segunda-feira, 11 de junho de 2012

Chamar os bois pelos nomes


Durante o fim-de-semana, as nossas atenções dividiram-se entre a selecção nacional, a nossa equipa de futsal bem como noutras competições das modalidades (ditas) amadoras.
Apesar do mediatismo e importância da participação no Euro2012, penso que para a maioria dos sportinguistas não passou ao largo os jogos da final do play-off do título de futsal. Muito se falou, após o infeliz jogo de Sábado, mas ontem a equipa soube dar uma resposta à altura de todos críticos e pessimistas.
No entanto, convenhamos que ser uma ou outra coisa não retira a ninguém o seu sportinguismo, ao contrário do que muitos fazem crer.
Ser-se, por exemplo, crítico da selecção, dos jogadores que Paulo Bento tem à sua disposição (ou que escolheu) ou do modo como jogam não fazem de ninguém mais ou menos português.
No entanto, desconhecendo o que se passa noutros clubes, sei que no nosso tem-se por hábito medir ou aferir o grau de sportinguistmo.
Ora porque não se é de Lisboa, ora porque não se é sócio, ora porque se chora mais ou se fica com mais pêlos arrepiados.
Enfim, nada que não vamos ficando habituados, numa sociedade que pretende cada vez mais formatar as pessoas a uma determinada imagem.


Indo ao que verdadeiramente interessa, eu considero que Orlando Duarte tem este ano à disposição o pior plantel destas três últimas épocas,tal como é considerado  pela maioria (para não dizer a totalidade) dos adeptos e entendidos, e encarar com pessimismo esta eliminatória, como encarar com pessimismo o que o futuro nos reserva para este país a cheirar a mofo é somente um estado de espírito.
No entanto, e mesmo que a vitória tenha tido um sabor a mel, continuo de pé atrás relativamente às possibilidades reais desta equipa. Se já achava, e o referi por diversas vezes, que tínhamos lacunas na constituição do plantel, as lesões que têm afectado o plantel mas, principalmente, os castigos resultantes da batalha da Luz poderão ter um papel decisivo nos jogos do próximo fim-de-semana.
Nas crónicas que fiz de antevisão e comentário a ambos os jogos, tive oportunidade de referir a postura anormal de um Orlando Duarte que nos habituou a outro tipo de envolvimento com o jogo.
Felizmente, após a vitória de ontem, foi possível voltar a ler a irreverência do nosso treinador e do seu (nosso) inconformismo relativamente a atitudes e a maneiras de estar no desporto que deviam ser banidas ou, no mínimo, exemplarmente punidas.
Justificou que a derrota na véspera o limitou nas críticas mas, apesar de compreender a sua postura, acho que arriscou ficar calado por mais jogos.
Devem chamar-se os bois pelos nomes, literalmente, e se eventualmente ontem voltássemos a perder, teríamos sido gravemente lesados a nível desportivo e continuaríamos calados, a assistir impávidos e serenos ao deboche que extravasa o desporto.
Recordo as duras críticas do treinador à atitude dos jogadores do Benfica e onde colocou em causa a sua continuidade no futsal.
«Como é público, sabem que vou sair do Sporting este ano, mas acho que vou sair do futsal. Não consigo aturar coisas como as de hoje, em que os meus jogadores são agredidos nas barbas do árbitro. É revoltante como isso aconteceu, tal como já tinha acontecido ontem, mas aí eu não quis falar porque tínhamos perdido».
«Tivemos oportunidades mais claras e em maior quantidade que o Benfica. Merecemos vencer o jogo. Não quero voltar à Luz. É um pavilhão excelente, mas não queremos cá voltar».
Questionado sobre as chances do Sporting poder agora resolver a final em sua casa, nos próximos dois jogos, o treinador dos bicampeões nacionais vincou que mesmo se a sua equipa não tivesse ganho, «também estava tudo em aberto». «Agora estamos mais confortáveis. Vamos ver se com lesões e castigos conseguimos ter seis ou sete jogadores», concluiu.

Se é verdade (e somos o exemplo provado de tal teoria) que a maior parte das vezes não serve de nada reclamar, nem fazer luto, nem blackout...nem outros estratagemas que ainda venham a ser inventados para quem quer tornar pública a sua revolta, mais verdade será que para ficar calado já reza o ditado: "Quem cala, consente.".
Por isso, é com agrado ver que...o Orlando voltou!!

Ainda no futsal, é com agrado que constato que os juniores estão a uma vitória do bicampeonato.
Depois de derrotarem o Covão Lobo por 9-1, basta uma vitória sobre o Posto Santo, na deslocação aos Açores, para o garantirem.
A nossa equipa segue invicta nesta fase final, com 4 vitórias noutros tantos jogos e 12 pontos, seguido do Freixieiro com 7.
Avizinha-se mais um saboroso triunfo para a secção.




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