWU – Uma carreira sob o signo do princípio de Peter. Depois do Milan, tem sido sempre a descer.
SCHAARS – Típico jogador utilitário, daqueles que não jogam mal, mas geralmente não aquecem nem arrefecem.
RINAUDO – Dizem que é raçudo e batalhador, pressionante e empolgante. Muitos adjectivos para conferir depois da descida de divisão na Argentina.
Van WOLFSWINKEL – Se saltasse da cartola faria a glória dos olheiros e agentes.
O
exotismo do plantel ameaça redundar em quebra-cabeças para os
profissionais de rádio e televisão. A confusão já começou em torno de
Bojinov (que alguns dizem boinov, em vez de bozinof). O guarda-redes
Boeck parece dispensar a matriz germânica (bouque) e não se importa que
lhe chamem boéque. Pelo contrário, o holandês Schaars obriga a um certo
treino gutural para a correcta e difícil pronúncia neerlandesa de
sgares, em vez das várias hipóteses já avançadas de xares, xaáres ou
secares. Apesar da complexidade silábica, o nome do seu compatriota van
Wolfswinkel é uma pêra doce, pois basta dobrar a língua três vezes.
Finalmente, o americano Onyewu também permite uma certa latitude
fonética entre onievú e oniéu, mas ai de quem ousar chamá-lo pelos
outros nomes: Oguchialu Chilioke Goma Lambu.
João Q. Manha, CM
Logo à partida, é de constatar que o título escolhido foi tudo menos inocente, mas estaríamos nós bem se o referido jornalista se dedicasse só a títulos de artigos de opinião.
Claro está que, como em todos os clubes, desde os perdedores (crónicos ou pontuais) até aos vencedores, há algumas apostas acertadas e tantas outras que se tornam verdadeiros quebra-cabeças.
Se o jornalista quiser arriscar e perspectivar que todos os que nomeou foram ou serão umas nulidades, deverá ter perto de 50% de hipóteses de acertar.
Da lista que maliciosamente apresentou e à qual fez um Raio-X, infelizmente
alguns vieram a confirmar as piores expectativas.
À cabeça, tal como na lista, esteve Bojinov.
Depois referenciou 3 atletas jovens que, tal como foi referido na altura pelos responsáveis do Sporting, seriam apostas para o futuro, mas Carrillo ultrapassou o expectável e terá feito JQM transpirar durante a noite e ter pesadelos com "La Culebra".
Poderia também dizer que é lamentável um jornalista socorrer-se de um júnior quase desconhecido, como o era Rúbio, para lhe dedicar um prémio decepção, mas há crónicas que também comprovam que tresandam a bafio ainda antes de as lermos.
Rinaudo foi menosprezado por ser oriundo de uma equipa que desceu de divisão, mas acabou por demonstrar ser a melhor aquisição do Sporting e, talvez, da época indígena. Foi pena que não pudesse ter demonstrado a JQM todos os seus predicados, e com ele em campo toda a época certamente teríamos tido grandes motivos para sorrir.
Onyewu teve altos e baixos, como o Sporting, Schaars está no europeu mesmo sem aquecer nem arrefecer e da cartola de Ricky saíram 25 golos.
Se JQM tivesse esperado mais um tempinho, poderia escrever alarvidades de Insúa, Elias, Capel, Jeffrén, Renato Neto, Xandão e Ribas mas, estes atrasaram-se a comprar o bilhete e chegaram já com a tinta seca.
Se tivesse tentado a sua sorte, provavelmente acertaria em cheio em Ribas, iria certamente dar tiros de pólvora seca em relação a Capel e Insúa e teria que rezar para que os outros não confirmassem os seus piores augúrios.
Claro
está que, se o mestre da futurologia tivesse optado por uma crónica que
se chamasse "Sektiouis e Bolattis", certamente teria muita matéria de
sarcasmo, mesmo que Klébers, Iturbes, Souzas, Alexes Sandros, ou Emídios
Rafaéis tenham ido celebrar para os Aliados .
Claro
está que, se o mestre da
futurologia tivesse optado por uma crónica que se chamasse "Binyas e
Balboas", certamente teria muita matéria
de sarcasmo, mesmo que Capdevilas, Emersons, Enzos Pérezes, Eduardos, ou
Andrés Almeidas tenham levantado mais uma Taça da Cerveja.
Esta
época o Sporting não dará grandes motivos na tentativa de nos lerem a
sina, pois o reforço da equipa será mínimo, a não ser que volte a abrir a
campanha de saldos em Alvalade.
Ficarei,
no entanto, ansioso por novo Raio-X deste autêntico médico legista, que
está sempre pronto a matar as esperanças dos sportinguistas.
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