Já referi por diversas vezes que este espaço é destinado única e (quase) exclusivamente para falar do Sporting.
Como
pelos vistos PPC já acabou as obras a que se tinha proposto e
apresentou a demissão, este tema dar-me-ia motivos mais que suficientes
para pôr à prova algumas opiniões mais cáusticas mas, prefiro
deixar que este caso morra no esquecimento e que, rapidamente, haja fumo
branco relativamente a uma direcção que não caiu, mas está a cambalear.
Assim, não resisto a meter uma farpa num dos temas do dia.
Como
a selecção nacional que compete nesta altura no europeu tem um grande
cunho leonino, sinto que este tema também é grato a muitos
sportinguistas.
Mesmo que a selecção seja, cada vez mais, um antro de meninos ricos, mimados e insensíveis que se estão a marimbar para os adeptos ou para simples curiosos e se arrisquem a afastar, uma vez mais, a paixão de todos os que sofrem pelas nossas cores, os papalvos continuarão a torcer por Portugal porque também se estão (ainda) a marimbar para quem está enfiado na camisola.
Mesmo que a selecção seja, cada vez mais, um antro de meninos ricos, mimados e insensíveis que se estão a marimbar para os adeptos ou para simples curiosos e se arrisquem a afastar, uma vez mais, a paixão de todos os que sofrem pelas nossas cores, os papalvos continuarão a torcer por Portugal porque também se estão (ainda) a marimbar para quem está enfiado na camisola.
Assim,
a selecção de Paulo Bento e de quase todos nós joga hoje cartada
decisiva para se manter viva na competição. Pode, no entanto, continuar
moribunda ou, em último caso, ficar morta e enterrada.
Paulo
Bento, enquanto treinador do Sporting, foi também o meu treinador
grande parte do tempo, mesmo que discordasse de algumas das suas opções e
embirrações.
No
que toca à gestão de personalidades, alguns puseram-se a jeito mas,
desde Stojkovic a Vuckcevic, passando por Carlos Martins (com mais uns
casos de permeio) Paulo Bento mostrou-se inflexível e, aparentemente,
pouco aberto ao diálogo. Chegou à selecção e tratou logo de mostrar a
sua fibra, afastando Bosingwa e Ricardo Carvalho e trancando logo a
sete chaves a porta de entrada.
Mas
essa teimosia tem o reverso da medalha e apresenta uma face de difícil
compreensão. Enquanto treinador leonino levou , por exemplo, Varela e
Carlos Martins a saírem do Sporting,
mas agora já servem para a selecção.
Não serviam para um misto de solteiros e casados e agora já servem para estar nos melhores... dentre os melhores.
Também no Sporting era Liedson em campo e Postiga no banco, mas chegado à selecção, é Postiga em campo e Liedson no sofá.
Todos
os seleccionadores têm o seu carácter muito próprio e o homem da risca,
naturalmente, tem o dele. A sua chegada à selecção foi encarada como a
do Messias, pois beneficiou do facto do seu antecessor se chamar Carlos
Queiroz.
Ter
encontrado a equipa à beira do abismo e a qualificação para esta
competição já a precisar da afamada calculadora portuguesa, fez com que
tivesse ganho créditos, após um percurso globalmente positivo.
No
entanto, continuo a não ser adepto do conservadorismo de alguém que
disse, em tempos, preferir ganhar por 1-0 do que por 3-2. Como é óbvio
não estava a falar de uma eliminatória, onde os golos fora podem contar.
Eu,
que não sou nada nesta história, prefiro ver ganhar, e depois disso
gosto de dar por bem empregue o tempo que passei a ver o jogo.
Mesmo que a maioria dos adeptos tenham ficado agradados com a exibição perante os alemães, eu não fui na onda.
É
claro que, depois de uma exibição cinzenta na Polónia, uma bem negra
com a Macedónia e uma derrota com sabor a algo mais com a Turquia,
muitos esperavam que Portugal fosse trucidado pela máquina alemã.
Como jogámos taco-a-taco, mesmo tendo perdido, voltou a eterna esperança que a cor verde da nossa bandeira tem sempre presente.
Mesmo
com as limitações que temos, penso que o meio-campo apresentado
(Veloso, Meireles e Moutinho) já denota o tal respeitinho e
conservadorismo típicos para quem não perder é bom e, se ganharmos, melhor. Pior que isto só a
invenção de Queiroz, pondo Pepe a trinco, sempre a pensar no que o
adversário pode fazer em cantos e livres, mais do que poderemos nós
fazer com a bola no pé.
Já
nem quero saber se Ronaldo continua amarrado à linha, pois continuo com
a secreta esperança que a qualquer momento mande às malvas esse
desígnio e se aproxime mais de zonas de finalização, que tem feito dele
um dos mais temíveis goleadores da actualidade.
Mas
a teimosia de Bento parece ter ficado presa ao passado e é com
perplexidade que continuo a ver Moutinho marcar os pontapés de canto na
selecção, precisamente com a mesma eficácia que o fazia no Sporting, a
ponto da equipa se ter tornado, nesse época, na que menos concretizava
nesse parâmetro.
No
jogo contra a Alemanha também consegui fazer um flashback e, após
recorrentes passes longos de Bruno Alves para Postiga, quase que
imaginei Liedson lá na frente, a correr esbaforido atrás dos misseis
enviados por Polga, durante 4 longos anos.
Talvez
por isso se fale no nome do central para reforço da equipa
sportinguista. Enquadra-se perfeitamente no modelo que, até há pouco,
era imagem de marca.
Além disso, o seleccionar já fez saber que hoje é...Postiga e mais dez.
Contra
isto não há nada a objectar. Postiga é, possivelmente, o terceiro pior
ponta-de-lança deste europeu, ligeiramente à frente de Hugo Almeida e Nélson
Oliveira.
Esta
opinião genérica não me leva a desejar o insucesso da selecção, bem
pelo contrário. Espero tanto que seja campeão como o mais empedernido
adepto, nem que ganhe com um golo de Postiga ...após canto de Moutinho.
Ainda
me recordo que, no recente Mundial da África do Sul, Del Bosque foi
trucidado com críticas e, lá foi ganhando, sem deslumbrar, até à vitória
final.
Os críticos tiveram que dar a mão à palmatória.
Quero muito que isso aconteça, mesmo que as vitórias ainda não tenham chegado.
Hoje espero a mesma equipa, a mesma postura mas, espero, outras substituições.
A
alteração preparada contra a Alemanha, para gerir os ritmos e manter o
resultado acabou por abortar à última hora, face ao golo alemão.
Espero que, lá para os 75 minutos, Paulo Bento reforce o meio-campo ou a defesa, sinal que estaríamos a ganhar por 1-0.
É que o 1-0 chega, como sempre!!
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